Metade do anime já passou e todos ali têm suas preocupações. Embora nem todo mundo seja tão pobre que mal tem onde cair morto, tendo que cuidar de quatro irmãs mais novas (uma doente) e dar uma bronca severa no próprio pai que mal consegue sustentar a casa, cada um tem suas preocupações legítimas com o futuro ou responsabilidades.

Já a protagonista quer fazer cocô em casa porque não tem banquinho pra apoiar os pés na escola.

A Hime é uma princesa não só no apelido e no nome (“hime”, o apelido dela retirado de seu nome – Himeno – significa “princesa” em japonês), mas uma legítima descendente de uma princesa de algum antigo domínio feudal japonês. E leva, mesmo para os padrões japoneses modernos, uma verdadeira vida de princesa. Tem tudo o que uma garota de sua idade poderia querer, seus pais lhe garantem todas as necessidades materiais, biológicas e o tanto que lhes cabe das necessidades emocionais da garota também. Ela não precisa fazer nada da vida, só estudar alegremente com suas amigas queridas.

É apenas natural que suas maiores preocupações sejam seu cabelo, seu peso, enfim, sua aparência em geral. Enquanto isso Kyouko precisa ajudar seu pai gordo e ligeiramente incompetente em casa. Ele parece ser um jornalista investigativo que escreve livros a partir de suas grandes pesquisas, não parece? Foi a impressão que eu tive. Mas de alguma forma, parece que o sucesso dele foi mais ou menos um acaso, uma sorte, e agora ele vive sob constante pressão para continuar escrevendo bons livros do mesmo nível. Ele tem talento, mas não tem disciplina. Sem sua filha rígida talvez ele já tivesse desistido. Não creio que teria se tornado miserável por isso, mas a qualidade de vida da família sem dúvida iria diminuir.

Alguém precisa garantir que esse gordão faça seu trabalho direito

Nozomi por sua vez não parece ter nenhuma preocupação de ordem material, mas ela meio que não sabe se o caminho que está seguindo é o certo. Ainda uma adolescente tão jovem e já é uma mestra em qualquer que seja a arte marcial que se ensina no dojo de sua família. Ela não escolheu isso, apenas seguiu os passos dos pais ou irmãos ou tios ou sei lá e agora já está construindo uma reputação respeitável para si mesma. Talvez possa herdar o dojo um dia, se quiser. Mas é isso que ela quer? Ela nunca fez outra coisa, nunca sequer teve tempo ou oportunidade para pensar nisso. E quanto melhor mestra ela se torna em seu dojo e mais respeitada ela é, mais difícil sente que seria abandonar tudo aquilo. Tomar escolhas para a vida toda não é fácil.

Aquele momento que Nozomi para e pensa se está seguindo o caminho certo em sua vida

E então temos a Manami. A situação de pobreza de sua família já era conhecida, e esse episódio construiu um pouco mais em cima disso. Sua família mora em um santuário e, sendo uma garota jovem, da idade ideal, a única disponível, ela é a sacerdotisa. A coisa meio que caiu no colo dela, como o dojo caiu no colo da Nozomi. A Manami não acredita em nada do que seu próprio lar e sua posição representam, e é compreensível que não acredite, mas eles moram no templo e um templo precisa de uma sacerdotisa então isso é algo que ela tem que fazer, e ela faz. Além disso, não é como se ela pudesse arranjar um trabalho de meio-período, porque a escola proíbe, então se ela está presa nesse papel de sacerdotisa, ainda que não acredite em nada do que isso represente, não há mal nenhum em aproveitar para ganhar uns trocados a mais e ajudar a fechar as contas do mês. Sua família precisa desesperadamente disso, afinal.

Mesmo assim, seu pai não ajuda. Então coloque-se no lugar dela, dando tudo de si, sentindo que está abusando da fé das pessoas já que não acredita no que ela mesma faz, sendo uma estudante modelo na escola certamente para arranjar uma bolsa para uma boa faculdade e melhorar sua vida e de suas irmãs, assumindo responsabilidades extras na escola para esse fim também, arranjando ainda tempo para cuidar das irmãs, e … tendo o pai que tem. Se ele arranjasse um emprego de verdade ela teria mais tarefas para fazer em casa, mas teria segurança financeira. Se ele se dedicasse de vez à sua arte pelo menos teria a desculpa de estar seguindo honestamente seus sonhos. Mas ele não faz nem uma coisa nem outra. Manami só disse verdades, ele sabe disso e por isso escutou tudo em silêncio.

