The Aquatope on White Sand – ep 15 e 16 – As dificuldades trazem a conciliação
A equipe do Tingaara está marcada pela sua aparente desunião e atritos constantes, mas no meio dessa guerra uma coisa é verdade: todos tentam dar o melhor de si no que foram postos. Se no começo, o caminho para o trabalho funcionar parecia nebuloso e distante, dá para dizer que agora com algumas lições aprendidas, as coisas tem uma trilha positiva a seguir.
Flávio: Não acho que os funcionários sejam desunidos. Há um certo preconceito com relação ao pessoal vindo do Gama Gama. E também há desentendimentos pontuais entre o setor de marketing e o setor dos cuidadores.
JG: Para mim os dois episódios deixam muito clara a falta de comunicação entre eles e especialmente como cada um apenas estava focando no seu, esquecendo que mesmo o Tingaara tendo vários núcleos, eles ainda são uma coisa só.
Flávio: Acho que o chefe do marketing tinha que ter resolvido os problemas com os cuidadores.
O preconceito da Kaoru com a “facção Gama Gama” atrapalhou o entendimento com a Kukuru. Além das duas divergirem sobre o que pensam sobre o trabalho no aquário e também discordarem sobre a solução para o problema das lesmas marinhas.
JG: O chefe da Kukuru é uma pessoa bem problemática e assim como eu disse na estreia dele, para mim ele apenas faz o que precisa fazer, mas não necessariamente se importa com o que é o aquário, diferente de todos os outros – até a Akari que também estava ali por estar, aprendeu a gostar mais da vida marinha.
A Kaoru eu acho que pegou implicância por osmose, já que é íntima da Chiyu e provavelmente conversou com ela sobre as figuras do Gama Gama, mas para ajudar, o Kuuya é doido daquele jeito e o Umiyan nem se fala. Posso dizer que ela só não se incomodou de verdade, porque mesmo estranhos, eles dão conta do seu trabalho.
A maior questão para ela e para a Chiyu era a Kukuru, quando na verdade aqui houve outro problema de interpretação errada, somada ao problema pessoal da cuidadora, que por sinal me surpreendeu em vários sentidos.
Flávio: A Kukuru está se esforçando e aprendendo a fazer 1000 tarefas, o que será útil para ela no futuro.
JG: Posso estar errado, mas fiquei com a leve impressão de que o chefe já está gostando dela, por conta desse empenho. Ela não se rende mesmo recebendo tanta carga de trabalho e sequer reclama diretamente, por isso acho que ele já reconhece que ela tem potencial, mas não demonstra e nem dá o braço a torcer.
Por outro lado, toda a pressão desse evento das lesmas marinhas contribuiu muito para que a Kaoru percebesse as qualidades da Kukuru, afinal ela sabia as limitações que elas tinham no tempo e nos recursos, porém não se entregou e encontrou um meio de atender a demanda sem arriscar as vidas que as duas tanto amam.
A cuidadora sabia que a colega também já exerceu sua função, então colocou em xeque o amor que ela dizia ter, justamente porque o risco dos animais sofrerem com a pressa do setor de marketing era alto, logo, se ela não estivesse preocupada com aquilo que devem preservar e proteger, não fazia sentido estar ali.
Flávio: A Kukuru por trabalhado como cuidadora ficou com o dilema entre fazer a função que lhe foi pedida e a situação dos cuidadores. Mas pelo fato de já ter trabalhado como cuidadora permitiu que ela encontrasse uma solução.
JG: A Kukuru parece que já pegou o feeling da importância de estar no time de marketing sendo uma cuidadora por natureza, fico curioso para ver o que mais ela ainda mostrará em sua evolução.
Na verdade eu diria que ela soube muito bem administrar até os problemas que não lhe diziam respeito, como os da Chiyu, que embora vivesse condenando a garota por irresponsabilidade, se viu numa condição complicada entre o seu dever como cuidadora e mãe – papel esse que não esparava ser o seu grande segredo.
Flávio: Conciliar trabalho e maternidade é um desafio para as mulheres há muito tempo. Ainda mais em se tratando de mães solteiras.
Vale lembrar que vida da Chiyu ficaria mais complicada se a mesma não conseguisse vaga para o filho numa creche. Como o Japão é um país desenvolvido, talvez a falta de vaga não seja um problema, ao contrário de países como o nosso.
JG: A vida da Chiyu é uma sequência de infortúnios bem tensa, porque ela começou com um ambiente de trabalho péssimo, onde as pessoas não colaboravam e jogavam as responsabilidades sobre ela – o que acabou mal -, até chegar na maternidade e no divórcio precoce.
