Se as situações que acontecem nesse anime fossem comuns demais, esta obra não seria uma comédia (ainda que sutil). Portanto, o inusitado é algo natural e que se manifesta de uma forma ou de outra para criar situações engraçadas o suficiente para arrancar risadas do espectador.

 

 

Não é verdade que a Miyako não tenha amigos, porém, ela não tem amigos da mesma faixa etária que ela. As suas únicas companhias são seus familiares (irmã e mãe) e as colegas de classe de sua irmã mais nova. A diferença de idades pode ser um empecilho numa relação de amizade, principalmente entre crianças/adolescentes e adultos.

A relação entre Miyako e as garotinhas é, de certa forma, questionável, e a própria Mya-nee tem consciência que pode ser malvista por gostar de tirar fotos de garotinhas fazendo cosplay. Para a sorte dela, as mães da Noa e da Hana não a enxergam como uma pessoa perigosa e, de fato, a irmã da Hinata não representa um risco à sociedade.

A forma que ela se comporta enquanto vê uma das meninas, em especial a Hana, vestindo uma fantasia sua, é propositalmente dúbia, a fim de causar interpretações suspeitas, que fazem parte do humor da série.

De maneira bem humorada, o círculo de amizades da Miyako vai crescendo. Nem ela mesma sabia que sua primeira amiga com a mesma faixa etária seria uma admiradora obsessiva que a observava há bastante tempo. Interessante notar que o comportamento da Matsumoto a fez refletir sobre a forma como ela mesma abordou a Hana quando elas se conheceram.

Custava para a Koko se aproximar de maneira natural da garota que ela admirava? Sim, pois ela achava que Miyako, por estar sempre sozinha, estava concentrada demais criando roupas, mas na verdade só era excesso de timidez mesmo.

 

 

Miyako talvez nunca tenha se importado em tentar entender e se aproximar das pessoas ao seu redor por ter medo de ter contato com elas. Ela não parece ser do tipo que não se aproxima das pessoas por se achar superior, pelo contrário, é notável uma certa falta de confiança em si, que a leva a evitar contatos com as pessoas que ela não tem intimidade. O fato dela ficar muito envergonhada quando a sua professora elogiou o trabalho dela é um indício de sua baixa autoestima.

Até aqui acompanhamos o ponto de vista da Mya-san, que é solitária e não consegue interagir com as pessoas, mas não sabíamos como outras pessoas (com exceção de sua mãe e das garotinhas) a enxergavam. A situação inusitada dela ter uma stalker a perseguindo é estranha, mas ao mesmo tempo significa que ela possui uma admiradora que quer estar próxima dela. De uma forma insana, Miyako conseguiu mais uma nova amiga.

A presença das mães da Noa e da Hana foi bem-vinda, embora a princípio elas não tenham se destacado muito, apenas corroboraram  para uma boa imagem da Miyako. Até esse episódio eu me questionava se ela era mesmo uma universitária, pois até então sempre mostravam ela em casa.

A Koko é bastante excêntrica, mas no fundo quer o bem da pessoa a quem ela admira, porém ela não sabe expressar isso com naturalidade, e o mesmo vale para a Miyako, que por outros motivos também não sabe como se expressar diante de quem ela não tem muita intimidade. Elas até que combinam, mas uma relação inusitada como essa será que pode dar certo? Como o anime é leve, as duas conviverão bem e mais situações cômicas irão surgir com a interação que elas terão uma com a outra e com as demais meninas do elenco.

 

 

Comentários