Shinmai Maou no Testament – ep 1 – Chato e vulgar
[sc:review nota=2]
Por algum motivo eu achei que Shinmai Maou no Testament pudesse ser engraçado. Sei lá, uma premissa ridícula gera situações ridículas, e isso pode ser engraçado. Além disso, embora já esteja um pouco batido o tema demônios e criaturas sobrenaturais de vez em quando ainda gera histórias legais. O que dizer então? Teve piadas em situações ridículas sim, mas todas forçando a barra na perversão sexual. E não foram nem piadas novas, só aquelas velhas que eu já cansei de ver. A história, quando no final do episódio resolveu começar, é bastante genérica também, e como eu já estava com raiva de todos os personagens seus problemas não me cativaram. Se não tiver mais nenhuma estreia péssima desse nível talvez eu continue assistindo apenas porque as vezes eu assisto coisas péssimas desse tipo. Por quê? Não sei, talvez para não me esquecer que elas existem e me manter atualizado com seus clichês para não ser pego de surpresa.
A história começa exatamente como a sinopse havia prometido, com o pai do protagonista dizendo que tinha arranjado uma irmã para ele e ela ia chegar a qualquer momento. Começou a ficar constrangedor quando ele se levantou para ir ao banheiro e eu sabia que isso não era um bom sinal. Claro que ele a pegou terminando de se vestir após usar o banheiro. E claro que ela gritou depois. Digo, não, não gritou, mas ela quis gritar. A história tentou ser original nessa cena e o Basara (esse é o nome do protagonista) tapou a boca da garota para que ela não gritasse e tentou se explicar e acalmá-la. Em uma cena que poderia muito bem ser um princípio de estupro: homem posicionado entre as pernas de uma garota tampa a boca dela e a mantém imóvel enquanto diz para que ela não grite. Ah, que engraçado! Parece um estupro, mas era exatamente o contrário, ele queria que ela se acalmasse para não gerar comoção porque ele absolutamente não teve nenhuma intenção de fazer mal a ela! Pena que eu não acho isso nem um pouco engraçado.
O pai dele chegou e encontrou os dois, e tudo se esclareceu. Depois dela estapeá-lo, lógico. Vejamos, ela tem cabelo vermelho e maria-chiquinhas, então eu sei que ela é tsunderê. Ela está sendo brava agora com ele (totalmente com razão, devo acrescentar) mas ela ainda irá se apaixonar. Tá bom. Enfim, mal entendido desfeito, eles voltam todos para a mesa onde Basara descobre que não ganhou uma, mas duas irmãs: Mio, a que ele pegou no banheiro, mais velha, e Maria. E por que raio ele ganhou novas irmãs? Porque o pai se casou, ué. E cadê a mãe? Está viajando, ele explica, enquanto as garotas fazem expressões de culpa. Uau, super suspeito. Estou morrendo de vontade de descobrir … não estou não, eu já sei que elas são demônios e essa mãe provavelmente não existe, o que significa que o pai deve estar sendo controlado de algum modo.
Algo que eu reparei no Basara e seu pai desde o início do episódio é que eles são cheios de cicatrizes. Imaginei que isso iria revelar algum tipo de passado misterioso que deixa pessoas com cicatrizes, e eu estava certo. Não sei, esperava que isso fosse melhor desenvolvido, que eu descobrisse bem mais adiante, mas esse episódio mesmo já entregou tudo. Logo chego lá, antes quero falar sobre a constrangedora convivência entre os irmãos. Basara acorda na manhã seguinte com Mio sentada em cima dele. Montada em cima dele é uma descrição melhor. Ela até mesmo começa a se mover (“cavalgar”, se preferir) em cima dele por sei lá qual razão absurda, e afirma espantada em seguida que está sentindo algo duro. Eu já assisti animes e animes, mas poucos chegaram tão baixo em tão pouco tempo! Bom, mais coisas constrangedoras acontecem, e a irmã mais nova se oferece para transar com o garotão uma cena adiante. Ele fica todo envergonhado, achando um absurdo. Que engraçado. E agora cansei de descrever isso, só achei importante colocar aqui para que caso você não tenha assistido ainda, saiba do que se trata esse anime.
E a história? Mio é filha do antigo Rei Demônio que já morreu, ele era pacifista e fez um acordo com a Tribo dos Heróis para não haver mais guerra entre eles, e sabendo que isso incomodava a facção pró-guerra do inferno ele escondeu sua filha com pais adotivos humanos sem que ela própria soubesse de sua natureza. Mas ele morreu, os malvados tomaram o poder e passaram a perseguir Mio, que foi salva por partidários de seu falecido pai e agora tenta montar uma base de operações na Terra. Para tomar o controle, suponho, e principalmente para se proteger. Elas enfeitiçaram o pai de Basara para conseguir uma casa (que plano complexo, não podiam ter enfeitiçado um corretor imobiliário apenas?) e quando ele partiu para um serviço no exterior pretendiam expulsar o próprio Basara de casa, depois de alterar sua memória também. Mas acontece que – lembra das cicatrizes? – Basara e seu pai são da tal Tribo dos Heróis! Então ele consegue se defender delas e as expulsa de casa, porque ele não quer nada com demônios. Então ele liga para seu pai que conta que sabia toda a história, e conta a história delas para o Basara (porque elas não contaram) que passa a se sentir culpado e sai procurá-las na rua. Naturalmente elas estão sob ataque. Convenientemente Basara chega exatamente a tempo de salvar Mio que caía para a morte e ainda derrotar quem quer que as estivesse atacando.
Resumindo porque eu não gosto de Shinmai Maou no Testament: o erotismo é vulgar demais, tudo é muito clichê e muito forçado, a história é cuspida na tela sem desenvolvimento, e todos os personagens têm comportamentos e personalidades horríveis. O pai do Basara que fez tudo isso sem contar para o filho, Basara que é um típico protagonista fraco quando lidando com garotas, Mio que é uma tsunderê subdesenvolvida sem graça e Maria que não tem personalidade, é o que for conveniente para a cena e para mover a relação entre Mio e Basara.