Yami Shibai está de volta para sua oitava temporada não exatamente repaginado, mas, creio eu, atualizado. Não penso isso só pelo trecho urbano, que é mais uma alteração na introdução, mas também por outro encerramento mais moderninho e uma forma ainda mais dinâmica de contar a história da vez. Aliás, gostei do primeiro conto dessa nova temporada, hein. Vamos a ele?

O teste de coragem é um clichê do terror não só japonês, mas eu diria que o teste de coragem no Japão consegue parecer ainda mais estúpido na ficção do que é no ocidente, ou ao menos assim me pareceram aqueles que o praticam, como ocorreu nesse conto do lenço caído, o pontapé inicial nessa nova temporada deste clássico do terror, que nunca mudará sua fórmula com o passar dos anos.

Pelo menos “ainda” não fez isso e que bom que não o fez, pois o desenvolvimento do caso foi na medida certa também devido ao formato. Primeiro vimos jovens adultos adentrando uma casa sobre a qual corriam rumores da pior espécie, ainda que parecessem mais absurdos que qualquer outra coisa, depois vimos eles agindo de forma nada educada, para dizer o mínimo, sem qualquer pudor.

Por exemplo, se um assassino vivesse naquela casa, não um sobrenatural, um ser humano mesmo, não seriam eles presas fáceis? Mas o pior nem foi isso e sim os desaparecimentos em sequência e em um curto espaço de tempo, e todos adiantados, a entidade sobrenatural por trás do evento gosta de dar “spoiler”, tornando muito burro e cético não dar atenção ao padrão exposto.

Aliás, a crítica fica é para a heroína da vez, que enquanto não era com ela não fez nada, mas quando viu o lenço próximo a si tratou de jogá-lo para o último colega restante. O roteiro foi pontual em mostrar o pior tipo de reação que uma pessoa poderia ter em meio ao medo, a reação individual. E foi ainda melhor porque o cômodo seria o lenço aparecer ao lado do homem, mas não foi o caso.

A moça poderia ter avisado o colega para fugir, mas não o fez, indo, assim como ele, parar dentro do lenço, pois se eu entendi bem o objeto sugava a vida da pessoa para dentro dele. Além disso, não sei se esse é um caso de terror clássico ou não, mas nunca havia visto nada sobre um lenço caído no que conheço de terror japonês. Penso que talvez seja algo mais moderno ou inspiração do “zero”.

De toda forma, foi um bom primeiro episódio, com direito a caso bem contextualizado, roteiro nada preguiçoso (desconto a forma que lidaram com o sumiço de pessoas em sequência, pois a explicação que os personagens tentaram dar foi “aceitável”) e dinamismo. Não fiquei entediado rápido e não achei tão previsível, me deixando com uma boa sensação de que essa temporada tende a ser boa.

Até a próxima!

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