[sc:review nota=4]

Acabei perdendo o timing pra escrever o artigo sobre o oitavo episódio semana passada porque estive muito atarefado, então deixei para escrever um artigo sobre ele junto com o episódio nove. Como há pelo menos um tema importante que começa em um e termina no outro, acho que não ficou muito estranho. O que os dois episódios têm em comum: revelam detalhes sobre a motivação do Cavaleiro Mascarado que luta junto aos lusitanianos. Nada surpreendente depois de outros detalhes já revelados noutros episódios, mas eu esperava que fosse demorar um pouco mais ainda. O que tiveram de diferente: no oitavo o grupo finalmente se uniu (os seis: Arslan, Daryun, Narsus, Elam, Farangir e Gieve) e já lutaram juntos pela primeira vez para emboscar e capturar Kharlam. No nono episódio Narsus e Daryun se infiltraram em Ecbatana para tentar descobrir os paradeiros do rei e da rainha e acabaram enfrentando o Cavaleiro Mascarado enquanto Arslan ficou para trás e se reencontrou com Etoile.

O evento mais importante do episódio oito foi o combate contra as tropas de Kharlan. Enquanto já estavam se preparando para isso com apenas quatro pessoas de todo modo, Farangir e Gieve chegaram e se uniram ao grupo. Farangir porque queria servir ao príncipe, e Gieve porque acalanta o sonho de um dia servir-se da Farangir. Para sorte dele ela é incrivelmente paciente. É verdade que ela é uma sacerdotisa e isso é mais ou menos esperado dela por causa disso, mas ao mesmo tempo ela é uma guerreira. Mesmo como sacerdotisa ela talvez não seja muito comum já que ela acredita que foi enviada para essa missão apenas porque há pessoas no templo que querem se livrar dela. E mesmo sabendo disso ela quer cumprir sua missão até o fim, diga-se. Acho que a Farangir não é um personagem para ser compreendido. Já o Gieve é irritantemente compreensível (embora não muito realista).

Enfim, Narsus planejou e Kharlan caiu direitinho na armadilha. Foi uma coisa meio “ele vai adivinhar mas eu sei que ele vai adivinhar então vou usar isso a meu favor”, mas acho que a execução ficou bastante razoável. Não sei se Kharlan esperava encontrar Arslan com poucas pessoas ao seu lado ou acreditava que ele já teria uma pequena tropa, mas enfiar sua cavalaria no meio de um passo estreito entre montanhas não foi esperto de qualquer jeito. Sei que ele estava com pressa, mas realmente deveria ter enviado batedores subirem os dois lados do estreito antes de atravessá-lo. Bom, ele não fez isso e encurralado no fundo seu exército foi presa fácil para a emboscada preparada por Narsus. As ladeiras ainda eram suaves o bastante para que cavalos montados subissem em alguns pontos, mas mesmo assim, no escuro, eles eram presa fácil. E ainda entraram em pânico com a possibilidade de estarem cercados por um exército inteiro, e debandaram desorganizados quando um astuto tremor que eles não sabiam mas foi causado pelo desmoronamento de algumas rochas acompanhado da chegada de Daryun fez parecer que o poderoso general chegava com uma numerosa tropa.

Kharlan ficou e lutou, Arslan estava disposto a capturá-lo e poupar sua vida, mas ele lutou até o fim. Não foi morto por Daryun, mas acabou se acidentando com a própria lança quebrada. Uma fatalidade terrível que manteve os heróis sem saber porque Kharlan os traiu. Nesse ponto da história eu achei que Arslan Senki havia se dado uma boa desculpa para manter a audiência no escuro sobre as motivações do Cavaleiro Mascarado, mas que nada. No final do episódio ele se revela para o capturado Rei Andrágoras como filho do antigo rei de Pars que ele havia deposto. A única coisa que permanecerá em segredo por algum tempo é a motivação do próprio Kharlan, mas como ele está morto isso é só uma curiosidade agora.

