Boku Dake ga Inai Machi – ep 8 – Esperanças vãs
Antes de tudo, reconhecer o que deve ser reconhecido: esse foi o episódio mais fraco de BokuMachi até agora. E não dá para culpar ninguém por isso, para a história que está sendo contada ele foi necessário. E talvez mais um ou dois episódios assim sejam necessários. Mais do que isso: mesmo sendo o episódio mais fraco ele ainda foi um bom episódio. Um episódio acima da média dos animes da temporada. De vez em quando aparece um anime assim, né?
O Satoru tá felizão porque conseguiu tirar a Kayo de sua mãe e agora aguarda que ela seja encaminhada para uma instituição. A Kayo está felizona porque conseguiu escapar das garras da sua mãe e não sofre mais física e psicologicamente. É compreensível que a Kayo se sinta aliviada, mas será que o Satoru já deveria estar baixando a guarda?
Isso foi uma pergunta retórica né, todo mundo que está assistindo evidentemente sabe que a resposta é “não”. O que está acontecendo então, por que ele age assim e quais são os perigos que a Kayo ainda enfrenta? Ah, e o que diabos é “briquete”? Bom, algumas pessoas sabem, mas no Brasil é incomum mesmo. Falando de forma grosseira e errada, briquete é carvão.
Mas não é carvão: ele serve ao mesmo propósito apenas. Na verdade briquete é um compensado de pós inflamáveis – pode ser feito de serragem, por exemplo. Ele é mais limpo que o carvão por produzir mais dióxido de carbono e menos monóxido e material particulado que carvão (ou lenha), por diversas razões que eu não compreendo (ou seja: não estudei o briquete tão a fundo). Haver isso estocado no ônibus não é nenhum espanto – o veículo estava sendo usado como depósito afinal. Por que o Satoru se irritou?
Provavelmente porque ele acaba de voltar de um futuro onde a Airi teve sua casa incendiada e não pôde evitar ligar os dois fatos mesmo que não faça sentido nenhum exceto a coincidência dos dois estarem ligados ao assassino. Antes dele abrir a caixa alguém ainda perguntou se ela seria do assassino, e ela foi chutada por um homem misterioso, tudo isso com certeza deixou o Satoru à beira de um ataque de nervos. Então ele abriu a caixa e viu equipamento para criar fogo (além do briquete, tinha um mexedor de brasa e assumo que os demais materiais também tivessem a ver com isso).
O professor estava irritado. Ele sabia que o Satoru estava envolvido com o sumiço da Kayo mas não podia se intrometer diretamente – deixaria o garoto desconfiado e poderia acabar atraindo a atenção da polícia, o que ele não quer por motivos próprios, não por causa do Satoru ou da Kayo. Mas ele sabia, e tanto ele sabia que sem dúvida se manteve em contato com a mãe do Satoru para que ela estivesse preparada para a chegada da Kayo e para que ele fosse também o primeiro a saber disso. Claro, há especulação minha nisso, mas boa parte dos meus textos é opinativa, então apenas me aguente e faça sua concordância ou discordância chegarem até mim através da sessão de comentários!
Será que o professor sabia onde a Kayo estava? Se soubesse, não teria porque estar irritado. Se bem que, sem que seu rosto aparecesse, não dá para afirmar com convicção que ele estava mesmo irritado. O fato é que se a Kayo morresse naquela circunstância seria provavelmente mais difícil incriminar a Família Coragem – e a chance das investigações levarem ao Satoru seria grande. Uma mudança enorme no futuro, mas mudança zero no destino da Kayo. Não parece ser assim que o professor ou o destino trabalham em BokuMachi.
