Em um episódio mais movimentado os personagens centrais demonstraram um pouco mais de carisma e personalidade, tornando a trama mais interessante. Vamos em busca da batida perfeita?

Se ela não vier para atazanar geral eu vou me sentir enganado pelo anime!

A interação entre o Arato e a Lacia foi bem fofa e divertida, servindo para reforçar o quanto a robô é uma IA extremamente avançada, pois é capaz de perceber as menores nuances nas pessoas e agir de uma forma a tentar resolver problemas que sequer foram citados pelos humanos a sua volta. Não diria que só isso já sirva para definir a personalidade dela ou lhe conferir grande carisma, mas com certeza já ajuda, o que também me faz pensar em algo até óbvio, que ela se uniu ao Arato por algum interesse que ainda não é claro – ela é inteligente demais para não ter um. Não que isso virá a fazer algum mal a ele, mas como a Kouka e o próprio Arato apontam nesse episódio, o dono é aquele que assume a responsabilidade pelo que a hiE fizer, sendo assim, uma hiE se associar a um dono pode ser útil a ela caso queira fazer algo perigoso – como a Lacia provavelmente quer, e pela cena final do episódio fica claro que é por isso que a Kouka quer que o “hacker de quatro olhos” vire o seu dono.

Será que o pai dele esteve envolvido na criação da Lacia e das suas irmãs? Será que ele incumbiu a Lacia com a tarefa de parar o que quer que as suas irmãs estejam planejando fazer? Essas e outras respostas ficarão para depois, por ora é mais importante falar do sequestro da nossa protagonista!

E lá vou eu shippar humano com robô como faço em Nano List – webtoon que indico muito.

Confesso que não achava que aquele homem que se alterou episódio passado fosse aparecer de novo sequestrando a Lacia e, apesar de mal poder ser considerado um foreshadowing, isso foi bom para não tornar a situação toda aparentemente aleatória. Poderiam ter mostrado a cena dela sendo sequestrada, mas acho que gastar mais tempo com a luta no final e a cena no quarto do “hacker de quatro olhos” era mais importante. Contudo, o mais bacana dessa situação nem é ela fazer sentido, isso é o mínimo, mas ter servido para tornar o protagonista mais interessante e carismático, para mostrar que ele tem uma personalidade legal e que não é só um “borra-botas” – como às vezes protagonistas de anime são. Ele foi atrás de recuperar a sua hiE “roubada” – confesso que seres tão parecidos com os humanos serem considerados apenas “mercadoria” me incomodou um pouco, apesar de fazer sentido –, pediu ajuda aos seus amigos por saber que provavelmente não daria conta de encontrá-la sozinho e mesmo sendo fraco se impeliu a defendê-la do lunático que a sequestrou – o qual inclusive era a pessoa por trás da destruição de hiEs que estava acontecendo naquela região.

Se não me engano, no episódio passado supus que isso tinha a ver com as outras hiEs irmãs da Lacia, mas parece que não era exatamente assim – apesar delas realmente terem atacado aquela hiE no episódio um –, o que me faz ficar um pouco mais distante de entender o que elas querem, mas uma coisa é certa, a cena em que ele ataca o Arato diretamente comprova que seja hiE ou humano, elas não vão evitar de machucar quem quer que entre em seu caminho. Dá até para dizer que ela sabia que a Lacia ia repelir o ataque, mas, de toda forma, ela correu o risco de matar o garoto. Aliás, toda aquela cena de ação em que a Kouka enfrenta a sua “onee-sama” foi um ponto forte do episódio, mas antes de falar disso tenho que falar sobre como a tecnologia pode ser uma faca de dois gumes.

Essa foi para quem achava que ele era um bundão de marca maior! That’s Arato for you!

Um ponto positivo do anime é a sua ambientação, pois, por exemplo, a cena em que ele sai com os “óculos multifuncionais” e pega um táxi auto-dirigível mostra bem como naquela sociedade o avanço tecnológico é algo já completamente integrado ao dia a dia das pessoas, o que também vemos quando os personagens citam que usaram a tal conexão anti-corporal e que, apesar de em um primeiro momento ela ter sido útil ao lunático, em outro ela o prejudicou, pois foi através dela que o amigo do Arato ajudou a Lacia. A intenção dela ao chamá-lo me pareceu ser ver até onde ele seria capaz de ir, se ordenaria a morte de um humano – e até para ela poder atacar o sequestrador. Digo isso pois ficou claro que ela poderia se livrar do cara a qualquer momento e voltar tranquilamente.

Enfim, tecnologia demais às vezes pode ajudar e às vezes pode cavar a sua cova, o que aconteceu com o sequestrador e, de certa forma, está acontecendo com o “hacker de quatro olhos” – parece que gostei mesmo de chamar ele assim… –, pois é por causa do seu conhecimento dessas tecnologias que ele pode ser útil a Kouka, fazendo ela tomar a família do garoto de refém e “sugerindo” que ele se tornasse seu dono para assumir a culpa pelas coisas que ela provavelmente irá fazer. Aliás, ela ter aparecido ajudou a movimentar ainda mais as coisas e, apesar de ter mostrado uma personalidade bem manjada com todo aquele “onee-sama” para cá e “onee-sama” para lá, não desagradou ao ponto de se tornar chata. Ela claramente está fazendo a trama andar por debaixo dos panos. Inclusive, na prévia do próximo episódio fica claro que ela vai fazer alguma coisa realmente “grande”.

Uma luta rápida, mas agitada e até um pouco empolgante! E as armas delas também ajudam!

Beatless é um anime do gênero sci-fi com um universo interessante e uma estrutura narrativa que poderia ser mais manjada, mas até que está sabendo construir a sua história com um mínimo de personalidade, mesmo sem ainda explicitar as reais motivações das hiEs centrais – as quais devem ditar o ritmo da obra. Espero que o anime continue assim, que a interação entre o protagonista e a Lacia melhore ainda mais, que os personagens secundários apareçam mais e que também possamos ver as outras hiEs agindo mais efetivamente – não só a Kouka – em prol de seus objetivos.

O questionamento das hiEs terem alma ou não continua sendo explorado de forma rasa na história, mas está ali, é citado e, se pensarmos bem, tanto a Lacia quanto a Kouka agirem de forma “calculista” – assim como as outras também devem agir – é algo que deve se ligar diretamente ao debate dessa questão, pois, suas atitudes tão sofisticadas são mesmo apenas parte de uma programação altamente complexa ou elas realmente já desenvolverão autoconsciência e algo que, mesmo que só “poeticamente” falando, pode ser equiparável a uma alma? O anime com certeza irá discutir isso e aguardo ansiosamente para quando esse tópico for aprofundado. Beatless não está tão fantástico quanto a performance das hiEs, mas pode agradar a nós, meros humanos que o assistem!

Sorriso de quem era para obedecer, mas vai acabar mandando!

  1. Ainda acho que o protagonista é um ciborgue, tomara que seja isso mesmo, tipo ele ter partes mecânicas no corpo todo, acho que aconteceu algum acidente e o pai dele recontruiu a maior parte do corpo dele, dai ele vai ser tipo foda.(minha teoria).

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