Balas para todo lado, corpos espalhados pelo chão, tudo isso faz parte de um cenário desolador de um jogo como o Gun Gale Online, vulgo GGO. Entretanto, nada muda o fato de que é somente um jogo online de realidade virtual, cujo personagens, de modo geral, não sofrem risco, por mais que sofram uma “morte” horrível dentro do jogo. Todavia, isso não significa que não dá para se divertir com combates existentes no anime. A direção, através de vários tipos de recursos, que vão desde o uso da trilha sonora (OST) ao uso do bullet time (técnica que consiste em diminuir a velocidade de objetos que não seriam perceptíveis para o espectador numa velocidade normal. No caso dessa obra, tem algumas cenas que dá para ver balas em câmera lenta), se esforça para promover combates tão empolgantes como num combate “real”.

Como não sou gamer, e muito menos um especialista em “jogos de tiro” não sei avaliar direito se as estratégias usadas são absurdas ou fazem sentido. A ideia de vários grupos se unirem para atacar um grupo mais forte não é uma novidade, mas o evento que está sendo realizado é um battle royal, ou seja, não dá para confiar nas equipes adversárias. Vantagem numérica pode sim decidir, mas diante de uma das personagens principais (no caso a Pitohui), o roteiro pode apresentar quantos inimigos quiser que ela esmagará todos com requintes de crueldade.

Se não fosse um jogo, provavelmente o anime sofreria censura, pois as mortes eram violentas. Pito-chan não tinha piedade dos seus inimigos, e quanto mais ela matava e mais corria risco de morrer no jogo, mais ela se empolgava. Não basta a derrota dos adversários, ela tem que aterrorizar e estraçalhar seus oponentes. É meio curioso essa mudança de personalidade dela, pois, no inicio, ela se tornou amiga da protagonista com facilidade, embora sempre mantendo um ar misterioso em sua volta. Agora a Pitohui não passa de uma louca obcecada em correr risco de morte, e para isso ela precisa ter ao mesmo tempo sede de matar e sede pela morte.

O final do parágrafo anterior parece meio contraditório, mas tem lógica, pois quem se dispõe a dar o primeiro tiro deve estar pronto para receber um também. Se você quer que o abismo te olhe, primeiro você tem olhar para ele, ou seja, ela precisa flertar com o perigo caso queira sentir a adrenalina de estar com a vida por um triz. É justamente isso que a Pito-chan faz, pois, para ela se divertir no campo de batalha, ela precisa do risco de morte como elemento para levar o combate ao extremo.

Mesmo depois do que aconteceu no arco anterior, eu tento levar o M a sério. Ele é capaz de tudo pela sua amada, e não medirá esforços para auxiliá-la.

O roteiro quebrou o clima sério, ao introduzir uma cena meio cômica em que a protagonista tinha de dar um beijo num cara (que era “ela”, no fim das contas). Isso foi perda de tempo, mas as expressões da LLENN são sempre engraçadas.

A LLENN partiu sem estratégia alguma, o que pode ser um problema, ou não, pois pensar demais pode atrapalhar invés de ajudar. O confronto final entre Pitohui e nossa pequena heroína mal começou e, provavelmente, terá um desfecho no próximo episódio.

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