Por conta de todo esse passado bombardeado, é fácil entender o porque dela espezinhar o Gama Gama lá no começo e implicar tanto com a Kukuru. Vejo que por ter tido uma experiência ruim, ela não conseguiu aceitar o jeito de trabalhar do outro aquário. É aquela velha história de rejeitar o que não consegue compreender, ou o que não viveu.
Flávio: A história da Chiyu nos convenceu que ela não é uma personagem ruim. Há justificativas do porquê ela ser assim. Apesar da Kukuru não ter muita simpatia pela colega de trabalho, a ex-Gama Gama teve empatia para entender a situação da Chiyu.
JG: Depois de ter visto o sofrimento e o esforço dela, eu confesso que amoleci bastante para o lado da personagem, porém contudo, preciso destacar que achei necessário o “esporro” que ela levou da Kukuru, para assim entender que precisava mudar sua postura. Ok que ao mesmo tempo em que tinha razão, a protagonista também estava parcialmente errada, mas penso que foi justificável.
Primeiro que ela não sabia e nem tinha que saber que a Chiyu tinha uma responsabilidade com o filho. Segundo, porque na oportunidade em que a menina também estava numa situação complicada, ela não facilitou em um único momento e mesmo assim no fim das contas, foi sua “inimiga” quem tentou lhe ajeitar e procurou entender o lado dela ao descobrir toda a história.
A cuidadora podia até ter seu ponto sobre a imaturidade da Kukuru, mas suas questões pessoais e o pré julgamento que fez sobre ela e todos, não lhe davam o direito de agir como dona da razão. Para mim ela entra na categoria do “explica, mas não justifica”, no entanto eu consegui simpatizar com ela e fiquei contente que mesmo não deixando sua implicância totalmente de lado, ela foi sincera ao acertar os ponteiros com o pessoal.
Flávio: Eu senti que a Chiyu ficou com medo da Kukuru roubar o cargo de cuidadora. Pensando de forma fria, substitui-la por alguém que não precisa faltar ao trabalho para criar um filho é mais vantajoso. Ainda bem que o Tingaara é uma empresa que entende a situação de seus funcionários.
JG: O grande problema é aquilo que falamos, sobre a falta de diálogo e o fato da Chiyu ter enfrentado muita coisa pesada sozinha. Com tudo isso ela passou a ser mais “espinhosa” e acabou se fechando, não a toa escondeu que tinha um filho, quando na verdade não precisava fazê-lo.
O dono do aquário é uma pessoa maravilhosa, assim como a equipe que a cerca e que bom que ela pôde perceber isso para se abrir sobre seus problemas, e nisso eu incluo a Kaoru que era a mais próxima dela e também estava vagando sobre o assunto.
Mas embora todo mundo tenha mostrado seu lado maduro e bom, não podemos esquecer da pessoa que mais contribuiu para todo esse concílio, sim, a Fuuka. Como eu não canso de dizer, a ex-idol é uma alma necessária nesse mundo, sempre com sua paciência, equilíbrio, empatia e ponderação para unir todas as tribos.
Flávio: Ex-idol, cuidadora de pinguins e bombeira. Uma profissional multitarefa que faz jus a antiga carreira. Brincadeira á parte, a Fuuka tem mais maturidade que a Chiyu e a Kukuru juntas. Foi graças a ela que a Kukuru e a Chiyu conseguiram se entender.
JG: Quando a Chiyu percebeu que as pessoas do Gama Gama se importam de verdade com os demais – através da Fuuka -, é que ela baixou a guarda. Inclusive gostei quando a garota refutou a fala da colega, quando a mesma disse que a Kukuru não prestava atenção aos outros, sendo que ela sempre se dispõe a apoiar os companheiros e o que fez nesses dois episódios reforçam isso claramente.
Diferente do que a cuidadora apontou, infelizmente a única pessoa não “observada” pela protagonista é o Kai, que talvez comece a dar passos mais largos rumo a seu amor não correspondido. Se depender do Higa ele já tem apoio e acho divertidissimo as comparações feitas pelo rapaz e os conselhos não convencionais que dá.
Flávio: O Kai está longe de alcançar o objetivo amoroso, mas rapaz está se esforçando, tanto para se aproximar ainda mais da amada, quanto para ser um funcionário melhor.
JG: Agora que as coisas do lado profissional parecem ter tomado um rumo, acredito que uma das pendências do anime, é o que fazer com esse moço, afinal ele fica ali cercando, mas não chega lá e nem manda sinais um pouco mais claros.
Bom, fico na dúvida sobre o que virá no próximo episódio, porque diferente da maioria até aqui, esse não teve uma prévia ou um gancho específico para nortear, será que finalmente o Kai vai ganhar a sua chance de brilhar? Ou uma nova tempestade se aproxima?
Agradecemos a quem leu e até a próxima!