Tate no Yuusha no Nariagari – ep 2 – Início da jornada
Depois de entrar numa péssima situação, Naofumi comprou uma aliada. E sim, é entendível que ele tenha feito isso, ainda mais depois daqueles acontecimentos e considerando o que vem por aí. A onda será um evento difícil de superar e ele precisa urgentemente de aliados, assim como seus “companheiros” heróis têm. Mas o que lhe restaria fazer para obter um(a) aliado(a) num país onde as pessoas te odeiam e temem? Exato, recorre a uma forma nada positiva.
Sim, é criticável a atitude de comprar uma escrava. Porém eu entendo e não vejo outras opções mais viáveis considerando o que ele tinha em mãos (sem dinheiro, equipamentos e conhecimento sobre aquele mundo). E no fim, ele comprou Raphtalia, uma demi-humana que inicialmente nem boas perspectivas de vida tinha e claro, nem um bom desempenho numa batalha. Sua doença não é bem explicada e nem parece ser um grande problema, afinal, com um simples remédio ele conseguiu deixar ela em boas condições de batalha. E bom, eu não posso “falar” sobre a outra adaptação da obra, que seria o mangá, pois ao menos essa parte eu não me recordo. Porém, posso “dizer” que ao menos parecia ser uma situação mais crítica em que, apesar dele ter uma companhia, ela estava com os dias contados.
E nesse caso, toda aquela tensão inicial foi quebrada com ela conseguindo lutar. Porém, ao mesmo tempo que a tensão sumia, eu me incomodava com as atitudes dele, ou melhor, com a situação. Ok, ele foi “quebrado” e está num estado mental complicado de lidar, mas a forma de tratamento não foi das melhores com aquela que, além de estar frágil fisicamente e mentalmente, não tem nada a ver com o que havia acontecido anteriormente. A garotinha já tem um trauma por causa de seu dono anterior, que a torturava, custava pegar na mão dela ou algo mais normal/sutil do que pegar ela pelo braço? No fim, era óbvio que naquele momento o Naofumi não era diferente das pessoas que haviam prejudicado ele.
E felizmente isso mudou com a convivência, que fez o coração dele amolecer, e ele começou a dar um tratamento 100% adequado para ela (tirando alguma atitude aqui e ali, ele tratava ela de maneira “normal”), em que ele dava aquilo que ela precisava e que curaria o coração dele, mesmo que um pouco. Esse é um dos detalhes mais interessantes da Raphtalia, a importância dela na mudança do Naofumi. Ela tem uma história bem triste e pesada, mas por alguns motivos considera-se sortuda por conhecê-lo, seja como herói ou como pessoa. Isso também se aplica a ele, que tem nela uma futura confidente, ainda que seja algo forçado na teoria e na prática, algo verdadeiro.
Já quanto ao resto, foi interessante ver o funcionamento dessa dupla e claro, a evolução de Raphtalia, que não tinha outra opção senão lutar. Superar de certa forma parte do seu trauma foi muito importante para seguir em frente nessa nova fase de sua vida, como também se reafirmar como companheira de Naofumi. Aliás, tivemos também a revelação da informação de que o reino fera gosta do herói do escudo, algo bem interessante por sinal. Imagino o que teria acontecido se ele tivesse sido invocado lá mesmo. Obviamente, a história seria completamente diferente, mas a questão mesmo ficaria na parte da interação entre ele e os outros heróis que não são boas pessoas até o momento.
No fim, foi um bom episódio de “apresentação”. Trouxe uma nova personagem e trabalhou a relação entre ela e o Naofumi e claro, a mudança gradual dele. No mais, eu sinceramente gostei bastante da abertura e do encerramento.