Aharen-san wa Hakarenai é um anime do estúdio Felix Film que adapta o mangá (há anos escrevi um artigo apresentando a obra) de Asato Mizu. Segue abaixo a sinopse da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).

 

“Raidou acabou de começar o ensino médio e está disposto a fazer amigos, já que no ensino fundamental teve muitas dificuldade. Decidiu que o primeiro passo seria conversar com a garota que senta ao seu lado, mas isso pode ser mais complicado do que parece.”

 

Só não digo que Aharen-san wa Hakarenai é um dos meus mangás favoritos, pois faz tempo que não o leio e ainda não li tantos capítulos assim, mas com certeza é uma obra que adoro, tanto que escrevi sobre o mangá ainda em seus primeiros meses e fiz questão de fazer este artigo.

O anime atendeu minhas expectativas? Tranquilamente. No começo vemos o protagonista Raidou, que como primeira atitude para mudar seu eu solitário puxa conversa com sua colega da carteira ao lado, a Aharen-san. Mal sabia ele a aventura em que iria se meter.

Antes de mais nada, é importante frisar que o personagem em si também é um tanto excêntrico, afinal, sempre tem um rosto inexpressivo, mas no fundo cria mil e uma caraminholas na cabeça, o que gera comédia, mas também traz um contraponto a incompreensível Aharen-san.

A Aharen-san já é o tipo de personagem que parece praticamente não falar (Oi Komi-san), mas a verdade é que ao longo do episódio ela solta a voz e a gente vê que não só a Inori Minase está deslumbrante no papel, como entende o porque de sua personagem ser tão “extrema”.

Aliás, essa foi uma das boas sacadas da direção, que segurou a voz da Aharen-san o máximo possível a fim de gerar interesse para quando fossemos ouvi-la pela primeira vez. E, repito, a atuação da Inori Minase está soberba, está no tom certo para o que é a personagem no original.

Na verdade, o anime como um todo está bem bonito. Sei que os figurantes aparecem em CG em muitos momentos (e um bem meia boca), mas, convenhamos, isso fica completamente irrelevante quando o que importa, os protagonistas e a interação entre eles, é bem feito.

Quanto a Aharen-san, ela basicamente não consegue mensurar a distância ou proximidade que deve ter de uma pessoa. Para o bem ou para o mal, ela é extrema, tanto que, assim como o Raidou, teve problemas de socialização durante toda a sua vida escolar.

O legal aqui é que ambos têm dificuldade de se relacionar com outras pessoas devido a seus perfis, mas eles acabam se dando incrivelmente bem. A Aharen-san se comove mais com as ações que expressões dele e ele sempre tem boa vontade com ela. A amizade dos dois é muito fofa.

Sei que muita gente já deve estar shippando, mas, honestamente, o que isso importa agora? Eles são amigos e o mangá é um slice of life de comédia, não exatamente de romance. Sendo assim, a história pode acabar com os dois desenvolvendo sentimentos românticos ou não.

Acho que é bem mais provável o primeiro caso. De toda forma, o importante é o quanto a interação deles é fofa e a história criativa para explorar justamente o que esses personagens têm de melhor, que são a mirabolância e boa vontade do Raidou e a fofura da Aharen-san.

É claro que essa fofura vem de proximidade ou distância excessivas, algo com o qual as pessoas normalmente não sabem lidar. Falta a Aharen-san “bom senso” sobre isso. Não sei se ela irá desenvolvê-lo, se é o objetivo da trama, mas sei que o Raidou sempre estará lá para ela.

Inclusive, acho a história muito boa pelo quão o autor consegue ser criativo ao explorar situações que muitas vezes sequer batem com o perfil da Aharen-san. Ou melhor, com o que imaginamos ser o perfil dela. A ida ao karaokê e ao fliperama foram momentos muito bons disso.

Outra coisa legal é a constante ação da Aharen-san no que toca a agradecer ao Raidou, o que também gera situações cômicas, como as cenas de almoço ou dela morrendo de sono. Pode ficar tranquilo que mais momentos fofos e inusitados ainda estão por vir.

E como a OP, a ED e o “cliffhanger” desse episódio entregam, novos personagens serão adicionados com o tempo a fim de tanto realçar a dinâmica de interação entre os protagonistas, como prover novas situações e pequenos conflitos, geralmente para gerar comédia mesmo.

Então sim, não é para você esperar profundas reflexões sobre a incapacidade de mensurar a intimidade que devemos ter com as pessoas ou algo assim, até porque o problema da Aharen-san parece existir mais para a piada mesmo, o que não incomoda por ser uma comédia.

Ainda assim, não é como se não pudéssemos esperar algum amadurecimento dos personagens sobre suas ditas “fraquezas”, até porque a Aharen-san não está mais sozinha, e nem o Raidou. Cada um a sua maneira, estranha aos padrões sociais, se entende com o outro muito bem.

Por fim, posso dizer que adorei essa estreia e que, se o anime se mantiver com essa pegada (divertida e criativa), deve ser ótimo. Não tenho palavras para elogiar todas as cenas e sacadas legais, então só vou dizer duas coisas. Quem nunca conversou por papelzinho na sala?

A outra coisa é que, e essa de maneira realmente inusitada, a Aharen-san ser tão boa no arcade me anima para que no mais essa baixinha, fofinha e sem noção heroína pode fazer de surpreendente. Seja perto ou distante, vamos ficar sempre juntos de Aharen-san wa Hakarenai?

Até a próxima!

Melhor duplinha da temporada, sim ou com certeza?

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