Até o cavalo da Farangir parece badass

Até o cavalo da Farangir parece badass

No episódio nove Daryun e Narsus se infiltraram em Ecbatana para tentar descobrir onde o rei (que Kharlan afirmou ainda estar vivo) e a rainha (que Elam descobriu estar viva quando se infiltrou) estavam. Não descobriram nada, exceto que apenas Kharlan e uns poucos de confiança dele saberiam onde Andrágoras estava, o que aumenta a probabilidade de ser verdadeira a hipótese de Andrágoras estar sendo mantido vivo apenas por vontade do Cavaleiro Mascarado, talvez sequer sem o conhecimento do exército lusitaniano, o que pode trazer algumas implicações interessantes. Ainda sobre o Cavaleiro Mascarado, ele parece ter como aliado um, na falta de termo melhor, xamã estranho (e também mascarado) que afirma ter sido o responsável pelo nevoeiro em Atropatene. A aliança entre eles não parece ser do tipo inquebrável, contudo, e esse xamã certamente tem sua própria agenda que em algum momento poderá divergir da do Cavaleiro Mascarado.

Eventualmente Daryun e Narsus acabaram lutando contra o Cavaleiro Mascarado que, apesar do poder dos dois, conseguiu lutar muito bem contra ambos simultaneamente. Eles fogem de Ecbatana depois da luta. Em Ecbatana as coisas não vão tão bem assim. O bispo está insatisfeito com a atitude do rei de manter viva a rainha de Pars e como demonstração de poder ele manda queimar todos os pergaminhos da biblioteca real de Ecbatana em praça pública, com a presença de autoridades – e ele não perdeu a oportunidade de provocar o próprio rei, que apesar de ser um gordo bobão que só faz gordice percebeu a provocação e não ficou feliz. Assim, o alto comando lusitaniano está potencialmente rachado em três: o rei, seu irmão (com apoio do Cavaleiro Mascarado), e o bispo.

Enquanto isso Arslan insistia estupidamente em acompanhar Elam até um poço buscar água, onde ele poderia ser encontrado perigosamente perto de Ecbatana, e consequentemente reconhecido. E ele foi, e além de se arriscar e de não ajudar, atrapalhou arrebentando a corda e derrubando o balde no poço. Boa, Arslan! Mas isso permitiu que ele estivesse lá para defender uma garota parsiana e seu pai de soldados lusitanianos que ameaçavam matar a garota se o velho não desse dinheiro ou qualquer outra coisa de valor para eles. A arma que ele escolheu para tão nobre empreitada foi uma enxada. Ok, eu entendo que usar sua espada real seria uma má escolha nesse momento, aumentando a chance de que fosse reconhecido, mas uma enxada? E por que ele não tem uma arma boa e normal, de todo modo? Enfim, foi mais uma prova de caráter, porque provavelmente Arslan não teria chance nenhuma se Etoile não estivesse no comando e não tivesse chegado a tempo de interromper os seus subordinados. E eles se reencontraram e se reconheceram. Conversaram em uma casa abandonada um pouco, onde descobriram que nenhum dos dois mudou muito de postura (bom, Arslan mudou bastante em relação ao escravismo mas não aproveitou a oportunidade de falar sobre isso porque não queria revelar que é o príncipe). Em seguida Elam chegou e aí a coisa ameaçou ficar suja, mas Arslan interveio e Etoile partiu em paz, devolvendo o favor de anos atrás.

Depois de todos esses reencontros e de todas essas informações reveladas, imagino que Arslan Senki irá mudar de ritmo conforme Arslan deverá agora dar a volta em seu reino para verificar a situação e reunir aliados para expulsar os lusitanianos. A política palaciana de Lusitânia, a agenda do Cavaleiro Mascarado e de seu aliado xamã, e o crescimento pessoal de Arslan e Etoile são os temas que mais me chamam a atenção e que quero ver desenvolvidos.

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