Produzido pelo estúdio LIDENFILMS, a adaptação do mangá de mesmo nome veio com uma proposta um tanto quanto diferente do usual. Tínhamos lutas sangrentas com pessoas e animais, tudo junto e misturado (literalmente) naquilo que poderia ter sido um show de horrores, mas no fim foi uma surpresa interessante. Killing Bites foi lançado em janeiro de 2018 e em seus 12 episódios nos trouxe uma obra que, apesar de seus inúmeros defeitos, conseguiu ser divertida e até mesmo educativa.

A história segue Yuuya Nomoto, um -inútil- universitário que após participar de uma tentativa de sequestro se envolve no submundo da máfia. O problema é que ele se envolveu um pouco mais do que deveria e agora, junto de sua nova parceira Hitomi, terá que fazer apostas perigosas que irão colocar muitas vidas em jogo. E essas apostas envolvem lutas de humanos modificados, os teriantropos, que possuem genes de animais em seus corpos para assim se transformarem para as batalhas.

A luta entre esses dois é bem legal

E bom, Killing Bites já começa com um sério problema: os personagens. Nomoto é incrivelmente inútil e a obra faz o possível para mostrar o quanto ele não tem utilidade para Hitomi e seu “chefe”, Shidoh. Inicialmente o fato dele cursar economia sugere que isso será útil nas apostas mas no fim nem temos apostas de fato, apenas muita porrada e sangue. Claro que em alguns momentos o contraste de Nomoto com o seu entorno acaba sendo engraçado, mas no geral você nem consegue ter alguma empatia pelo personagem. Mas, porém e entretanto, isso muda no último episódio onde acontecem alguns problemas e ele acaba mudando e se tornando um personagem interessante (algo que no momento você, caro(a) leitor(a), só poderá conferir no mangá).

Já a Hitomi é uma personagem “azeda”. Não se dá bem com o Nomoto, sequer trata ele bem apesar dele estar fornecendo uma moradia e de certa forma auxílio para ela (não que fosse necessário), e no fim parece ter olhos apenas para seu “pai”, Shidoh. Ela não tem carisma e a única graça de sua personagem é por ela ser a heroína e consequentemente aquela que entra nas lutas. Um detalhe curioso é que a obra nos dá a entender que Hitomi é a protagonista sendo que no final das contas Nomoto é o verdadeiro protagonista.

Ao menos as transformações dela são legais

Aliás, os outros problemas da obra que valem a pena citar são o fanservice e alguns acontecimentos. O fanservice consiste basicamente em: homens têm uma transformação animal completa e as mulheres é pela metade. Ah, e a metade que continua humana fica na região dos seios e das nádegas, por algum motivo que eu nem imagino. Já em relação aos acontecimentos, Killing Bites tem uma cena que não chamou a atenção do público em geral e que foi pior do que a cena que as pessoas criticaram em Goblin Slayer. Sim, é uma cena de estupro que ocorre no fim do anime e que sinceramente é uma lástima pois além de ser mau utilizada, não tinha necessidade.

Além disso temos aquelas expressões bizarras em alguns momentos que são toscas acima de tudo. Enfim, junte isso a frases bregas como: “quem tem as garras mais afiadas vence, isso é o Killing Bites”, essas expressões e alguns elementos toscos e bom, a obra acaba se sabotando por conta de certas decisões do autor/diretor/roteirista da obra. Mas, nem tudo são espinhos e a obra consegue fazer um trabalho decente em se manter interessante, desenvolver seus personagens e dar um destaque decente para coadjuvantes.

Eu queria entender por que os japoneses gostam tanto desse tipo de expressão (para pior)

Logo no quarto episódio temos um grande evento que toma todo o anime: o Destroyal. Se pudéssemos usar algum evento parecido em outros animes, podemos “dizer” que seria uma espécie de torneio de luta num estilo battle royale, ou seja, uma proposta boa mas que nem sempre é bem desenvolvida. E é impressionante que o anime fique apenas nesse torneio desenvolvendo os personagens, tendo disputas políticas e claro, várias lutas sangrentas (algumas com uma animação questionável). E bom, como já mencionado, a obra também é educativa ao usar as características reais dos animais para explicar certas habilidades especiais e até mesmo os resultados de algumas lutas.

Enfim, Killing Bites é aquele anime trash que vale sim à pena você ver. Não é uma maravilha e você simplesmente precisa desligar seu cérebro para assistir e assim se divertir (ou não). Aliás, não é um anime que eu recomendo para qualquer um e caso você assista e goste, saiba que tem o mangá e o mesmo está bem interessante (mais do que o anime inclusive).

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