Kiseijuu – ep 12 – A morte do amor
[sc:review nota=5]
Mais um ente querido para o Shinichi morreu. Mais uma vez ele não pôde fazer nada. Mais uma vez ele se sente de alguma forma culpado. E mais uma vez ele se vingou. Será que dessa vez ele irá reagir de forma diferente? Ele ter respondido ao Mitsuo que é um monstro me faz crer que não, ele irá reagir exatamente da mesma forma, fechando-se ainda mais e se tornando, à vista de outras pessoas, uma pessoa com menos emoções. Algo que a Murano, irritantemente, estranharia mais e se afastaria mais, deixando o Shinichi ainda mais isolado do que ele já se sente por simplesmente estar na improvável posição de ser humano que sabe a verdade sobre os parasitas e tem um habitando seu corpo.
Se o Shinichi tinha qualquer ilusão de que poderia usar seus poderes para ser algum tipo de herói, ela deve ter acabado de ser destroçada nesse episódio. Para ser sincero eu não acredito que ele se sentisse assim, mas acho que algumas pessoas que assistem Kiseijuu acreditavam que ele pudesse se tornar um herói. Para essas pessoas, e se esse for o seu caso, olhe bem, não sou eu quem está dizendo, é o anime: esqueça, heróis não existem. Senão por qualquer outro motivo mais profundo, pela simples limitação física de não poder estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Não é à toa que em qualquer história de super-heróis, americana ou japonesa ou de onde preferir, super-velocidade é um dos poderes mais comuns, tão comum que quase nem é tão valorizada assim, considerada apenas o mínimo que um herói precisa ter. E embora o Shinichi esteja muito mais rápido que um ser humano comum – o suficiente para podermos chamar a velocidade dele de super-humana -, a realidade é que ainda assim está muito longe de ser suficiente. E eu só cobri uma das dificuldades em ser um herói.
A Kana não chegou a ser uma personagem muito desenvolvida. Ela basicamente estava um pouco de saco cheio do Mitsuo e do bando de valentões dele e se impressionou com o Shinichi, que teve a audácia de desafiá-lo mesmo sem ter chance alguma. Não é à toa que para ela o Shinichi era um herói. Para ser mais preciso, um tipo específico de herói, o Príncipe no Cavalo Branco. Mas como ela chegou a esse ponto? Quero dizer, só porque ela tinha um sexto sentido que despertou quando ela encontrou o Shinichi e ela erroneamente associou exclusivamente a ele a garota assumiu que aquilo tinha que ser amor. Imagino que tipo de vida vazia e quanta necessidade de afeto Kana sentia para se apaixonar com tão pouco. E se apaixonar tanto, a ponto de mesmo diante de negativas e de evidências de que o sexto sentido dela não tinha nada de romântico e podia na verdade ser muito perigoso ela continar o amando e forçando seu novo sentido para perseguir o objeto de sua obsessão acima e abaixo. Até mesmo toda a preocupação legítima e sincera do Shinichi por ela, a ponto dele pela primeira vez revelar a verdade sobre sua vida simbionte com um parasita para um ser humano normal, foi absolutamente em vão, desclassificada por ela como uma forma cheia de rodeios do garoto rejeitá-la.
Kana ignorou os apelos do Shinichi para que tomasse cuidado e não usasse seu poder e acabou morta. Shinichi chegou ao local apenas à tempo de vê-la morrer em seus braços e se vingar imediatamente do parasita que a matou. Só que a Kana era um personagem muito fraco para que a morte tenha sido apenas dela. Não posso ignorar que imediatamente antes desse arco de aproximação com a Kana houve um arco romântico do Shinichi com a Murano, o real objeto da afeição do protagonista. Shinichi ama Murano assim como Kana amava Shinichi. Mas ele não é um herói, e ele sente que ele foi o culpado pela Kana ter sido atacada e ele não pôde protegê-la. Antes disso, por culpa de Shinichi um parasita entrou na escola e matou várias pessoas, a própria Murano só não morreu porque ele conseguiu chegar a tempo. Agora, mais do que nunca, ele sabe que nem sempre irá chegar a tempo. O que será que Shinichi planeja fazer a partir de agora?