E agora para algo totalmente diferente.

A construção de mundo de Centaur no Nayami nunca para de me espantar. Como sempre, nada chocante o bastante para me fazer sair totalmente da história, mas tudo louco o bastante para, em alguns casos, eu pausar, voltar e assistir de novo para ter certeza do que vi, li ou ouvi. Mais de uma vez, em algumas cenas. Então você pode ser preso por acusar falsamente alguém de pintar o cabelo? Eu sei que o Japão, o meu, o seu, o nosso Japão, é um lugar verdadeiramente chato, perturbador com isso. Se você tem o cabelo ligeiramente acastanhado, ao invés do preto padrão de todo mundo, vão achar que você pinta e vão te dizer para “parar” de fazer isso. É contra as regras pintar o cabelo! E se conseguir convencê-los, talvez ainda te mandem pintar o seu cabelo para ficar igual a tudo mundo. “O prego que se destaca da madeira será martelado” é um dito popular e muito verdadeiro.

Então, quero dizer, é até satisfatório ver um professor bully desses ser punido, mas ser preso parece um exagero não importa o quanto eu pense sobre isso. Mais inacreditável é um anjo não poder cortar a própria auréola, que é só cabelo, afinal, como já era visível desde o primeiro episódio para quem prestou atenção. Se não tiver a auréola por razões genéticas ou se cortá-la por acidente, precisa de um certificado oficial atestando isso para quando for parado por policiais. Porque vai ser parado por policiais. E se tiver cortado por vontade própria? Suponho que os já citados “campos de reeducação” estejam aí para casos como esse. E o que é o “Partido Democrata-Comunista” dos Estados Unidos? Elegeram o presidente ainda por cima!

É bom ter uma boa explicação, legalmente aceita e registrada em cartório, para ter o seu cabelo do jeito que você tem

Curiosidade: segundo li, nos kanjis usados no mangá pode significar tanto Democrata-Comunista quanto Democrata-Republicano. O kanji da discórdia é “共”, que adquire o significado de “comum” na forma como é usado tanto em “república” (共和) quanto em “comunismo” (共産). Num caso se lê, grosso modo, como “harmonia comum”, e no outro como “produção comum”, que são aproximações bastante razoáveis dos conceitos ocidentais respectivos. Não sei se o autor esclareceu o uso pretendido, mas “Democrata-Republicano” faz um enorme sentido por justapôr os nomes dos dois partidos relevantes americanos. Apesar disso, o anime foi com “Democrata-Comunista”, o que, se não foi decisão do autor, pode muito bem ter sido decisão dos chineses que estão investindo e fazem parte do comitê de produção.

E encerro esse artigo com outra curiosidade, essa uma curiosidade histórica: no Japão real “bárbaros do sul” eram os europeus. Bom, é verdade que a Europa ficava no longínquo oeste, mas do ponto de vista dos japoneses eram frotas navais que chegavam pelo sul, não é? Enfim. E houve intenso comércio de escravos japoneses para a Europa, de modo que a ideia da princesa sequestrada não é em nada absurda ou fora da realidade. Em Portugal, que provavelmente foi o primeiro país a levar japoneses para a Europa e o primeiro ocidental a escravizá-los, o comércio de escravos japoneses e chineses foi proibido em 1571.

  1. Gostou tanto da segunda parte que começou o post por ela!

    Pois é, os problemas das outras garotas destacaram como as preocupações da Hime são bobas e como a menina é mimada. Não que eu não goste da personagem, mas parece que sem querer ficou demonstrado que ela não amadurece mentalmente de tão bem tratada que é por seus pais. A própria mãe reconheceu que ela cresceu no tamanho, mas ainda é uma criança no modo de agir na cena da porta da casa. Só não percebe quem são os culpados…

    Enquanto que a Manami é quase o oposto da Hime, podemos ver isso quando os colegas comentam como ela age como uma mãezona ou uma chefona e vemos que ela tem um ar mais sério, parecendo ser mais velha, consequência do que ela passa.
    A garota está carregando um monte de responsabilidades nas costas e vem ouvir do pai que ele quis dar uma ajuda com a janta. Não foi à toa que ela deu uma desabafada discreta em cima dele.

