Nami yo Kiitekure – ep 2 – Nas ondas da rádio, quem é bom não precisa de roteiro
Eu admito que sinto uma invejinha branca da Minare, ela saltou de um emprego para outro com uma certa faciliade e, ainda por cima, um que a permite ganhar a vida apenas dando sua opinião, afinal, não é como se ser “despojada” ao fazer isso a custasse qualquer coisa, né. Você já ouviu um programa de rádio hoje?
A permissão para usar a voz da protagonista foi uma jogada de mestre, ainda que ela estar sob os efeitos do álcool me faça questionar a justiça por aceitar tal “prova”. Ela não foi coagida, no “máximo” enganada, mas você pode pensar que alguém tão doida como ela se deixaria levar pela situação e é, foi o que rolou.
Fica a observação de que na vida, a arte aqui apenas expressou bem isso, há situações com essa em que, a depender da resposta da pessoa, o que pode não parecer um ato mal intencionado se torna um crime. É uma linha tênue com a qual todos precisamos ter o máximo de cuidado. De boa intenção o inferno está…
Enfim, o iminente fim da linha para a Minare em seu local de trabalho habitual casou perfeitamente com a proposta do pessoal da rádio, para um inicio tímido, é verdade, mas não é normal que se sente na janelinha logo de cara, né, ainda mais quando o predicado dela para o ofício é incomum. Minare se “opõe” a Madoka.
Digo, a voz de uma faz oposição a outra, e é aquilo, o público ser atraído por algo “incomum” ao meio é até compreensível que aconteça, mas há um detalhe que se faz necessário para tanto, e esse é a qualidade na forma de se comunicar. Sem tal postura profissional involuntária ela dificilmente faria sucesso de cara, né.
Trabalhar com esses detalhes para justificar parte do sucesso dela foi interessante e deu ao público a boa apresentação as particularidades do mundo da rádio que eu esperava que o anime desse. Nada complexo ou desinteressante, pelo contrário, pois usar a figura da Madoka como um contraponto não será o acaso.
Pode ser que não surja uma rivalidade propriamente dita entre as duas, mas certamente tem coisas que a Minare pode aprender com sua senpai, mas também pode ser o inverso. Minare, com suas circunstâncias e características, deve tirar qualquer um a sua volta de sua zona de conforto, o que também vale para ela.
Não é como se adentrar o mundo da rádio não fosse ser um desafio mesmo para ela. Suspeito que ela se dará bem, mesmo que tenha contratempos pontuais, então quem sabe o mais instigannte na história nem seja seu dia a dia de trabalho, mas as mudanças em sua vida pessoal, decorridas das novas experiências.
É, no final tudo deve se ligar a seu pitoresco trabalho como radialista, além da comédia da história ter um forte apelo nesses momentos, porque; seja na frente do microfone, seja nos bastidores, a carga de falas e falas criativas, bem pensadas, proferidas por ela são o que carrega a trama. Minare é tão humana que dói.
Em mim dói a boca de tanto rir e destaco a conversa pré-gravação com o produtor, além da histórinha que ela inventou sobre o mestre de seu chefe. Como é na vida real, tudo acabou sendo bem menos fantasioso do que ela imaginava e fez o colega dela imaginar. É tudo o que espero de alguém tão “inquieto” feito ela.
Inquieto e contestador, Minare é alguém que faz de tudo para espantar o tédio. Seus breves minutos em um quadro do programa de rádio vespertino foram só o começo de sua jornada potencialmente inovadora, ainda que o que ela faça tenha semelhanças com um tipo de comédia, dentro de um mundo desconhecido.
Desconhecido para ela e para o público já que a rádio hoje em dia passa longe de ser a maior fonte de lazer e informação para as pessoas, contudo, também não é como se fosse desprezível e o anime deve mostrar isso. Aos poucos, com muita criatividade, comédia e uma protagonista que fala e inventa pelos cotovelos.
Ademais, curti uma ou outra cena bem animadas (a do produtor conversando com a Madoka e a outra da Minare falando com ele) e ainda não entendi porque os olhos dos personagens têm um círculo branco ali na esclera. É uma opção de estilo para aproximar os personagens de gente real? Pessoas reais têm isso?
Sou tão lesado que não sei bem o que escrever sobre o assunto, mas caso você saiba, ou queira pesquisar, sinta-se a vontade para escrever nos comentários. É hora de me despedir, espero que você esteja curtindo o anime, a fácil de simpatizar Minare e os percausos que ela enfrentará ao longo de sua inusitada jornada.
Até a próxima!
P.S.: Quero nem imaginar o que raios a Minare estava fazendo para aquele carinha que apareceu no final do episódio (que deve trabalhar na rádio) lembrar dela e sangrar vendo uma foto dele com outra mulher… Que cena mais estranha, né? Aliás, no próximo episódio a intimidade da heroína deve entrar em foco. Veremos!