Eu achei esse episódio bem meia boca mas, diferente do que a própria autora falou por aí, não acho que a culpa do anime estar mediano seja dela, ou não só dela, mas ela assumiu a responsabilidade e mostrou que é uma mulher forte, uma autora forte; como quero crer que sejam as personagens, a crítica que faço a esse episódio é outra. Eleve seu cosmo ao máximo e me acompanhe nessa jornada!

A Shoko estava sendo atormentada pelas memórias dos mortos? Não, ela estava sendo atormentada é pelas memórias do anime clássico. Deram spoiler para a garota, e isso foi uma baita sacanagem.

Ok, dá para falar que ela acompanhou a treta se desenrolando de camarote e ficou sabendo de coisas em primeira mão, mas me questiono se prolongar tudo aquilo era necessário.

Talvez eu não descartasse o momento do Saga com a Saori, pois ficou claro que a “personalidade má” fugiu antes dele se matar e há um buraco enorme cheio de almas vingativas pertinho, mas o resto poderia ter sido pelo menos explorado de forma mais dinâmica – devido a isso o retorno da Deusa Éris teve menos tempo de tela.

Todavia, gostei do Saga ter ido de encontro a Athena – faz mais sentido que ela subir as doze casas e ir até ele –, da declaração de lealdade dos cavaleiros de ouro – o Shaka estava curtindo a folga – e da forma como a Éris retornou.

O problema está em como continuou, a Saori passou praticamente pelo mesmo o que havia passado há menos de um dia, o Milo se meteu de novo, e de novo ele foi ineficaz, e a Shoko não conseguiu fazer nada de útil. O anime deve acabar com ela conseguindo salvar sua irmã? Não poderia dar esse spoiler nem se quisesse, afinal, ainda não li os últimos volumes. Só o que posso afirmar é que a volta da Éris era necessária, mas diferente do que a prévia aponta, não acho que era preciso “reviver” os lacaios antigos.

O ex-cavaleiro de prata ainda tem algo mal resolvido pela Kyoko, mas ele enfrentou o Milo praticamente de igual para igual e deve fazer isso de novo. Onde as Saintias entram nisso? Na prévia aparece a Mii estatelada no chão e a Shoko correndo, com um título que dá a certeza de que o Aioria terá tempo próximo episódio – o Milo vacilou tanto que precisará de ajuda.

Como minha memória é ruim não lembro bem do que ocorre a seguir, mas temo que será como nos episódios anteriores. No final das contas, as Saintias não serão relevantes em batalha, quer apostar?

Isso é uma pena para um anime que não está horrível, mas essa repetição de estrutura expõe a falha da autora em manter o enredo interessante. Por que vou me empolgar por esse arco se já aconteceu algo semelhante pouco tempo antes?

Aliás, se as lutas não estão assim tão boas – não estão mesmo – custava tentar melhorar esse roteiro? Se não me engano, no mangá o trecho das doze casas é bem dinâmico, bem sucinto, mas no anime não foi assim. Sabem alterar para pegar pela nostalgia, mas se é para explorar a liberdade criativa só sabem seguir o mangá à risca e pronto?

Por isso eu acho que a culpa pelo fracasso do anime não é da Chimaki, ao menos não mais que dos responsáveis por ele – o comitê de produção, a equipe técnica da Toei, o Kurumada como o last boss criativo da franquia, etc.

Não vou eximir a culpa da autora; ela é limitada como escritora, compensa pelo traço mesmo; mas se decidiram adaptar as partes ruins do mangá a culpa não é dela. Aliás, acho que Saintia Sho não vende tanto e não recebeu um anime com maior budget, porque tem personagens femininas.

É preconceito sim – ao menos em parte acho que é isso. Cavaleiros do Zodíaco é uma franquia forte no ocidente, se tivessem se esforçado mais para pensar em uma boa estratégia comercial tenho certeza de que teria budget para as lutas, para passar o trabalho a uma equipe mais qualificada e produzir mais episódios.

Enfim, deixando isso de lado. O que restou a comentar sobre esse episódio? Que em anime assim um revés é bom, mas é melhor se não parece mais do mesmo.

A expressão de consternação da Shoko ao ver a irmã ainda possuída pela Deusa da Discórdia e o seu meteoro murcho foram a prova de que ela não estava preparada para essa montanha russa de emoções tão abrupta. Ela deveria estar alegre e, ainda assim, triste.

Seu rosto confuso ficou em um meio termo disso? Não sei o que pensar, mas sim, melhor que agora ela tenha um “desafio” – mesmo ele sendo bem similar ao anterior, o agravante da vida da Saori estar em risco não pode ser ignorado –, do que continuar reparando o buraco alheio; e digo o mesmo sobre as outras Saintias, se elas não terão grandes batalhas, que ao menos apareçam!