Para um leitor do mangá que é fã de carteirinha da obra – é o meu caso – esse deve ter sido o melhor episódio até agora, mas a falta de ação nele “mascara” sua deficiência nesse quesito e quanto ao resto, bem, adaptar uma boa história torna tudo mais fácil mesmo que a direção seja no máximo mediana – raramente entregando algo acima da média. Enfim, vamos revisitar um passado presente?

“Salvar” a Hinami da morte a tornando “sua” propriedade era o mínimo que o Haise poderia fazer por alguém que salvou a sua pele e é uma pista para recuperar as suas memórias. Não que esse seja o seu desejo exatamente – a cena dele no espelho mostra que isso é um risco para o seu eu atual –, mas quem não teria curiosidade em saber mais sobre quem já foi um dia? Quem não quer conhecer seu passado? É um desejo comum e até inconsciente que foi atiçado pelo presentinho da lady Eto.

Vocês também perceberam que o cabelo dele tá ficando mais escuro? Por que será, hein?

Receber a máscara que o Kaneki usava e um livro com uma dedicatória para ele é pista mais eficiente que procurar arquivos falando do Kaneki na CCG porque não faria sentido manter informação sobre o ghoul que seu investigador já foi um dia, né? Esse foi o gatilho para a “ilusão” que aflige o Haise no final do episódio e deve ter aguçado sua curiosidade por saber, “Quem é e o que fazia Kaneki Ken?”

Mesmo que ele não persiga essas informações, a quantidade de personagens que faziam parte do seu passado e aparecem na história, e devem ir aparecendo ainda mais de acordo com o avançar da trama, tornam praticamente inevitável que uma hora ele recupere as memórias – o que deve ocorrer no final do anime, né. Aliás, já foi confirmado que ele terá um segundo cour em outubro desse ano.

Eis a imagem que representa bem uma volta ao lar com sensação de vazio…

A Hinami agora presa na Cochlea sob interrogatório dele, a cena no :re que pareceu uma reunião da Anteiku, o Tsukiyama em seu estado lamentável mas que deve dar as caras em breve, a própria Eto que quer que o Haise recupere as memórias. É muita coisa trabalhando para isso acontecer e quem já acompanhou histórias com protagonista sem memória sabe que uma hora ele deve recuperá-la.

Esse foi um ponto importante do episódio, mas não é como se o Haise tivesse tempo para só olhar para o passado quando a operação recém findada na qual ele esteve foi um sucesso e fez o que já era esperado devido os acontecimentos, trouxe o prestígio que os Quinx fizeram por merecer. Não só eles, pois vários outros investigadores foram promovidos e finalizados os lances no leilão foi a CCG que saiu com os maiores ganhos – até por isso não foi estranho esse episódio de merecido descanso.

Não é só o cheiro, né… Olha aí o pessoal da Anteiku e o Uta minha gente…

Tudo bem que Tokyo Ghoul sem ação ou dor e sofrimento nem parece Tokyo Ghoul, mas se por um lado as memórias de um passado que não está assim tão no passado nortearam o caminho do Haise nesse momento, por outro o que ele tem no presente e faz parte do que ele é enquanto Haise foi o outro ponto chave desse episódio: o jantar no lar dos Quinx, o qual até foi um trecho bem divertido.

Quem imaginaria que um personagem frio e inexpressivo como o Arima fosse capaz de contar uma piada e sorrir despreocupadamente com o “filho” e seus “netinhos”? O jantar em si pode não ter parecido nada demais, mas, se pensarmos bem, momentos assim são importantes para fazer com que o público desenvolva um mínimo de empatia por esses personagens e queira o “bem” deles.

Em uma história na qual vários personagens vivem entrando e saindo do hospital, seja para visitar um ente querido ou cuidar da saúde, preocupação pela vida deles não seria incomum. Aliás, com o que o Urie pensa após o jantar, e sua boba rivalidade com o Kuroiwa, ficou claro que ele já apresenta uma leve mudança em comparação ao que era antes. Ele já está percebendo que ter companheiros ou um rival não é assim tão ruim, ele está começando a se importar e se envolver com as pessoas.

Já um Quinx que ainda não foi aprofundado da melhor maneira possível – com um relato, ainda que superficial, sobre o passado que o levou a integrar o esquadrão –, mas ao menos teve a causa da sua fixação por grana revelada, foi o Shirazu. O tratamento da irmã para a estranhíssima enfermidade que a acomete não deve ser barato e ele é um cara legal que se preocupa com os outros, então não deixaria a irmã desamparada. Foi uma pena não terem aproveitado para explicar melhor a situação.

O dinheiro era por uma boa causa. Tinha que ser, né…

Só o que posso dizer, e já me parece meio óbvio, é que aquela protuberância no rosto da garota são células RC, o que torna ela vítima de um processo de ghoulificação? Não é exatamente isso, mas sim, na história existem casos de pessoas que sofrem de enfermidades por conta das células dos ghouls. O que, aliás, é uma inverdade já que os humanos também têm essas células, só que em menor número.

Houveram vários outros detalhes explorados em curtas cenas distribuídas ao longo do episódio que no fim das contas acabaram sendo praticamente só o que estava em tela, sem grande margem para discussão ou aprofundamento. Só indico que vejam o anime com atenção, pois alguns dos detalhes dos diálogos e das imagens podem ser importantes para se compreender outras situações no futuro.

Algo de errado está muito errado aí nessa cena, hein…

Tentaram até dar uma “consertada” em algo que foi cortado anteriormente colocando a cena nesse episódio – a da Mutsuki treinando com o Juuzou – o que, sinceramente, não me pareceu ter tido serventia alguma, afinal, ela já tinha melhorado um pouco o manuseio das facas no próprio leilão.

Enfim, o que mais posso comentar de interessante sobre esse episódio? Ah, vocês estão percebendo como a direção do anime realmente não dá a mínima para criar qualquer suspense? Não digo isso só pela abertura que “entrega” metade da trama ou mais, mas surge um ghoul que pratica canibalismo na história e na cena seguinte aparece quem? A Akira, que acabou de ver seu ex-colega da academia transformado em ghoul pelo Dr. Kanou, tornando óbvio o que normalmente já não seria difícil supor.

Na verdade, o anime nem tenta surpreender o público, afinal, ele se vende como adaptação fiel, na medida do possível, para satisfazer aos leitores do mangá e é só isso o que ele consegue ser mesmo. Me despeço feliz com o fanservice, mas descontente porque o anime é o mínimo do que poderia ser.

Haise com a família toda ❤!

  1. Foi um episódio muito bonito e gostei muito do Sasam ter salvado a vida da Hinami-chan e desejo muito que ele passe a cuidar dela de agora em diante, pois é a minha personagem favorita da série e depois vem a Saiko-chan, mais ela é nova no pedaço, estou muito curioso para saber os motivos que levaram Hinami-chan a abandonar a Touka-chan e Anteiku e se juntar a infame aogiri: Episódio 5 estrelas e a adaptação da 3 temporada esta sendo um sucesso 10/10 acima da média, obra prima do jeito que eu gosto!

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