É um perigo deixar o Mirai e a Saki por conta para procurar candidatos porque eles se confundem e botam os pés pelas mãos. Felizmente, o mau entendido com o amigo do Metropoliman logo foi desfeito e eles conseguiram até recrutar o garoto emo que deve fazer cosplay de L.

Um irmão pedir para ser morto pelo outro é bizarro, ainda mais quando quem recebe o pedido também quer se matar, e fica ainda mais ridículo quando toda a família (até a mãe afastada) sente o mesmo. Ainda assim, posso contextualizar e talvez explicar essa situação? Talvez.

Da forma como o garoto explica fica parecendo que todo mundo da família tem mesmo um motivo para querer morrer, mas o quão azarado esse povo tem que ser para todos se sentirem assim ao mesmo tempo? Mas pelo menos na questão da saída achada, o suicídio, não discordo.

Por quê? Porque o valor do suicídio para o japonês pode não ser tão diferente do que é para nós, mas com certeza é em algum nível, o suficiente para acontecerem tantos no país, ainda mais em uma larga faixa etária cheia de perspectivas na vida, na qual não é comum querer morrer.

Se tantas pessoas têm esse desejo inconsciente, acho que o anime poderia se voltar a sociedade japonesa e tecer uma crítica profunda, mas eu duvido muito que isso vá acontecer, ainda mais quando quem levanta os questionamentos mais pertinentes sobre o assunto é um adolescente.

Nada contra os adolescentes em si, mas é impossível levar tudo que ele fala a ferro e fogo, afinal, a ele falta vivência de vida, maturidade a fim de definir que não há mais saída para aquilo que o angustia. A vergonha/deslumbre que ele demonstra ao ver a Yumiki é um sinal claro disso.

Além disso, outro argumento do L cupido (a piada teve graça?) que é bem furado é o da luxúria reinar sobre os seres humanos. Na verdade, os pecados capitais em si. Não que o incômodo dele pelo que aconteceu com a mãe não seja válido, mas a questão não é tão simples assim.

E sabe o que deixa ainda mais evidente a imaturidade do personagem, ainda que ele proponha boas reflexões? Ele não se dar conta de que essa sua preocupação em não incomodar os outros é justamente um dos fatores que o mantêm ligado ao mundo que diz desejar abandonar.

Poderia escrever um texto mais longo só me aprofundando nas falas do personagem, mas não farei isso, para nós é mais interessante simplificar a crítica e, sendo assim, digo que o amigo do Metropoliman (não vou lembrar o nome dele, desculpa) foi outra figura que surpreendeu.

Não muda minha opinião de que ele é meio fútil e um pouco babaca (não à toa era brother do Metropoliman), mas ao mesmo tempo, que crime ele cometeu na trama até agora? Nenhum. Além disso, ninguém é só uma coisa, dá para ser meio bobo em uns aspectos e maduro em outros.

A forma como ele convenceu o cosplayer de L a pelo menos adiar seu suicídio enquanto ajuda a resolver o problema da sucessão de deus foi bacana já que ele trouxe argumentos melhores que os do Mirai, que, como a gente bem viu, tomou uma invertida do moleque em dois tempos.

Além disso, se a garota vigiada e o Susumu não ofereceriam resistência a se juntar ao grupo e a gente já sabia disso, o mini L fez esse papel até com certo exagero, sempre batendo na tecla do suicídio, em alguns momentos com argumentos bons, outros com argumentos ruins.

Esse esforço chega a ser elogiável e tem valor temático dentro da narrativa do anime, só me preocupo se falar tanto de suicídio pelas bocas de um adolescente não acaba é trabalhando contra a própria obra porque, sério, a visão de muito dele ainda é muito, mas muito limitada.

Não que os adultos de Platinum End também sejam essa coca-cola toda, diria mais que é o contrário, pois é sério mesmo que o Hoshi não pensou nos contras de unir cinco dos candidatos para pressionar um sexto que eles sequer conhecem e não sabem se será uma ameaça?

E a gente sabe que vai ser, o anime não sobreviveria tanto sem isso, o problema é que mesmo para os personagens dentro da trama que não sabem disso parece muito arriscado e pouco inteligente agir assim, ao menos quando não mostraram o esgotamento das alternativas.

Por fim, é por esses e outros fatores que afirmo que o anime melhorou, mas o quanto? O suficiente para que o achemos bom? Eu não diria tanto, ainda mais com longos trechos de animação deficiente, mas isso é só a cereja do bolo, Platinum End tem problemas muito maiores que esse.

Até a próxima!

Comentários