    E quem diria que até a Nozomi tem preocupações! Justo ela que é tão desleixada!

    A Kyouko me chamava a atenção por ser a menos alienada, é sempre ela quem menciona algo sobre a lei de discriminação ou percebe algo estranho ao redor. Achava que ela fosse filha de um advogado ou de alguém que trabalha nos tais reformatórios. Ser filha de um jornalista faz bastante sentido também!

    E parece que ela tem algo em comum com a Manami: ausência da mãe.
    Pois além de ajudar no trabalho e fiscalizar o pai, ela foi cozinhar a janta antes do irmão chegar a casa! Isso me deu a entender que a mãe não estava lá, ela não é mencionada quando o pai sugere comer fora e a Kyouko só lembra-se do irmão.

    Mais um mistério desse anime: o que aconteceu com essas mães ausentes?
    Afinal, com uma lei antidiscriminação tão draconiana presente nele, podemos pensar que elas estão presas.

    Até a próxima!

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      O que eu gostei mais da primeira parte foi de ver as garotas com penteados diferentes =P

      E bom, sobre a Hime, “Preocupações da Centaura” é o nome do anime, né? Não sei se era a ideia desde o começo, mas pelo menos nessa altura da história tenho certeza que o autor quer retratá-la dessa forma contrastante com as demais personagens. E sendo um slice of life, é pouco provável que ela mude.

      Bom, o pai ajudar com a janta normalmente é algo bom, não é? O problema é que o pai da Família Mitama trabalha, pinta e cria cinco filhas, mas é meia boca em tudo que faz. Ele pinta, mas só quando “vem a inspiração”. Ele cuida das filhas naquelas … sobrou tempo, então foi fazer a janta. Ele deve quase ficar feliz porque a mais nova é visivelmente miscigenada, porque isso garante uns trocos do governo. E o trabalho dele é literalmente de _meio_ período. Claro que a Manami fica furiosa. Claro que ela é forçada a amadurecer muito antes da hora, a ponto disso ser perceptível por todos com quem ela convive, a ponto dela ser grossa com seus colegas de escola que só estão tentando “viver a juventude”.

      Eu tinha dado pela falta da mãe no caso da Kyouko também, mas por alguma razão não liguei todos os pontos: é verdade, a família da casa é mencionada e a ausência de uma mãe é notável. Não escrevi nada porque não queria parecer que estou especulando demais sem informações suficientes, mas isso estava aí o tempo todo debaixo do meu nariz. Provavelmente não há mesmo figura materna naquela casa.

      Sobre a mãe da Manami, eu acredito que tenha morrido. Talvez no parto da mais nova? Já a mãe da Kyouko eu não me arrisco. Vou de divórcio mesmo. Bom, pessoas morrem, ainda que seja pouco comum, então acho que ainda não dá para traçar um padrão a partir disso, mas se fosse para especular livremente, eu apostaria que o número de divórcios é maior nesse mundo. Por quê? Não sei. Tenho esse feeling, parece um elemento que combinaria com esse sociedade.

      Obrigado pela visita e pelos comentários! =)

  2. E vamos falar de cabelo!
    Eu também assisto e reassisto esse anime para ter certeza de que entendi direito as coisas.
    Enquanto as meninas comentavam sobre cortes de cabelo, chega a Manami para participar da conversa e aí eu sou surpreendido duas vezes.

