Durarara!!x2 Shou – ep 3 – Monstros também são gente
[sc:review nota=4]
A identidade de Hollywood foi revelada mais rápido do que eu esperava, o que significa que ela não é a vilã da hora. Ela apenas se considera um monstro e por isso acha que não tem direito a amar e ser amada como um ser humano ou algo assim. Daí no espaço de dois episódios ela conhece Shizuo, Celty e Yuhei, considera que os três são monstros por motivos diversos (bom, sobre a Celty acho que não há dúvidas, né) mas não obstante vivem suas vidas normais. E ela fica feliz com isso. Mas ela irá parar de matar? É lógico que não!
Ruri Hijiribe nasceu filha de uma família abastada de Ikebukuro, mas um dia a mansão da família queimou até não sobrar quase nada, além da Ruri. Depois em algum momento ela se tornou pupila de um mestre de maquiagem de cinema e em seguida ela própria virou uma grande especialista na área, conseguindo fama mundial. Então sua vida deu uma guinada drástica quando ela foi convidada para se tornar uma modelo e aceitou. Agora, uma idol e uma monstra, ela acha que não merece ser amada e mata pessoas, tendo ficado conhecida pelo apelido “Hollywood”. Ela era o zumbi que foi espancado pelo Shizuo junto com o mafioso e foi salva ironicamente por seu irmão Yuhei, que chamou Shinra para cuidar dela em seu apartamento. Quando ela já está bem e Shinra parte para outro serviço (adivinhe? o mafioso que lutava contra ela!), sozinha com Yuhei ela ameaça matá-lo.
A forma como Yuhei reage a convence de que ele é um monstro. Veja só, Yuhei é completamente sem emoções (e isso vem desde a primeira temporada, dos flashbacks dele e Shizuo crianças, ela está certa em achar isso dele), e sabendo disso ele se tornou um ator para dar vida às emoções fictícias dos personagens que interpreta. Não sei se eu o chamaria de monstro por causa disso, talvez algum lugar do espectro autista seja mais adequado para ele, mas isso é Durarara, eu entendo onde Ruri quer chegar. Yuhei ainda tem o incrível plano de convencer toda a imprensa que ele e Ruri estão tendo um caso, e contrata Celty para levá-la em segurança até seu apartamento. Depois dos irmãos Heiwajima, ambos “monstruosos”, cada um em sua maneira particular, Ruri conhece Celty, e essa não dá para negar: é um monstro de verdade. Impressionada em ver monstros vivendo vidas normais, Ruri tem uma epifania em seu apartamento e parece muito mais satisfeita com sua natureza monstra agora.
Antes de continuar, quero discutir um pouco a monstruosidade de Ruri. Será que ela é um monstro mesmo? Vendo seu apartamento dá a impressão que ela talvez seja apenas alguém que treinou muito para ser forte. Considerar que ela se feriu gravemente depois de atacada por Shizuo a faz parecer ainda mais humana. Ainda assim, Shinra fala sobre como ela parece se recuperar rápido dos ferimentos, perdendo apenas para, adivinhe só, Celty e Shizuo. Mais importante, a monstra oficial de Durarara, Celty, reconhece a monstruosidade que há em Ruri. Então não me parece que seja apenas super-força resultado de muito treinamento. Ah, e o pai do Shinra liga para o filho falando sobre ela também, sobre haver algum tipo de sangue na linhagem dela ou algo assim. Então ela é sim algum tipo de monstro. Não obstante, agora é um monstro feliz.
E mesmo assim continuará matando. Apenas ficar feliz consigo mesma não deveria ser suficiente para parar de matar? Se fosse só isso, provavelmente sim. Mas quando estava ameaçando Yuhei ela pensou sobre como só poderia matar “um deles”. Quem são os alvos de Hollywood? Ela dizia que matava porque não mereceria ser amada, mas se fosse só isso ela provavelmente teria uma legião de pessoas em sua lista negra, afinal ela é uma idol. Então deve haver algo mais por trás disso e esse algo mais talvez constitua o núcleo do enredo desse arco. Ainda há personagens que aparecem na abertura mas não deram as caras na história, por isso faço questão de enfatizar o “talvez” que acabei de dizer. Mas mesmo que não seja a semente principal do enredo, certamente é algo importante. E a lição do episódio 3 de Durarara!!x2 Shou é: monstros são gente como a gente. Pelo menos em Ikebukuro.