Bom dia!

O “Spyce” do título é literal. As garotas espiãs de Release the Spyce têm equipamentos super-tecnológicos e habilidades sobre-humanas, mas é quando consomem temperos que, veja só, liberam seus verdadeiros potenciais.

É mais uma variação daquela ideia de que usamos só 10% do cérebro, e com isso não usamos nosso próprio corpo em todo seu potencial. Consuma um tempero e torne-se um super-herói!

No caso, a que parece ser a mais forte delas morde uma raspa de canela, outras duas mordem folhas que sei lá, podem ser de louro?, e outras duas parecem ingerir uma pílula que talvez seja feita de algum tempero em pó.

Quem teve essa ideia fuma muito orégano ou é patrocinado pela Companhia das Índias Orientais.

Não dá para evitar comparar Release the Spyce com Princess Principal, anime do ano passado e que eu cobri aqui no Anime21 com uma proposta semelhante: uma equipe de garotas espiãs. Mas essa é a única semelhança.

Em Princess Principal a história é sobre espionagem política internacional em uma Inglaterra vitoriana steampunk fictícia dividida por uma revolução. Em Release the Spyce as garotas podem até atuar em segredo como se fossem espiãs, mas na prática são heroínas, vigilantes que combatem uma organização criminosa no Japão contemporâneo.

Ou seja: é um time de Batmans.

Essa é a diferença de conteúdo. Tem diferença de forma também: Princess Principal começa pelo meio (in media res) e segue uma narrativa não linear até o final, enquanto Release the Spyce começa pelo começo (ab ovo), do jeito normal.

Essa diferença se explica pelo tipo de história totalmente diferente. Princess Principal é um drama sobre duas amigas de infância (com um sutil subtexto yuri) separadas pela guerra, enquanto Release the Spyce tem tudo para ser uma Jornada do Herói.

Momo, a protagonista, não é uma das cinco espiãs do Tsukikage, a organização secreta que diz-se existir há séculos (provavelmente no passado foram ninjas?). Pelo menos não no começo do episódio.

Uma garota insegura mas com um forte senso de justiça, que gostaria de seguir os passos do pai, falecido, um policial, mas que trava em situações de forte estresse e por isso começa a duvidar que seja habilitada para o trabalho.

 

 

Ela tem, porém, habilidades incomuns: enxerga muito bem mesmo à distância, é capaz de farejar como se fosse um cachorro, e a mais estranha de todas, é capaz de dizer o estado físico ou mental de uma pessoa após lambê-la. Além disso, parece ter uma boa habilidade de dedução e também boa memória, atributos sem dúvida úteis para uma espiã-detetive-heroína.

Ao longo do episódio, é abordada pelas garotas do Tsukikage por conta de suas habilidades extraordinárias e ao final acaba se unindo à equipe. Ela ser uma fã da Yuki, que parece ser a líder em campo das garotas, ajudou um bocado. E nem sabia (ainda) que ela era uma espiã!

Como uma colegial japonesa se torna fã de uma garota caolha com uma cicatriz imensa no rosto eu não sei, mas aqui é o mundo do anime e as pessoas ainda podem ser menos preconceituosas, suponho.

Mas se estamos falando de uma Jornada do Herói propriamente dita é preciso um vilão. Em Release the Spyce, a Tsukikage combate a Moryo, uma organização criminosa internacional.

Quem são eles e o que querem? Não sei. Mas eles parecem ter mechas de combate, o que seria mais divertido se esses mechas não fossem tão feios. Enfim, esse episódio não foi sobre a Moryo, suponho que descobriremos mais sobre eles ao longo do anime, ou pelo menos sobre sua filial japonesa.

A primeira crise a e primeira oportunidade para isso parece que terá a ver com uma membro da Tsukikage que quer desertar para a Moryo.

Acabamos de conhecer as cinco garotas e uma delas já quer desertar? Como assim?? E qual delas?

Acho que não vamos descobrir tão cedo. Quero dizer, nem conhecemos ainda nenhuma daquelas garotas, uma eventual traição não teria impacto emocional nenhum, e isso me parece um desperdício. Suponho que sua identidade permaneça em sigilo por alguns episódios – mas talvez possamos ter pistas, vale a pena prestar atenção.

Não sou fã de tokusatsus e conheço bem pouco, mas tenho impressão que isso é um clichê comum no gênero? Se alguém puder me confirmar ou desmentir, comenta aí, por favor!

Esse estilo de histórias de super-heróis em ambiente urbano me parece típico de tokusatsus, não sei porque. Também me lembra animações americanas como Inspetor Bugiganga e Três Espiãs Demais, com uma divisão bem clara entre heróis e vilões, tecnologia de ponta mas um pouco boba, e vilões caricatos. Nem apareceu o rosto da líder local da Moryo! Isso é um clichê super comum nessas histórias.

Por enquanto, parece divertido. Bastante estranho porque é para ser meio boboca mesmo, infantil. Não espero que fique mais sério do que isso, e se continuar divertido já estará de bom tamanho.

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