O episódio dessa semana foi importante de várias formas. Até metade do episódio parecia que nada de relevante tinha acontecido, mas foi uma simples virada na chavinha que mudou por completo o teor e a importância do episódio.

A luta contra o Orsted é um marco para cada um deles. Não foi uma derrota qualquer e sinceramente nem tem tantos deméritos quando se considera que o adversário era um deus.

Mas o sentimento de impotência acabou sendo abismal. Além disso, cada vez mais era notório que todos eles precisavam seguir seu próprio caminho e não faziam isso por conta dos laços que haviam criado depois de tanto tempo.

O apego emocional que havia entre os 3 era muito grande. Ruijerd viu aquelas crianças crescerem e se desenvolverem de maneira absurda em meio às dificuldades que surgiram (e não foram poucas).

Rudeus e Eris tiveram em Ruijerd um mentor, uma figura mais velha que estava ali por eles com o intuito de ensinar e acompanhar cada passo que eles dessem. E é engraçado que em momento algum ele chegou a ser uma figura paterna e mesmo assim, possui uma importância tão grande quanto, senão maior.

Por outro lado, Eris se tornou uma ótima e confiável companheira de retaguarda para Ruijerd. Rudeus então nem se fala, afinal, ele simplesmente conseguiu ajudar seu companheiro a se livrar daquilo que por séculos prejudicou sua vida.

Enfim, o ponto aqui é que eles foram igualmente importantes para os outros e sua conexão era muito forte e benéfica também. Porém, assim como na vida, tudo tem seu início, meio e fim.

O fim não tem o mesmo peso ou significado de um adeus, mas mostra que mudanças são necessárias para que o próximo início venha. É aquela coisa: a vida é uma jornada onde você precisa tomar vários rumos diferentes para chegar no final e nem sempre o seu rumo vai estar interligado com o de pessoas queridas.

E para uma nova etapa onde mudanças são necessárias, eles entenderam que a separação era a melhor opção. Infelizmente eles chegaram num ponto onde seus desenvolvimentos precisavam de um novo cenário.

Eris precisa sair das asas de Ruijerd para encarar novos desafios. Sair numa jornada com a Ghislaine será muito proveitoso para ela, afinal, sua companheira possui um nível absurdamente alto e pode ajudá-la de outras formas por conta de sua experiência. Porém, além disso ela também vai sair de sua zona de conforto, o que é muito importante.

Já Ruijerd vai acabar sendo um mistério. O que ele busca e a forma como vai usar sua jornada para encontrar as respostas vão ficar para nossa imaginação. Fica apenas o desejo de revê-lo em breve.

Por fim, Rudeus terá muito o que pensar pela frente. Num primeiro momento fica claro que a saída da Eris após tudo o que aconteceu vai pesar bastante em sua consciência e inevitavelmente ele já tem um obstáculo considerável para superar.

Após isso, bom, a procura talvez continue, afinal, sua mãe e sua melhor amiga ainda estão desaparecidas. Por outro lado, mais do que nunca ficou claro que ele precisa melhorar e evoluir, ainda mais considerando que contra Orsted sua magia foi inutilizável.

Fora isso, ainda tem a questão de que agora, pela primeira vez em sua vida, ele está sozinho. Sem saber onde exatamente os outros estão, sozinho num mundo que ele ainda não conhece tanto quanto poderia (ainda que já tenha rodado bastante por aí) e com dúvidas em seu coração.

Não vai ser fácil, mas ele vai precisar superar tudo isso para seguir em frente rumo a próxima etapa de sua vida. Para quem lê o mangá ou a light novel já sabe ou tem uma boa noção do que vai acontecer e sinceramente, é um desfecho interessante.

E claro, não poderia deixar de comentar sobre o caso entre ele e a Eris. Poderia fugir dessa polêmica, afinal, a construção do artigo até me permitiu isso, mas vou deixar meus dois centavos aqui.

Sendo sincero, eu acho bem complicado a forma como lidamos com a questão da idade física/mental do Rudeus. Sinto que as pessoas usam ela para justificar seu ponto de vista, sem se importar com o panorama geral ou simplesmente ter coerência.

Se partir do pressuposto de que ela é considerada uma adulta por conta da idade, não tem tanto problema assim, afinal, o grande x da questão é a diferença de idade mental. Tem também o ponto de que ele não forçou nada, apesar de não recusar (e querer faz tempo).

De qualquer forma, entendo totalmente quem reclama da obra chegar nesse ponto. Acho que assim como em outros momentos, o autor simplesmente tacou o dane-se e fez o que bem quis, sem se importar com o que os leitores iriam achar (principalmente os leitores de fora do Japão).

No final das contas eu realmente não sei bem o que pensar. Por mais que a situação seja construída para que não tenha “problemas” (ela ser ainda mais nova do que é, ele atacar / induzir ela e etc), sinto que não é algo que eu faria como autor, principalmente por conta da idade mental.

