[sc:review nota=4]

 

 

Finalmente, os últimos elementos necessário a um battle shounen foi adicionado, que eram um lugar aconchegante e seguro para voltar e amigos com quem contar. Não, a casa do Souma não preenchia esses requisitos, e nem seus antigos colegas de escola. A solução encontrada é um dos meus clichês favoritos em se tratando de mangás escolares: um dormitório estudantil. Adolescentes morando sozinhos, com uma supervisão adulta pífia (pra não dizer inexistente), com dinheiro no bolso e podendo fazer o que bem entendem? Gente, onde que concorre a uma bolsa pra essa escola mesmo? Duvido que o diretor me deixe de fora após provar meu frango cremoso, hahahaha.

Souma ainda tem sua casa, mas seria complicado para ele se locomover até a escola todos os dias. Então, sua decisão de se mudar para o dormitório Kyokusei dentro das dependências do lugar inicialmente parecia ideal, mas quando percebeu o tamanho absurdo dessa maldita escola de riquinhos, ele pensou dez vezes sobre isso. Já eu me peguei pensando: como esses alunos fazem pra atravessar esse campus gigante e chegarem às aulas pontualmente todos os dias? Porque ele levou horas só pra chegar! Preciso comparar com a escola técnica de Silver Spoon pra ver qual é a maior… Mas enfim, ele chega ansioso por uma cama, um banho e comida, mas aprenda meu caro: em histórias da Jump, nada é tão fácil assim.

 

 

O lugar anteriormente deve ter sido um belo prédio, mas agora está caindo aos pedaços e coberto de trepadeiras. É enorme, escuro e aparentemente deserto, além de usar um assustador – e genial – sistema arcaico de comunicação constituído por tubos que atravessam toda a casa (deve ter um nome pra isso, mas eu não encontrei). Assim que ele entra, nota fumaça num dos cômodos, é atacado por um bando de animais perseguidos por uma garota louca e ouve a voz de uma velha gritando com diversas pessoas ao mesmo tempo. Tudo isso no escuro. Os nervos do garoto devem estar em frangalhos. Por trás dele, a velha surge, se apresentando como a zeladora Fumio-chan. E entrega logo que lá ele só fica quando preparar um prato que ela aprove. Claro, claro… O problema é que ele não sabia de nada e veio sem nenhum ingrediente. Ela diz que só o que tem na cozinha são sobras, mas já vimos o que ele é capaz de fazer com tão pouco, não é?

Desafio aceito, mão na massa, e em pouco tempo ele preparou um hambúrguer de cavala enlatada (também chamada de cavalinha, ou carapau), com sopa de ovo e arroz. Fumio-san se derrete a ponto de lembrar de sua juventude, e o aprova prontamente, dando-lhe a chave do quarto 303. Aliviado, Souma só quer ir tomar um bom banho quente para deixar para lá um longo dia. Abre a porta do banheiro todo contente e pelado e… Megumi-chan?

 

 

Não faço ideia de como a confusão no banheiro foi resolvida, mas logo mais Souma está de volta a seu quarto lamentado pelo silêncio que toma conta do lugar, algo à qual não está habituado. Repito: não seja tão precipitado, garoto. Uma cabeça aparecendo sorridente do forro de seu teto logo provará que esse dormitório nem de longe é calmo como ele supôs, e ele é arrastado para uma festa de boas vindas num quarto vizinho. O rosto de ninguém ali é desconhecido a nós, já que aparecem no encerramento, mas pela primeira vez eles são devidamente apresentados. Homens e mulheres, de idades diferentes e preferências culinárias distintas, inclusive com alguns hobbies interessantes que serão gradualmente exibidos. Como a louca já inicialmente apesentada, a Yoshino Yuuki, que adora carnes e cria animais justamente pra isso. Ou o Ibusaki Shun, um garoto calado que adora defumar coisas. Sem falar dos cultivos que eles mantém nos fundos. É, esse pessoal não brinca em serviço. E nem falo do “suco de arroz” que Sakaki Ryouko distribui entre os seus companheiros. Fumio-chan? Claro que ela está de olho nos seus adolescentes inconsequente e, no meio da gritaria e bebedeira noturna, não demora para que ela grite com eles…Que tem comida sobrando e eles devem ir lá buscar. Paraíso adolescente, ou nem?

 

 

Nesse ínterim o assunto que surge é o Conselho de Elite dos Dez. Como bom paraquedista em um mundo desconhecido, Souma só conhecia o termo porque lhe gritaram isso em seu teste de aprovação. Então, lhe explicam: o Conselho de Elite dos Dez é composto pelos dez melhores alunos do colégio, e eles têm poder de decisão imediatamente abaixo do diretor. Ou seja, estão acima até mesmo dos monitores e professores. Erina ocupa a cadeira de número 10 deste conselho, e durante muito tempo, sempre houveram membros dele morando no dormitório. Fumio-san adora falar sobre o assunto. Souma fica pensativo, mas logo é interrompido por um alegre Isshiki-kun no auge de auge de sua juventude. Pelo visto, o quarto 303 não foi o primeiro e nem será o último que ele invade. Pobre Megumi, deve ser assustador ouvi-lo sussurrando pelos canos a noite inteira. Logo a festa volta ao auge, todos ficam muito bêbados (Isshiki-kun pelado de avental, gemt, acho digno), trazendo diferentes tipos de comida que eles mesmos prepararam, discutindo sobre quem é o melhor cozinheiro, passando mal com os preparos malucos de Souma (qual é a dele com lula, heim?)… Até que quase todos desmaiam. Só ficam Isshiki e Souma. O loiro vai preparar mais comida para os dois – ainda pelado, seria um feitiche? – e logo volta com um prato de cavala que deixa Souma chocado pela perfeição. Então, a revelação: Isshiki ocupa a cadeira número sete do Conselho da Elite dos Dez. E ficou instigado pelo discurso de abertura do garoto, desafiando-o prontamente a mostrar a força de sua culinária. É Souma, você se deu muito bem até agora, mas desta vez, o desafio será grande. Como você vai se virar?