É por causa de episódios como esse que meu apreço por Jojo só aumenta, pois, se eu descontar uma forçadinha aqui e ali, o que consigo tirar desse episódio é que Jojo continua extremamente bizarro e interessante, além de apresentar personagens fortes – sejam eles mocinhos ou vilões. A maior prova disso foi o choque de determinações entre Bucciarati e Pesci, assim como o combate mortal dos dois, o desfecho sensacional e o que ainda está por vir. É hora de Jojo a toda velocidade aqui no Anime21!

O episódio começa com a batalha fora do trem, e o que parecia uma desvantagem avassaladora para o Bucciarati na verdade se mostrou a chave para a sua vitória em cima do Prosciutto.

Usar aquilo que é desvantajoso para quem é atacado pela linha foi bastante perspicaz da parte do Bucciarati, e expôs a inconveniência de um Stand basicamente ofensivo quando este está praticando uma ação contrária – praticamente um resgate.

É claro que não se trata somente de conhecer as peculiaridades do Stand inimigo, mas também de se adaptar as adversidades e se atentar a todas as minucias desses poderes.

Só eu acho demais ver o Bucciarati em ação?

Isso fica ainda mais claro com a sobreposição da determinação do Bucciarati sobre a do Pesci, que ao ver seu irmão caído assume uma faceta abrupta, mas não exatamente inesperada.

Contudo, para um cara que estava em um time de assassinato há anos, mas nunca havia matado ninguém, o que seria o desafio de ceifar a vida de um homem determinado a extrapolar todos os limites a fim de concretizar seus objetivos? Uma barreira intransponível até mesmo para o anzol do Beach Boy? Exatamente!

Eu – com toda boa vontade do meu ser – até aceito que o Pesci tenha despertado após sofrer o “baque” de ver seu presunto apodrecendo – nem teve graça, né? –, o problema é que ainda faltava algo a ele para que alcançasse a vitória, e nem falo da sorte que acompanha aos que são bem-sucedidos, mas a malicia e a convicção daqueles que estão dispostos a arriscar tudo, e a fazer de tudo, por essa vitória!

A mudança dele até que foi legal, apesar de drástica, mas ainda o faltava traquejo.

Depois que o Bucciarati quase pega o trem para o Paraíso, a cena dele se despedaçando para não ser encontrado e fisgado pelo Beach Boy é sensacional, porque ele compreendeu que de nada adiantaria ter derrotado o Prosciutto se ele perdesse para o Pesci ali, e que para aplacar a incrível determinação do inimigo ele deveria responder à altura; arriscando tudo, se entregando a sorte, para sair com vida.

O risco da escolha do Bucciarati foi proporcional ao resultado que ele poderia obter com ela. Eu vivo batendo nessa tecla, sempre elogiando a seriedade com a qual os esforços dos personagens acabam sendo recompensados, porque acho importante que a trama continue assim para que lá no futuro a concretização do sonho do Giorno faça sentido.

E não só isso, mas com a noção de que não foram só os esforços dele que proporcionaram isso, mas também o quanto cada um de seus companheiros se entregou de corpo e alma para realizar as missões que foram surgindo.

Não falo só do Bucciarati que sabe das intenções do Giorno, mas também daqueles que ainda sem saber dão o melhor deles. Acho que o Giorno está bem apagado em sua própria parte, mas pelo menos os outros protagonistas estão fazendo o show valer a pena.

Se você der um crédito a Vento Aureo e acreditar que a sorte ventar ao favor daquele mais obstinado é algo aceitável, verá que toda a tensão criada em meio a uma situação tão inusitada teve sua recompensa na cena decisiva na qual Bruno Bucciarati abre seu zíper outra vez e finalmente encara aquele que poderia se tornar um Davi para qualquer Golias, Pesci.

Essas entradas do Bucciarati pelos zíperes são muito engraçadas.

Esse embate a curta distância era tudo o que o Bucciarati podia querer, pois nesse cenário ele tinha vantagem, além de que já havia posto à prova a sua determinação e poderia muito bem fazê-lo de novo. Foi demérito do Pesci a maneira como as coisas acabaram? Acho que não. Foi mais mérito do Bruno por ter jogado conforme as regras do jogo desde o princípio.

Além de ele ter uma forma diferente de pensar sobre a máfia, sobre a seriedade com a qual ele encara o que faz dentro dela. Isso estava por trás do embate entre determinações visto no episódio, porque por mais que o Bruno confiasse em si e nos amigos, a única certeza de que ele teria sucesso só viria com o ato fato e consumado. Não era o que pregava o Esquadrão de Assassinato, que dava o ato feito só por decidir fazê-lo. É preciso de bem mais que isso.

No final das contas, nenhum Stand novo foi apresentado nesse episódio e seu título foi uma injustiça com o Pesci, que, mesmo tendo um Stand aparentemente fraco, se provou um inimigo formidável. E digo mais, apesar da luta 3 por 1 contra o Iluso ter sido sensacional, as circunstâncias da luta no trem foram bem mais delicadas e interessantes que as de qualquer até aqui no anime.

O nível se manterá nessa crescente? Eu espero que sim. A indicação de que a Trish tem um Stand, mas falta despertá-lo, me leva a crer que quando ela se envolver diretamente nas lutas mais fatores imprevistos surgirão e a trama ficará ainda mais interessante.

Quem assiste o anime vê coisas bizarras a toda hora, imagina quem está lá dentro…

Confesso que achava que ela ainda ia levar uma flechada para só assim despertar seu Stand, mas não acho incoerente um chefe de uma máfia cheia de usuários de um barato muito louco chamado Stand, iniciar a filha nisso a fim de protegê-la, ou para ser útil a ele?

Veremos! O fato é que os despedaçamentos desse episódio foram bem estranhos, mas é Jojo, então está tudo dentro do esperado, e digo mais; a direção, a trilha sonora e a animação foram muito boas, estavam no nível do que o episódio se prôpros a entregar e entregou!

Se tivesse o azar de ser jogado de um trem em uma sexta-feira à tarde eu faria de tudo para prolongar ao máximo minha vida e não perder um episódio desse anime. Vai um Melone aí? Se prepare para “saboreá-lo” semana que vem!

Eu não gosto de Melone, mas quero ver o Araki me fazer mudar de ideia.

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