Gridman acabou e, com ele, o estúdio Trigger fechou o ano muito bem. Darling no geral foi um belo anime que acabou tendo uma parte final horrível e em Gridman fizeram o oposto, trouxeram uma história legal com um final ótimo. É engraçado pensar que o final dessa obra conseguiu diminuir seus defeitos e assim, nos trazer um belo resultado para tudo aquilo que nos foi apresentado.

Baita cena

A história de Gridman trabalha, na teoria, com 4 protagonistas. Yuta, um garoto sem memórias, Rikka, a primeira pessoa que Yuta conhece após acordar, Utsumi, aquele que se torna o primeiro amigo de Yuta e por fim, Akane, uma garota popular que todos amam. E a história te faz acreditar que ela gira em torno de Yuta, afinal, ele acaba sendo o representante de um “herói da justiça”, alguém que salva a cidade dos kaijus (vulgo monstros gigantes) ao juntar forças com um ser misterioso chamado hyper agente Gridman. Mas estamos falando do estúdio Trigger, não é mesmo? E por ser esse estúdio, é de se esperar alguma grata surpresa. Dito isso, é interessante pensar que por muitos episódios eu critiquei o elenco de personagens de Gridman, apontando eles como um ponto fraco numa obra que tinha uma boa história e… eu estava errado.

Um personagem que acabou sendo uma grata surpresa no final

Durante a grande maioria dos episódios, os personagens cometem erros. Ok, errar é humano, mas eles estavam sendo burros, para simplificar. Utsumi foi do começo ao fim um grande entusiasta dessa história toda em que seus amigos estavam metidos, seja de forma direta (Yuta) ou não (Rikka), simplesmente pela familiaridade com os tokusatsus, seu maior hobby. E sim, ele foi inútil do começo ao fim tentando apenas ser relevante quando tudo estava bem e interessante para ele. E, felizmente, ele foi desenvolvido ao ponto de vermos ele reconhecer que sua participação não era importante por seus feitos, já que eles não existiam, mas sim, por sua presença (detalhe enfatizado pelo próprio Gridman).

Eles sim eram importantes inclusive

Já Rikka é uma personagem que deixa a onda levar. Ela não é carismática, animada ou algo do tipo, mas do começo ao fim tenta ajudar e apoiar de sua maneira. Porém o ponto que realmente traz destaque para ela vem de sua relação com Akane. Elas possuíam uma amizade que por algum motivo terminou e conforme a história avança, descobrimos que ela não tem escapatória, pois Akane será sua amiga e ela irá correr atrás de Akane apesar de tudo. E por fim, Akane é uma personagem um tanto quanto misteriosa. Acima eu mencionei que Yuta junto de seu companheiro Gridman eram a justiça, os salvadores daquela cidade e afins, mas, eu não disse quem era o vilão, né?

Gridman e sua trupe após salvar o dia.

E bom, Akane também não é o vilão, ou melhor, a vilã e sim, uma vítima. Mas, classificá-la como vítima também não está correto, afinal, ela comete crimes e em momento algum a culpa é atribuída para outra pessoa senão, ela. Desde matar uma colega de classe por conta de um sanduíche e tentar matar um professor por um esbarrão e até destruir grande parte da cidade, Akane é uma pessoa que cometeu crimes sérios sem precisar de motivos relevantes. E o anime e nem ninguém entrega que ela é inocente por também ser uma vítima, como também não taxa a mesma como uma vilã. A verdade é que aquela “realidade” dela é apenas um escapismo da realidade verdadeira e por isso, ela pode sim cometer esses erros, afinal, em determinado momento ela vai entendê-los e seguir em frente.

Destaque para o Gridman que tem um design bem legal

Quanto ao resto da história, temos um prato cheio para fãs de tokusatsus. Gridman originalmente veio de um tokusatsu da década de 90 e alguns dos kaijus são inspirados na série original (na verdade Gridman tem muitas referências de diversos tokusatsus em cada episódio). Em boa parte dos episódios a obra funciona de maneira simples: Akane projeta um kaiju, seu parceiro, Alexis, dá vida ao mesmo e após um pouco de destruição, Gridman aparece para salvar o dia. E no meio disso vamos tendo algumas revelações sobre a trama, detalhes que ajudam a obra, impedindo dela ser repetitiva e monótona, ou seja, todos os acontecimentos acabam tendo seu valor e sua importância no final.

E no fim, Akane seguiu em frente ao deixar esse mundo…

Enfim, Gridman parece ter como ponto fraco os seus personagens que são completamente criticáveis, mas quando a história é explicada, percebemos que o erro está em achar isso. E quanto ao resto do elenco, eles são legais, mas não tem tanta importância na história (exceto um que enche o saco durante o anime inteiro e no fim, consegue ser carismático e útil). Para finalizar, vale destacar a abertura e sua letra que são bem legais e toda a boa experiência que a obra te passa.

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