Se ele não sabia onde a Kayo estava então tudo se encaixa mais suavemente. Ele estava irritado de verdade e ficou aliviado quando enfim descobriu o paradeiro da garota, e já está colocando novos planos em andamento. Novos planos que cobrirão o destino da Kayo com velhas sombras. O Satoru está sendo muito ingênuo. Não é preciso assistir o anime para saber que o assassino ainda está à solta e à espreita: na primeira vez que ele agiu mesmo, matou três crianças, a Kayo foi apenas a primeira. Ele acha que evitar a morte da Kayo vai deixar o assassino triste e desconsolado e por isso ele não irá matar mais ninguém? E mais: ele não tem como ter certeza que evitou o assassinato até ele descobrir quem é o assassino para efetivamente afastá-lo da Kayo de uma vez por todas.
Mas a Kayo não sabe de nada, vive a benção da ignorância, e agora que finalmente escapou e está em uma casa de verdade, vendo e vivendo como vive uma família de verdade (e uma sem pai também, muito parecida com a dela), é difícil não se comover com suas reações. Se o Satoru conseguir fazer com que ela sobreviva, ela ainda vai precisar passar por uma terapia para Transtorno de Estresse Pós-Traumático – viu como ela reagiu instintivamente quando a mãe do Satoru levantou a mão, achando que iria apanhar? Ou como tentou evitá-la no banho? Ela nem precisa morrer – sua vida já é uma tragédia. Será que o Satoru conseguirá salvá-la para que ela tenha a chance de ter uma nova vida?
Gui Feliciano
Eu achei até que bem natural o Satoru abaixar a guarda nesse episódio. Ao longo dos sete anteriores, tudo que ele pensava era em evitar a morte da Kayo. Ele não pensava em necessariamente “parar o assassino”, ele pensava em provar que o Coragem não era o assassino e em fazer com que a garotinha permanecesse viva. Então, de repente, depois de falhar miseravelmente, ele consegue.
Mas se bem me lembro tem uma cena no meio do episódio em que ele se lembra da segunda vítima (que, por acaso, já apareceu por um breve momento). Eu não me recordo de nada que relacione os briquetes aos assassinatos, mas ele deve ter ficado mais em choque por conta daquele borrifador que continha algum líquido que, supostamente, tinha acelerado o congelamento da Kayo na linha original. Não, sei. Ficou meio no ar essa questão.
Agora é esperar para ver o que acontece no próximo episódio…
Fábio "Mexicano" Godoy
Ele está com a guarda baixa sobre quem é o assassino desde sempre, porque ele não está preocupado com isso – o que me irrita, porque ele sabe que não é só um problema da Kayo, é um assassino em série que inclusive mata outro amigo dele! Claro que pelo tempo curto a prioridade máxima era proteger a Kayo, mas mesmo depois de salvá-la ele nunca se preocupou em procurar o assassino, como ficou claro no episódio 9.
Sobre os briquetes, tem a questão da ordem em que as coisas aconteceram: ele descobriu a mochila do assassino e reconheceu os itens que seriam usados para matar a Kayo, e isso o deixou irritado e alerta. Depois ele encontrou o carvão (briquete) e todo o material para fogueira, e ficou MAIS irritado – lembrando que ele tinha recém voltado do futuro, no qual o assassino (ele tem certeza que foi o mesmo assassino – e ele está certo, sabemos disso, né?) havia tentado matá-la em um incêndio. Não há muita lógica aí a não ser que tenha faltado algo do mangá (talvez uma das crianças tenha sido morta carbonizada?), mas de todo isso já deve ter sido suficiente para deixá-lo ainda mais irritado. Como o episódio 9 também mostrou, todas aquelas caixas realmente eram do assassino, material para fogueira e tudo mais.
E me desculpe mesmo por ter demorado a aprovar seu comentário! Na verdade verdadeira o sistema está configurado para fazer isso sozinho mas de vez em quando ele invoca com um ou outro … e não me avisa! Por acaso eu estava vagando à toa pelo administrativo do blog e vi que tinha um artigo marcado como spam, e era o seu. Mil desculpas!!!
E obrigado pelo comentário, volte mais vezes! E comente mais vezes, agora que autorizei um comentário seu ele deve autorizar sozinho sempre =)