[sc:review nota=4]

 

 

Megumi e Souma são bem diferentes um do outro, não só na aparência mas também no modo de cozinhar. Enquanto ele já terminou os seus pratos com folga, ela é uma das mais atrasadas da competição, mas em compensação seus pratos são dos mais elogiados pelos clientes. Creio que ela seria uma excelente chef de restaurante de classe exclusivo, em que os consumidores não se importassem em esperar (e pagar) mais um pouco para obter refeições perfeitas. Além do mais, a pressão em uma cozinha assim seria menor, o que é ótimo pra ela que não sabe trabalhar direito quando forçada. E isso é provado, mais uma vez, quando ela e seu parceiro dão azar e são tutelados pelo senpai mais babaca de toda a viagem escolar, e desta vez, ela está sozinha.

Souma estava a caminho da banheira quando topou com Erina no caminho. Ele entraria, e ela já estava fora. Normalmente esse esbarrão geraria aquela cena ecchi clássica em que ele cairia por cima dela, talvez visse/tocasse em locais inadequados, gerando um flagra indiscreto, um tapa, rostos vermelhos… Mas como os elementos ecchi do anime diminuíram drasticamente desde o primeiro episódio (só agora percebi isso, e agradeço), nada disso aconteceu. Aliás, o garoto tava pouco se lixando pra pele exposta dela, só manteve o decoro mínimo em tentar ajudá-la a levantar – sendo rejeitado, claro. E ainda mantém uma conversa informal com ela como se não tivesse noção de que ela o odeia, e provavelmente não tem. Essa cara de pau dele é uma das melhores coisas como protagonista, e a indiferença pelo sexo oposto em geral me deixa incomodada, mas no Souma parece funcionar. Se não fosse assim, talvez o antagonismo entre ele e a loira mimada não existisse, daí nao teria a menor graça. Só essa tensão amorosa podia sumir logo, sou shippadora feroz de Souma x Megumi e Erina x Hisako. A Hisako é tão amorzinho, gente!

 

Não garota, não foi vem assim que rolou não...

Não garota, não foi vem assim que rolou não…

 

Finalmente, banho livre! Só que não. A banheira masculina já está ocupada por Doujima Gin, aquele super ex-aluno que é o atual diretor do resort Tootsuki, brochando temporariamente o garoto. Doujima conta que todos os anos aposta consigo mesmo se consegue terminar seu banho antes que o primeiro aluno termine de servir os pratos; se algum aluno o interrompe, isso demonstra potencial. No ano anterior, também foi interrompido no meio, na ocasião pelo talentoso Isshiki-kun. Só nesse momento é que o bastardo do Yukihira se toca de que Erina terminou seu serviço ainda mais rápido do que ele, o bestão. Se bem que velocidade não necessariamente significa talento, e me incomoda que esse seja um critério de eliminação diária. Mas mais uma vez, eu não apito nada ali, então…

No fim da conversa, Takumi aparece. Ele é o segundo a terminar a prova, e sua raiva pelo rival só aumenta quando percebe a intimidade com a qual ele e o diretor estão se tratando. Pobre ruivo, nunca será eleito o rei do baile. Ele tá tão preocupado com isso, que sai do banho direto pro quarto do exausto Marui pra jogar cartas com o pessoal. Três minutos depois, metade deles está desmaiada. Essa budega é tudo fogo de palha, viu, mas eles estavam mais do que certos. Precisavam descansar, afinal, o dia seguinte seria igualmente tenso. Shinomiya-senpai ficou responsável pela turma de nossa dupla dinâmica, o que resumidamente, significa que eles tomaram muito no rabo. Lembram dele? É o chef que expulsou um aluno por causa do cheiro de seu shampoo. E como a sua frescura não tem limites, ele estabelece de cara que a prova será individual, e que será proibida a troca de informações e conselhos.

 

Doujima reconheceu o sobrenome Yukihira. Hmmn, aí tem coisa.

Doujima reconheceu o sobrenome Yukihira. Hmmn, aí tem coisa.

 

Resumo da prova da vez: terrine de nove vegetais. Uma receita delicada e complicada, cuja elaboração começa já na escolha dos ingredientes. Há o bastante para todos, mas nem todos estão frescos, o que prejudica a lerda Megumi. Como desta vez ela não contará com Souma para salvar o dia, terá de usar sua própria força. Não que as coisas comecem bem, afinal ela só conseguiu couves-flor oxidadas. Como parte da avaliação do terrine vem da apresentação, usar vegetais escurecidos pode eliminá-la sem piedade. A solução encontrada é simples: clarear o alimento com vinagre de vinho. Uma ideia simples que salva o seu prato bem a tempo da avaliação. Mas não a salva de falhar na excecução. A demissão a atinge como uma flecha bem no peito, dolorosa e implacável. Mas isso nem é o pior, o que realmente dói é saber que Shinomiya colocou vegetais frescos insuficientes de propósito, para que os alunos mais lentos se fossem castigados. Além disso, o prato dela estava muito bom, mas como a receita foi alterada ele foi rejeitado. Claro que o grande Souma, defensor dos fracos e oprimidos, não deixa por menos e vai lá queixar a decisão, mesmo correndo o risco de ter a sua aprovação retirada. Só o impedimento da garota o acalma, e ele respira fundo antes de se acalmar. E convocar o chef para o shokugeki. OI? Garoto, você bebeu vinagre? Desafiar alguém numa patente ainda mais alta do que a Erina, que pode ferrar permanentemente a sua carreira como cozinheiro? Nem me empolgo em torcer contra você porque eu já sei que vai ganhar, e também porque é a aprovação da Megumi que está em jogo. Mas esta sua ascenção acelerada deixa o anime bem, bem desconfortável e não ajuda a simpatizar com o garoto. O poder do protagonismo alcança níveis altos demais pro meu gosto, e se eu não gostasse tanto do anime e se não tivesse me comprometido com estes artigos, provavelmente adiaria este anime pra só continuar lááááá na frente. Quem sabe. Talvez.

 

Ele é sua última esperança, minha Megumi-chan.

Ele é sua última esperança, minha Megumi-chan.

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