Oshi ga Budoukan Ittekuretara Shinu – ep 8 – Combo de natal
Feliz natal adiantado mais de nove meses para você ou atrasado pouco mais de dois. Esse episódio foi a personificação do anime, já que dá tanto para encará-lo por um lado positivo, como por um lado negativo; é claro, isso se o natal tiver importância para você, pois Budoukan aposto que tem e é hora dele no Anime21!
Meu grupo favorito, a Aqours (a segunda geração de Love Live!, só para lembrar), já lançou single de natal, então sei como a data é um prato cheio para lucrar e mimar o fã. Otaku geralmente não namora e o natal é praticamente uma data dos casais lá no Japão, né…
Foi a partir dessa premissa que o episódio entregou o de sempre, mas sem esquecer de tocar em um ou outro pontos importantes, tendo eu gostado ou não de como isso foi feito.
Gostei do tempo dado a Aya e a Sorane a fim de resolver o clima ruim que ficou entre elas, também curti a construção e o desfecho da abordagem que o episódio proporcionou com relação a conexão das protagonistas, mas senti falta de ver o Motoi se conscientizando sobre a bobagem que fez.
Contudo, ainda há tempo para ele tentar se “redimir” e continuar chafurdando nesse amor romântico tôxico (eu sei que nenhum dos três wotas de sempre é assim tão melhor que ele nesse sentido) enquanto a pessoa amada se encontra infeliz deve levá-lo a percebar o egoísmo contido em seus sentimentos.
A Eripiyo foi mais “doente” que ele nesse episódio, a diferença está no tom cômico atribuido a cena dela de stalking virtual.
O Motoi só tem pensado em si mesmo e espero que em algum momento caia na real. Se olhar para o lado, inclusive, vai ver alguém que nutre um amor verdadeiramente construtivo pela sua favorita.
Voltando aos pontos certamente positivos, a forma como a Sorane lidou com o problema com a Aya só tornou ainda mais chato o que acontece com ela.
A garota foi super profissional e perceptiva, não à toa que a Aya restou apenas agir de acordo, aceitar o que ela disse na frente dos fãs e também na intimidade.
Aliás, essa invejinha misturada com complexo de inferioridade dela acho super normal e mesmo saudável de ver no anime; afinal, é mais realista que um grupo sem qualquer conflito.
Um ambiente terrível não seria prazeroso de acompanhar, mas um ambiente sem a competitividade e vaidade que se pode esperar de idols também não seria bom.
Além disso, faz sentido que a Aya seja aquela a se chatear com isso, não só por sua baixa popularidade, mas também pela insegurança nas próprias capacidades que demonstra sentir e, claro, sua personalidade, já bem apresentada nos últimos episódios.
Aliás… Maina, Aya, Yuka, Yumeri, Maki, Sorane e Reo. Já aprendi os nomes das sete integrantes da Cham Jam (é sério, não colei no google). Coincidência? Não, o anime tem desenvolvido bem as idols sem deixar de focar nas protagonistas Maina e Eripiyo.
Enfim, achei que o episódio teve menos momentos cômicos, ou que estes não foram tão bons, que a média, mas em compensação o esforço da Eripiyo não foi, em certo sentido, desperdiçado dessa vez.
Pelo contrário, a Maina vestir uma roupa natalina eu encarei como um acontecimento que só foi possível devido a confiança fortalecida em seu trabalho como idol, muito por conta dos esforços da Eripiyo, é claro.
O que sua fâ número um fez ao longo de um ano a motivou a se permitir mais enquanto idol e isso foi imprescindível para o desfecho narrativo do episódio com a Maina de roupa natalina e a Eripiyo de rena.
Se pensarmos que a rena apoia o papai noel, a figura natalina que seria a Maina, faz sentido a Eripiyo ser a rena, e o legal é que ela ganhou presente no episódio, afinal, viu sua favorita ainda mais foda como queria.
A simbologia da luz foi a cereja do bolo, o sorriso da Maina uma resposta convincente e que não extrapola toda a dificuldade que a garota tem em se expressar. Se nem um sorrisinho ela desse para agradecer, né…
No fim, foi um episódio divertido e recompensante, a única coisa que posso pontuar de realmente negativa é que não é certo esperar que sua idol favorita não tenha vida amorosa como o anime faz parecer ser.
Sei que já escrevi que a proposta da produção não é criticar os aspectos negativos da indústria das idols, apenas expôr que existem, mas isso não me impede de notar o problema e propor a você, caro(a) leitor(a), que reflita sobre ele.
Wotas têm direito a exigir esse tipo de “fidelidade” de suas fãs? Não, mas eles exigem, então não dá para esquecer desse e de outros tantos aspectos negativos do amor de um fã fanático por uma idol.
O mundo representado no anime é o ideal, e mesmo esse ideal é bastante distorcido, então nem quero imaginar como é em um mundo não ideal no qual existem fãs piores que o Motoi e agências que praticamente escravizam as idols que gerenciam.
Não quero imaginar, mas sei que devo, preciso, e espero que a toxicidade ainda demonstrada pelos wotas que protagonizam o anime vá sendo vencida, modificada, pouco a pouco. Isso já vem acontecendo em alguns momentos, em alguns aspectos.
Não espero fãs perfeitos, mas menos egoístas e mais ativos positivamente nas vidas de suas favoritas e acredito que Budoukan está no caminho certo para isso.
Falta só um mês de anime e já estou ficando com saudades. Seria um sonho se anunciassem uma segunda temporada, mas independentemente disso, torço para que os próximos episódios sejam ainda mais intensos do que o anime foi até agora.
Até a próxima!