    Na primeira, ao saber que o autor criou uma explicação biológica para as auréolas dos anjos, elas são feitas de cabelo sustentadas por um único fio! Eu achava que fosse desleixo de quem coloriu os desenhos, por isso auréola e cabelo com a mesma cor.
    Na segunda, me cai o queixo, ela não pode cortar aquilo porque será acusada de discriminação por não valorizar sua origem! A pessoa-anjo precisa de atestado para comprovar que nasceu sem auréola ou sofreu um acidente com a tesoura no cabeleireiro quando for abordada pela polícia! Já pensou essa situação no nosso mundo: Um negro de cabelo alisado e loiro ou um japonês de cabelo black power ou então um loiro de olhos azuis usando dread locks ser parado pela polícia por estar desrespeitando suas origens? Que absurdo! Esse mundo da centaura é medonho!

    E triste! Ninguém reclama dessa invasão de privacidade, desse abuso de autoridade!
    Apenas acham trabalhoso ter de se explicar às autoridades…
    Aí, a Sassassul me decepcionou como personagem, esperava que ela existisse para servir de contraponto, um ponto de vista de fora, mas não, está tudo bem pra ela também!
    Só demonstrou interesse pelo mito da origem do cabelo vermelho da Hime.

    E aí eu defendo o professor que implicou com o cabelo dela.
    Ele fez somente o trabalho dele, não acho que precisava ser preso.
    A Kyouko comentou que centaura de cabelo vermelho é rara, então, ele poderia desconhecer isso.
    E por que a Hime não tinha um atestado para comprovar que a cor do cabelo era natural?
    Ou o tal atestado só é emitido para justificar a falta de um detalhe físico?
    Achei a prisão injusta!
    E como ela ocorreu? Alguém o denunciou, ele foi flagrado ou os pais da Hime o acusaram?
    Ela poderia ter demonstrado alguma reação sobre isso, pelo menos, uma cara de satisfação.
    Mas isso iria ficar feio numa princesinha, né?

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Ah, eu tinha sacado que as auréolas eram cabelo desde o primeiro episódio. O fio que as liga à cabeça está lá desde sempre, e como tem a mesma cor, só podia ser isso. Aliás, nem me ocorreu que isso pudesse ser de alguma forma polêmico ou que alguém pudesse ter dúvidas disso Oo. Achei que as dúvidas fossem ser mais na linha “como o cabelo se mantém naquele formato naturalmente” =D

      E aliás, já que estamos falando de cabelos de anjos, deve ter percebido que até agora todos os anjos que apareceram no anime têm cabelos claros, né? O mais escuro que vi foi um castanho tão claro que é esbranquiçado. Um candidato a anjo de cabelo negro aparece em meio à multidão no meio do trem no episódio da confissão para a Hime e da exploração das vaginas das garotas, mas está muito no fundo e está com resolução ruim, não dá pra ter certeza que é anjo mesmo – e pode ser mestiço, mesmo se aquilo for uma auréola de anjo.

      Eu pensei a mesma coisa que você sobre o corte da auréola: um negro no nosso mundo seria proibido de alisar? Que bizarro! Mas a maioria das pessoas não pensa muito sobre a razoabilidade de leis, apenas sobre o que as perturba ou não, então o comportamento de todo mundo ali é compreensível – ainda mais em um mundo com tanta doutrinação a esse respeito.

      A Sassassul é a mais bizarra de todas, acho que não serviria como um bom contraponto =D Mas ainda estou para ver a que ela veio, também.

      E eu não defendo o professor não. Não defenderia nem se fosse aqui no Brasil – deixa cada um ter o cabelo que quiser! Já acho isso como regra escolar (o caso do Japão do mundo real) um absurdo, que dirá como lei (no anime)! Mas ok, se existem leis nesse mundo e os professores devem fazer sua parte e ajudar a fazê-las cumprir, faz sentido, não é? Faria, se cabelo ruivo fosse absolutamente inexistente entre centauros. Não é. É muito incomum no Japão (assim como entre japoneses reais), mas não impossível. No resto do mundo é menos incomum (ainda que provavelmente continue sendo menos comum que outras tonalidades, da mesma forma como são os ruivos do mundo real). Então não havia lei nenhuma sendo necessariamente quebrada.

