In/Spectre – O perigo do excesso
Kyokou Suiri, ou In/Spectre, foi um anime da temporada de inverno de 2019. Além do seu casal de ótima química e o destaque por ser o primeiro anime com o selo Original da Crunchyroll, a obra é também de um autor de uma obra relativamente conhecida: Zetsuen no Tempest. Considerando esses aspectos, querendo ou não é de se esperar um certo “nível” da obra, ainda que seja uma avaliação prematura e extremamente precoce. Enfim, vamos “falar” um pouco sobre a obra.
Quando vi o anúncio de Kyokou Suiri eu confesso que fiquei mega feliz, pois lia o mangá e adorava cada capítulo. Em português a obra pouco havia avançado, mas era o suficiente para me convencer de que eu queria comentar sobre ele aqui no blog e foi o que aconteceu. O início foi de fato o que eu esperava, porém, conforme os episódios iam passando eu confesso que fui perdendo o ânimo inicial.
Desde o início eu enxerguei a obra de uma forma que ela nunca foi. Quem vê o primeiro episódio e depois o restante percebe que são obras diferentes, desde o ritmo até a forma como as coisas se desenrolam. A cada episódio a obra se afastava mais daquela impressão inicial de uma forma boa, afinal, sua verdadeira forma não é ruim, apenas maçante. Sim, a obra pecou e muito em relação ao excesso, assim como acertou bastante em vários outros aspectos.
Como mencionei acima, eu tive uma impressão errada da obra e criticá-la em cima disso seria completamente injusto, afinal, quem teve a impressão errada fui eu. Porém, após a sua apresentação inicial, a obra teve dois arcos em 11 episódios e infelizmente isso acabou sendo um probleminha. Eu sei que temos vários animes com arcos gigantes que não cansam nem nada do tipo como Naruto Shippuden que é literalmente um arco só (ainda que tenha inúmeros arcos dentro), mas aqui, nesse caso, temos um exemplo de um grande arco que não dá tão certo.
O arco “final” começa lá pelo quarto ou quinto episódio e vai até o final. Toda vez que você achava que tudo ia acabar, um novo problema surgiria para continuar o arco, algo que foi acontecendo até o décimo segundo episódio. Isso foi ficando repetitivo, cansativo e cada vez mais eu perdia a paciência em ver a exata mesma coisa todo santo episódio. Não parecia que a história andava e tirando um ou outro episódio, o resto parecia ser mais do mesmo, ainda que não fosse de fato.
Felizmente eu gosto de obras que possuem muito diálogo e ao menos isso não foi um problema. Então ao mesmo tempo que eu adorava assistir por conta dos diálogos e toda a trama que a obra tem, essa “demora” em terminar esse arco era algo que me desanimava. Era aquela velha história: antes de ver eu não tenho muita vontade e depois de começar, consigo maratonar numa boa. Aliás, outra coisa que me segurava eram os personagens, mas calma que já vamos “falar” deles.
Aliás, só para finalizar sobre a questão da excessividade, se você não gosta tanto assim de diálogos em grande quantidade, talvez ver Kyokou Suiri não seja uma opção tão interessante pois a obra contém muito mais diálogo ao invés de ação, vulgo porradaria. Por outro lado, acredito que ele seja um boa porta de entrada para animes desse tipo pois apesar da grande quantidade de diálogos, Kyokou tem uma trama bem interessante e envolvente.
Sobre os personagens, temos um show a parte. Kotoko, a protagonista, é simplesmente carismática ao extremo além de divertida e fora do comum. Logo de cara ela se confessa e dali em diante mantém uma consistência interessante. Ao seu lado, temos Kuro, um personagem mais neutro e o oposto da Kotoko. Ele também é um personagem bem legal, mas de certa forma não o suficiente para dividir os holofotes com a Kotoko. No mais, os personagens são legais mas meros apoios, fora que a maioria é youkai e afins.
Enfim, Kyokou Suiri é apenas o início de uma nova fase da Crunchyroll e eu estou bem empolgado com isso. Diria que os Originais começaram muito bem com uma obra que sim, é muito boa apesar de seus defeitos. Note que essa obra que não vai agradar qualquer um, mas se possível dê uma chance pois pode acabar sendo uma experiência bem agradável.
Franciel Oliveira
Eu gostei do anime, principalmente a interação entre Kotoko e Kuro. Porém, achei muito enfadonho os diálogos infinitos, e ter uns 3 ou 4 episódios pra resolver a parte da Nanase. Fora isso, no geral foi bem agradável!
Kiraht
Sim, eu também achei que houve excesso nós diálogos. Gosto disso, mas em alguns momentos eu ficava um pouco entediado.
E sim, a interação deles é ótima!