Por que corrente alternada? Acho que o título do artigo da semana passada casaria melhor com o episódio dessa semana, pois temos toda aquela cena dos amigos da Hitomi montando um grupo de investigação para saber o que estava acontecendo com ela, grupo esse que conseguiu pensar em hipóteses absurdas, porém, com total fundamento, e completando com a Hitomi falando que bares não são lugares para crianças frequentarem, sendo que na verdade ela mesma trabalha em um. Apesar de achar isso, não tem como eu repetir o mesmo título, então, eu preferi colocar um que mostra não só como este episódio foi, mas sim o anime inteiro. Para quem não tem a mínima obrigação de saber, corrente alternada é basicamente a corrente que alterna entre dois polos, sendo eles negativo e positivo, e claro, é bem mais complexo do que seu básico conceito, mas por ora, vamos ficar apenas com o conceito. Hinamatsuri não alterna entre “bom” e “ruim”, mas sim entre “sério” e “leve”, é claro que existem cenas sérias que não vão te fazer pensar na vida ou qualquer coisa deste tipo, e do mesmo modo é com as cenas leves, nem todas vão te fazer rir.

A Anzu é uma criança simples, por mais que ela tenha seu jeito “forte”, ela ainda sim é uma pessoa que vive de catar latinhas na rua, e sabe que é o seu meio de sobrevivência, mas ainda assim, ela é uma criança que precisa de diversão. Quando eu fazia curso de nutrição, as minhas professoras comentavam muito que nós não deveríamos oferecer refrigerante (entre outras coisas) para as crianças, pois se ela não sabe o sabor, não vai querer consumir, e bem, é o mesmo que acontece aqui. A Anzu nunca pareceu querer um videogame, mas quando a Hina mencionou que era legal, imediatamente brotou um anseio. Não há nada de errado em uma criança querer se divertir, o problema não é com o anime, pelo contrário, pois o anime mostrou com maestria uma coisa que todos nós já sabemos, sim, existem crianças trabalhando duro para sobreviver e ter algum divertimento, ser criança pelo menos por um curto período de tempo.

Uma coisa que realmente enaltece Hinamatsuri é a sua facilidade em falar de coisas sérias e ao mesmo tempo, fazer com que você dê boas risadas com suas partes cômicas. A Hina é basicamente uma personagem de fundo neste episódio, assim como em vários momentos dos anteriores, e isso não é defeito, pois ela é uma boa personagem mesmo que seja para ficar no fundo, e sem dúvidas, é muito mais qualitativo deixar ela assim do que tentar enfiar ela em algum lugar onde não tem espaço para a mesma.

Eu diria que boa parte da mensagem que Hinamatsuri tenta passar são os laços, laços de amigos, em outros momentos são laços de avô e neta, e em outros são laços de pai e filha. A Hina e o Nitta já são praticamente pai e filha, fica completamente evidente quando ela menciona que ele é o pai dela; e claro, logo no início temos a Anzu aprendendo uma brincadeira com o seu novo avô.

  1. Bom, este episódio de Hinamatsuri foi bom, mas não foi dos episódios que mais gostei até agora.
    Depois de ler o artigo, mais de duas vezes, cheguei à conclusão que não tem muito o que comentar, tu já escreveste sobre tudo, o que eu ia comentar (e escreveste muito bem, diga-se de passagem).
    Eu sou meio suspeito, mas para mim, a Anzu é a única personagem que não é corrompida de alguma forma neste anime. A Anzu é simples, é trabalhadora, é forte quando tem que ser, mas ela ainda é uma criança e como bem referiste, ela também precisa de outra ocupação, além de apenas trabalhar (sendo sincero, para mim é um crime reprovável, uma criança ter que trabalhar, mas isso é outra conversa). A parte, em que a Anzu vê e ouve a Hina a dizer que tal videojogo era bom e a Anzu ficou com curiosidade, foi bem realista e é com estes realismos que Hinamatsuri me conquista cada vez mais.
    A parte da Hitomi e dos colegas de classe da mesma, foi muito bom também, sendo que as expressões de pânico da Hitomi são nota 10. Ainda na Hitomi, achei bem cara de pau, quando ela diz para os seus colegas de classe, que bares não são lugar para crianças, essa fala pareceu o sujo a falar do mal lavado. A parte do professor, foi muito boa também, eu não sei se ele não sabe mesmo que a bartender é a Hitomi, ou se sabe e se faz de parvo, para beber uns bons drinks.
    Como sempre, mais um excelente artigo, de Hinamatsuri Carlos Souza.

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