Acho que no final das contas eu só fiquei aliviado que a cena foi bem feita, de forma que não houve sexualização demasiada e sim, algo muito bem pensado e executado. Talvez se fosse algo no mesmo nível da elfa eu teria minhas reclamações de maneira concreta.

Aliás, a ambientação do episódio foi simplesmente incrível. Tivemos um início onde campos verdes e cheios de vida tomavam nosso campo de visão. Em seguida, ao chegarmos na terra natal do Rudeus, temos um cenário acinzentado que combina bem com a devastação que ali aconteceu.

Junto disso, temos vislumbres dos momentos felizes que Rudeus teve ali em sua curta estadia. Após isso, temos o reencontro com Ghislaine que é feliz e triste ao mesmo tempo.

Eris estava pronta para enfrentar a realidade e querendo ou não ao menos do avô ela tinha ciência. O momento para ficar sozinha acabou sendo importante para ela se recompor e tomar a decisão que iria definir seu futuro.

Estava claro o que ela devia fazer e não porque ela tinha acabado de ouvir que havia perdido sua família, afinal, essa decisão havia sido tomada após a luta contra Orsted. O medo de perder Rudeus foi um baque grande o suficiente para ela entender o que devia fazer.

E como mencionado acima, teve a cena do sexo entre os dois que teve uma execução muito boa. Sem exageros ou brechas, apenas uma cena bem feita e com simbolismos.

Enfim, polêmicas de lado esse episódio foi bem interessante. A ambientação, as despedidas e os reencontros. Tudo foi muito satisfatório e o episódio acabou passando rápido demais. Agora, resta saber como vamos terminar essa parte da jornada na semana que vem!

  1. Ah, eu vou te contar. Já estou cansada da polêmica em volta da relação com o Rudeus e sua idade. Tipo, sério: não é aquela coisa que ele acordou adulto no corpo do menino de 13, 14 anos e passou o rodo geral. Ele teve consciência da reencarnação desde o momento em que nasceu. Acho estranho tratar os últimos 13 anos da existência dele como se fossem nada. Alguém morre com 20 anos e renasce. Tem memórias da sua vida anterior. Não podemos dizer que quando ele chegar nos 15 tem a idade mental de 35, porque ele não passou pelas experiências que uma pessoa passa dos 21 aos 35 anos para ter essa idade mental. Pode no máximo ter uma idade mental de 20, e olhe lá, pq nos últimos anos ele teve as experiências e corpo de criança/adolescente. Enfim, tô pregando pra convertido kkkk, mas é que é cansativa essa conversa.

    Achei as cenas de bom gosto, sem muita sexualização/exposição desnecessária do corpo da Eris. Não foi em nada como a “cena do estupro” de Goblin Slayer. Foi, acima de uma experiência física, uma experiência muito emocional para ambos (embora só depois que ele descobriu que ela se foi que o Rudeus foi atingido com a dimensão dos acontecimentos). Acho que a Eris inclusive “adiantou” o combinado deles pq já tinha decidido partir e sabia que muito provavelmente não estariam juntos quando o Rudeus fizesse 15 anos.

    Agora, a parte que mais me atingiu aqui, foi me despedir do Ruijerd. Fazem só 11/12 episódios que estamos juntos? Porque eu senti mais me separar dele do que da família do Rudeus que conhecemos desde o episódio 1. Senti a mesma dor de quando vi Kilua e Gon indo cada um para o seu lado no final do Arco da família Zoldyck, uma sensação de desamparo do tipo: o lugar deles é junto, pq cada um tá indo para um lado?! Mas realmente, temos várias etapas nas nossas vidas, e as vezes precisamos nos separar para crescer. Algumas pessoas ficam, outras vem e vão, e outras apenas passam por nossas vidas. Cada uma tem sua importância e foi indispensável no momento em que estiveram conosco.

    Agora vamos ao último capítulo, tem sido um prazer acompanhar e discutir essa jornada com você, Kiraht. Espero que decida prosseguir comentando quando sair a segunda temporada!

  2. Opa, muito obrigado e sim, vamos esperar pela segunda temporada (que deve sair logo).

    Na verdade eu deveria ter comentado a primeira parte também, mas na época acabei optando por Slime (deveria ter feito os dois rs).

    E sim, é bem cansativa essa conversa, principalmente porque ela é seletiva ao extremo. Infelizmente as pessoas preferem escolher um alvo e destruir ele a todo custo do que ter coerência.

    A sua descrição foi perfeita, inclusive: “acima de uma experiência física, uma experiência muito emocional para ambos”. Não tem como descrever melhor aquela cena. Também acho que ela adiantou e talvez o ponto de virada na cabeça dela já estava começando a tomar forma antes de chegar na vila do Rudeus e teve um belo empurrão com a despedida do Ruijerd.

    Sim, foi algo que me deixou com um gosto amargo na boca. Eu realmente queria ver mais aventuras deles por esse belíssimo mundo. Foi por pouco tempo, mas a conexão entre eles foi transmitida de forma profunda e conforme tivemos a imersão da obra, acho que isso aumentou ainda mais.

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