[sc:review nota=3]

 

 

Órfãos da Takahashi-sensei, uni-vos! Finalmente veremos mais uma obra dela brilhando na telinha. E desta vez é Rin-ne, que eu costumo definir para a maioria como uma mistura equilibrada de Noragami e Yuyu Hakusho. E o mais legal: não há tensão romântica. Ainda. Não que borboletas no estômago estraguem uma história, mas só de saber que a grande expectativa para a temporada não será um provável beijo que não viria, me sinto mais calma.

A protagonista desta vez é Sakura Mamiya, uma garota do colegial que possui uma alta sensibilidade espiritual. Ela está frustrada porque sempre pensou que sua habilidade de enxergar e se comunicar com seres de outro mundo diminuiria com a idade, mas não foi isso o que aconteceu. Só resta a ela ignorar o garoto fantasma que a aborda todos os dias no caminho da escola, ou o ocasional chiuaua gigante que aparece em plena sala de aula sem que ninguém note. Curiosamente, mesmo semanas após o início das aulas, a carteira do seu lado direito permanece vazia. O seu dono, Rokudou Rinne, jamais deu as caras nas aulas. Ao menos, até aquele dia.

No meio da aula, tentando ignorar o cachorro, ela percebe que há mais uma presença estranha por ali. Um garoto de cabelo ruivo, usando uniforme de ginástica e uma capa espalhafatosa, tenta conversar com o chiuaua. E é mordido. E devorado. E acaba por aí mesmo. Sakura tenta esquecer o que acabou de acontecer ali e volta a assistir a aula. No dia seguinte, porém, ela descobre que a famosa carteira vazia agora está ocupada justamente pelo garoto devorado pelo cachorro. E agora, todos o veem, inclusive o professor que vem questioná-lo o porquê de estar usando roupas de ginástica, e ainda mais velhas. A resposta deixa bem claro que Rinne não só não tem dinheiro, mas também não tem noção nenhuma de valores. Mas isto ficará mais óbvio um pouco mais a frente.

 

Qual era o tema dessa aula, mesmo?

Qual era o tema dessa aula, mesmo?

 

Uma das amigas de Sakura está com problemas. Todos os dias, no mesmo horário, ela recebe uma ligação de um número desconhecido pedindo que ela se encontre com ele atrás do ginásio às 16:00. Como nossa protagonista bem disse, bastava trocar de número para sumir com o problema, mas qual seria a graça? Rinne estava por perto e aproveita a chance para divulgar uma antiga lenda do colégio sobre uma casinha de instrumentos que realiza desejos caso receba uma oferenda e uma oração. Tudo mentira, claro, ele inventou esta história para tirar proveito e lucrar algum combatendo espíritos. Mas dá certo, ele recebe um pedido e uma oferenda em forma de comida. Em agradecimento, tentará descobrir a origem dos telefonemas e trazer paz à pobre garota assustada. Sakura resolve ir com ele, não por curiosidade nem por altruísmo, mas para garantir que ele devolverá o celular que a amiga esqueceu. LOL.

Rinne logo nota que a chamada vem de um espírito preso à terra e que não consegue se libertar, e resolve rastreá-lo. E daí que notamos de onde vem a sua mania de economia: todos os objetos que ele usa em suas missões precisam ser comprados ou têm o seu uso pago, como o telefone que ele usa para rastrear a ligação (10 ienes por conexão). Eles encontram o garoto morto e usam o manto dupla-face (um lado faz pessoas virarem espíritos, o outro lado faz fantasmas encarnarem) para trazê-lo de volta. Eles vão até o ginásio da escola para tentar descobrir o motivo que ainda o prende à terra, e por acaso encontram o professor responsável por lá. Este ficou com dó da pobreza de Rinne e resolver presenteá-lo com um velho uniforme de educação física. Neste ponto, o fantasma começa a reagir, e eles enfim descobrem sua história. Resumindo a novela mexicana: seu nome é Suzuki, ele era amigo de colégio do professor atual da Sakura, eles trocaram os uniformes por acidente, sendo que no do Suzuki havia um bordado feito pela garota de que ele gostava, sendo assim um objeto de grande estima. Só que ele morreu quando estava indo buscar o tal uniforme, ficando assim preso na terra. Assim que lhe devolvem a roupa (às custas de lágrimas de sangue de Rinne), ele parte em paz.

 

Tem um negócio grande girando no céu. Atenção, porque logo ele será bastante relevante.

Tem um negócio grande girando no céu. Atenção, porque logo ele será bastante relevante.

 

Na volta pra casa, uma boa surpresa: eles conseguem capturar tanto o chiuaua anterior quanto o adolescente que todas as manhãs cumprimenta a Sakura na ida à escola. Seu arrependimento é ter estudado a vida inteira, e só ser notado por uma garota após a morte (no caso, ela só o cumprimentou por não ter notado que ele estava morto). Os dois espíritos se fundem numa forma bizarra de homem-cão maligno e trazem ainda mais problemas para Rinne e Sakura. Eles acabam indo até o outro mundo, em que se encontra a Roda da Reencarnação, e ela sente que já esteve lá antes. O que é verdade, inclusive é a cena inicial do episódio. Bom, tudo dá facilmente certo, tirando os custos dos objetos que Rinne usa, mas como sua caixinha dos desejos se tornou rapidamente popular pode-se dizer que as coisas serão mais fáceis a partir de agora. Ou não. É uma obra da Takahashi-sensei afinal, nada acaba bem sem antes piorar significativamente. Mas pra nós, espectadores, isto é muito, muito bom.

Rin-ne é um anime para quem já conhece o estilo da autora. Claro que novatos são muito bem vindos, mas é que não parece ser uma obra que vá cativar um grande público. Claro, ele é legal e tal. Mas é só isso. Tomara que fique mais empolgante em breve.

 

Sejam generosos com o garoto, por favor.

Sejam generosos com o garoto, por favor.

 

  1. Emmannuel Alexandre

    Pra alguém que ajuda almas perdidas a se desapegarem do mundo físico, Rinne se apega facilmente ao mais simples dos presentes. Ver a dor que ele sente ao ter que retornar o uniforme foi impagável kkkkk.

Comentários