Esse foi sem dúvidas um dos episódios mais bem utilizados pelo anime. Ele conseguiu cumprir diversas funções narrativas, o que vai ajudar e muito lá na frente.

Ainda assim, não podemos esquecer que ele também contou uma história. E mais, também narrou um retorno. Ainda que um retorno um tanto quanto indesejado. Bem, pelo menos o Hiro deve com certeza pensar assim.

Falo do Clockmon, que convenhamos, não é um sujeito dos mais amigáveis. Motivos para desgostar dele não são poucos, seja quem for. Mas principalmente pelo Hiro depois de tudo que ele sofreu nas mãos desse digimon.

Porque olha, o que ele sofreu não foi pouco não. O seu poder de roubar o tempo quando utilizado na prática pode ser assustador. A perspectiva do tempo que transcorre é algo tão fundamental que a sua ausência fazia o Hiro perder completamente o senso da realidade. Tanto que ele estava enlouquecendo ao longo desse episódio.

Que não passou uma grande explicação didática sobre elementos dessa temporada. Tanto que nós tivemos um grande monólogo expositivo sobre como os digimons interagem com aquele mundo em suas várias formas materiais, a qual o anime dividiu em várias fases e tratou até mesmo de traçar limitações e especializações de cada uma delas.

Não irei me alongar nessas questões, até porque elas não são de qualquer interesse senão explicativos, mas fato é que elas são necessárias. É necessário que elas existam e que fiquem bastante claro para nós.

Talvez o anime pudesse expressá-las de alguma outra forma, mas ele decidiu jogar seguro e expor logo tudo de uma vez. Tudo bem, desde que o anime também saiba apresentar esses elementos na prática e os respeitar daqui para frente. Então não terei do que reclamar.

Além disso o anime ainda aproveitou para apresentar os dois digimons da biblioteca, Bokomon e Bakumon, que podem ser utilizados futuramente para consultas acerca de dúvidas relacionadas ao digimundo e aos digimons. Sim, eles têm tudo para se tornarem o Google do anime.

Agora, uma coisa que não posso deixar de comentar é sobre aquela forma sombria que o Gammamon demonstrou. Não que tenha realmente algo para comentar sobre isso, até porque tudo está bastante confuso e misterioso.

O que destaco é que a presença de um lado sombrio – e quem sabe até potencialmente maligno – é algo que eu realmente não esperava encontrar no Gammmamon.

Tudo bem que não é algo tão original, já vimos isso em temporadas anteriores. Seja como for, é algo que pode deixar esse anime ainda mais interessante se for bem utilizado.

Mas note que isso é algo que, embora já tivesse sido mostrado de “en passant” no episódio um, podemos chamar de uma novidade desse episódio. É agora que ficou claro sobre o que se trata esse algo que incomodou o Clockmon, ou ao menos que a natureza desse algo (seja lá o que for) é algo potencialmente negativo.

E mesmo que o anime tenha trazido um vilão de episódios anteriores, e discutido sobre coisas já anteriormente vistas, essa pausa na verdade se direciona aos próximos episódios.

Todos esses elementos não são um regresso, nem uma estagnação, na verdade são um progresso. Agora temos explicações que antes não tínhamos, o que torna as coisas mais claras.

Por outro lado, agora temos um novo mistério a ser descoberto. Então sim, esse episódio tem o seu valor. E talvez esse valor seja muito maior do que aparenta à primeira vista. É isso, até mais.

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