Que a Sei é a santa invocada e superpoderosa, ninguém nunca teve dúvidas, porém dentro dessa história, ela constantemente vem se testando e provando que seus poderes estão crescendo conforme ela aprende coisas novas.

Ainda assim, mesmo mostrando todo esse potencial, essa força é algo que a moça não domina com muita clareza, então a dúvida real é: qual seria o gatilho para liberar esse poder?

O episódio no geral seguiu bom, embora tenha nos passado a sensação de que correu um pouquinho com as coisas no lado da Sei, que acabou até revelando mais do que devia – ao menos para quem está dentro da história.

Uma tecla que batemos desde o começo desse anime, é como a Sei tenta se encaixar em sua nova realidade, buscando meios de se tornar produtiva, porque essa é ela, uma mulher moderna que trabalha incansavelmente, que batalha para sobreviver sozinha, então não tinha como ser diferente, a preguiça e a inércia não fazem parte dos atributos dela.

Porém como alguém que sempre viveu solitária e despercebida, o carinho e a atenção dados pelo povo de Salutania – independente da santidade que possui -, moldaram ainda mais o seu caráter, pois agora ela tem uma razão a mais para se empenhar tanto.

Agora a Sei quer retribuir a bondade daquelas pessoas, ela quer ser útil para aqueles ao seu redor e ciente dos seus poderes, porque não ajudar quem necessita? – Sim, ela é nobre. O que acontece é que embora ainda não tenha consciência plena de tal fato, esse desejo é também o que impulsiona os seus poderes santos, nos levando a teoria de que para usar a magia sagrada, é necessário que a pessoa tenha uma intenção nobre ao liberá-la.

Uma vez que funciona desse modo, isso explica muito do que aconteceu nesse episódio, especialmente pela forma como se deram os dois momentos onde ela utilizou seus dons ocultos – e até os momentos das curas milagrosas, puxando mais um pouco do passado.

Na tentativa de inovar e avançar, a Sei recorre ao uso de sua magia curativa para modificar as plantas, causando a primeira manifestação inconsciente dos novos poderes, e nesse momento vale salientar, ela estava com seus pensamentos voltados para o reino e o desejo de fazer mais por ele.

Abrindo um pequeno parêntese, achamos bem curioso o fato dos estudiosos em Salutania conhecerem tão pouco as propriedades das plantas em geral, até porque esse é o papel deles ali.

Contudo, analisando o outro lado, entendemos que para o enredo deve ser mais interessante ter a protagonista como um veículo de informação e conhecimento, o que justifica isso – além claro, da questão temporal, já que aquela é uma sociedade medieval.

Algo que fica perceptível também, é que as ervas que a Sei purificou parecem não ter tido o mesmo resultado positivo em outras mãos, então essa magia também tem as suas regras e limitações. Sendo assim quais serão elas? Porque isso estabelece um ponto do quão poderosa a moça pode ser ou de como isso pode ser aproveitado pelos outros.

Partindo para a expedição, aqui temos o momento mais significativo do dia, porque isso não só confirma a teoria do “poder altruísta”, como constrói a ponte para que o outro foco dessa história se desenrole mais claramente.

Durante a jornada nos chama a atenção que a Sei apenas domine habilidades “defensivas” ou curativas, pois embora ela seja excepcional, não fica claro se como santa, a moça pode desenvolver outro tipo de magia que não a sagrada.

Honestamente seria boa essa “restrição”, pois isso torna ainda mais legal o fato de ela ter vindo com junto com a Aira, uma vez que sua contraparte já mostrou um ótimo domínio de magia elemental e aparentemente ofensiva – olha que legal ter um time com essas duas máquinas de poder bruto?

Essa questão da Sei saber se defender também nos aguça a curiosidade, porque na cena em que a salamandra a ataca, se não é a pedra do prendedor, ela tinha virado churrasco. O Yuri e o Albert não deixaram a desejar na hora de defender a preciosa companheira, mas embora sejam poderosos, eles não são onipotentes – olha a piadinha.

Enquanto pessoa vulnerável e mortal como qualquer outra, o Albert serve bem ao propósito de ativar o gatilho final na protagonista, porque é com o perigo dele que ela reage. Ok, foi um momento clichê? Foi, porque isso já é batido nesse universo, a coisa do poder miraculoso que vem com alguém importante em risco.

Ainda assim, o ponto aqui é que esse foi um clichê bem executado, porque ele não se montou apenas no sentimento entre os dois, o anime já havia exposto que a Sei apenas precisava ajudar e se sentir útil ao próximo – benevolência que casa muito bem com a ideia dos poderes santos.

Então, imaginamos que não ia importar quem estivesse naquela condição, ela se manifestaria de qualquer forma, até pela pressão que ela já estava encarando, ao ver o sofrimento dos demais soldados e amigos, por conta da influência negativa do miasma e o ataque dos monstros.

Na realidade a posição do Albert foi mais providencial para o lado romântico do enredo, mostrando aos dois que ele é especial para ela, deixando óbvio o sentimento, caso ainda estivessem em dúvida quanto a isso – o que não deixa de ser ótimo para quem queria ver as coisas andarem um pouco mais.

A Sei brilhou – literalmente – e a Aira ficou em segundo plano, mas provavelmente devem retornar o arco da garota com a conclusão dessa expedição, até porque não imaginamos que queiram deixar em aberto o que já começaram, que foi a junção das duas protagonistas e da Liz.

Agradecemos a quem leu e até a próxima!

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