Golden Kamuy – O que está morto não pode morrer!
Golden Kamuy é a adaptação de um mangá homônimo do mangaká Satoru Noda. O anime é produzido pelo Geno Studio – mesmo estúdio de Kokkoku, que é um outro anime que eu escrevi semanalmente sobre ele aqui no blog. – O anime conta com duas temporadas de 12 episódios cada.
Inicialmente, me interessei pelo anime por gostar de obras com temáticas histórias e claro, acompanho notícias de mangás e fiquei sabendo que o mangá de Golden Kamuy ganhou diversos prêmios no decorrer de sua publicação, que ainda está em andamento. Confesso que ainda assim, fiquei com um pé atrás por conta do estúdio que como já escrevi, é o mesmo de Kokkoku, e bom, Kokkoku conceitualmente é muito bom, mas quando o estúdio precisa dar um up, ele falha e desaponta profundamente, coisa que não acontece tanto com Golden Kamuy – com exceção daqueles ursos horríveis que deu as caras algumas vezes no decorrer do anime.
Uma coisa que é muito bem trabalhado são as questões de personagens. Você não precisa de um arco de 3 ou 4 episódios para entender alguém, pois aqui é feito de uma maneira muito mais objetiva, indo direto ao ponto, assim então, respeitando o espectador que já não tem tanta paciência e/ou para acompanhar um arco que se estende mais do que deveria apenas para entender um pouco as motivações básicas e criar um pouco de empatia pela personagem.
O ponto mais alto de Golden Kamuy não é animação, tampouco trilha sonora e muito menos sua temática, mas sim suas reviravoltas que, mesmo que você no fundo desconfie de algo – que sim, o anime faz questão de deixar você desfiado de muitas coisas e com certezas de outras –, ainda assim é uma surpresa quase sempre que algo realmente se concretiza. Ele faz o que poucos fazem que é deixar o espectador imerso na trama, esperando semana após semana para saber o que se sucederá.
Creio que o maior problema de Golden Kamuy é ter diversos personagens excêntricos que aparecem um após a morte do outro. Talvez essa questão seja vista como um ponto positivo para você, mas para mim, é um ponto negativo, pois se trata de uma obra tão verossímil que acaba por ter esses personagens, acaba por distanciar esse status de verossimilhança, e convenhamos, mesmo que a pessoa tenha algum transtorno mental, qual a chance de existir tantas pessoas “únicas” em um lugar. Estou sendo chato? Talvez sim, e a verdade é que isso não é uma verdade absoluta uma vez que eu tenho impressões diferentes das suas.
Sem contar que conta com um grupo de personagens principais muito bom. Cada um sendo útil em determinada situação, e claro, o protagonista que é o Sugimoto – admito que acho super brega quando ele grita aos sete ventos que ele é o Imortal, mas tenho consciência de que talvez ele acabe morrendo caso não grite isso a cada 3 episódios, no mínimo. Afinal, é como Osman Lins escreveu em ‘Lisbela e o Prisioneiro’ “A morte é um cobrador muito sério. Não dá documento, mas só recebe uma vez!”, vamos concordar que uma guerra mata um homem mesmo sem tirar sua vida?
Aparentemente, pode ser que tenha uma nova temporada aqui um tempo, e se realmente houver uma, com certeza pretendo acompanhar e quem sabe até escrever sobre ela aqui no blog. Quem sabe do futuro? São apenas hipóteses.
Sempre que faço uma resenha aqui, eu tento não dar spoilers sobre a obra e caso precise, eu tento não descrever tanto o acontecimento, para que assim, você que ainda não assistiu possa criar algum interesse em assistir. Com Golden Kamuy não foi diferente, então, caso você ainda não tenha visto esse anime, por favor, veja assim que possível pois é realmente muito bom, mesmo que não seja perfeito.
Feliz 2019 e até a próxima!