      Mas mais do que isso, ele não cobrou uma ou duas vezes. Ele molestou a garota de tanto cobrar. Como eu escrevi no artigo e como já li por aí, isso é algo que ocorre no Japão de verdade: professores assediam moralmente alunos que estejam fora dos padrões estéticos, _mesmo_ se não houver regra nenhuma sobre isso. Caem no absurdo que eu exemplifiquei: cobram que “as regras” sejam seguidas e que o aluno em questão pare de “pintar o cabelo”, mas quando fica claro que o cabelo não está sendo pintado, em muitos casos são rápidos em “esquecer das regras” e _mandam_ pintar o cabelo para “ficar igual” e “não causar mal entendido”. É bizarro! Acho que esse caso específico foi uma cutucada nesse tipo de cultura, com o twist padrão de Centaur no Nayami sobre leis e preconceito.

      • Eu posso não ter percebido o detalhe do fio do cabelo de anjo porque meu monitor é pequeno, só prestei realmente atenção quando comentaram isso no episódio. Como manga´é geralmente preto e branco, isso fica bem disfarçado e optaram por cores claras para colorir.
        Eu já tinha gostado desse seu exemplo do cabelo no Japão e é mesmo bem isso como diz aquele ditado sobre o prego que se destaca.
        Posso concordar que ele estava errado em pegar no pé da Hime, mas prisão me pareceu excessivo.

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        Ah, com certeza não percebeu por causa da resolução baixa. É só um fio, afinal. O que dá o que pensar: plataformas móveis, com suas telas pequenas, estão avançando, inclusive para reprodução de vídeo. Futuros produtores precisam levar isso em consideração.

  3. E voltando ao mito do cabelo vermelho.
    Eu acho que a tatatatatatatatatata… tataravó da Hime foi estuprada…
    No início, a Nozomi pergunta se a Hime é mestiça, ela responde que não é e depois da história contada a Nozomi conclui que são mesmo mestiços…
    Se formos prestar atenção a alguns detalhes, notamos que a princesa centaura foi encontrada em trajes que não pareciam de trabalhador braçal e a Hime menciona que depois do resgate as meninas da sua família passaram a nascer com cabelo vermelho. Por que mencionar o resgate e não com quem a princesa casou como o princípio? Porque mencionar o marido da princesa seria admitir que o cabelo vermelho já ocorria em outra família japonesa. Mas preferiram usar o resgate como referência…
    E observando que os escravos centauros tinham as cabeças cobertas, dificultando a identificação…
    E se os bárbaros pretendiam usar a princesa como reprodutora…
    Daí se conclui que…

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Tenho certeza que ela foi estuprada. Se teve ou não um marido depois eu não sei, apostaria que sim, mas talvez tenha sido só de fachada.

      Os “bárbaros” muito provavelmente eram portugueses (ou seu equivalente em Centaur no Nayami). Eles foram os maiores comerciantes no Japão, inclusive de escravos, até o xogunato banir estrangeiros e manter apenas um entreposto holandês como porta para o mundo, por onde duvido que tenham saído muitos escravos, se é que saiu qualquer um, justamente por causa da fragilidade da situação.

      • Você tem certeza!
        E eu querendo ser sutil…
        xD

        E eu acho bem provável que ela teve marido, se nos dias de hoje, mãe solteira no Japão ainda é malvista, imagine na era feudal…
        A família pode ter pago um bom dote para manter as aparências e tiveram a sorte da criança nascer centaura, não um híbrido.

        Esqueci de comentar esse dado histórico que você mostrou e ainda não procurei no Google.
        Nem me passou pela cabeça a possibilidade de comércio de escravos japoneses, afinal, lembramos mais dos africanos.
        Mas havia, pois os próprios japoneses escravizavam seus conterrâneos.
        Temos que lembrar que se havia comércio de escravos, havia gente lucrando com isso dos dois lados como acontecia com os africanos, não era só o colonizador branco europeu malvado.

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        Eu também tinha achado que era lorota inventada pelo anime a história de escravos japoneses, ainda mais levados até a Europa, mas parece que não só esse comércio existiu como foi bastante numeroso, a ponto de ficar a cicatriz na história e de ter influenciado o xogunato a se isolar, expulsando os estrangeiros. Assistindo anime e aprendendo =)

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