Bungou Stray Dogs 3 – ep 12 final – Aos cães sem dono
Bungou Stray Dogs foi, sem dúvida, um dos melhores animes desta temporada. Como não poderia ser diferente, o último episódio também manteve o nível lá em cima e, mais uma vez, com uma dupla de peso: Akutagawa e Atsushi. Também tivemos a resolução de um dos planos mais geniais até então, com o vilão que mais deu trabalho para nossos protagonistas.
No episódio anterior o grande acontecimento que serviu como gancho para o episódio final foi Akutagawa ter sido infectado com um vírus. A grande questão era como a dupla iria resolver isso, mas acabou que não mudou nada a dinâmica. Os dois seguiram atrás do esper com Akutagawa montado no Atsushi. Tá aí uma coisa que eu não esperava.
Boa parte do episódio se concentrou no confronto entre a dupla contra Ivan. O personagem até então tinha sido apresentado apenas como um dos servos de Fyodor, então não havia muito o que esperar dele. Porém, suas habilidades se mostraram bem intimidadoras pela forma como conseguiu emboscar nossos protagonistas. Ivan é capaz de manipular conglomerados de rochas, e os personagens estavam justamente no ambiente que favorecia o inimigo. Além de fazer um golem de pedra, ele também podia usar a terra ao seu redor para se proteger. Foi aí que as coisas ficaram complicadas para Akutagawa e Atsushi.
A primeira estratégia da dupla, de usar o tecido negro de Akutagawa para se movimentar e evitar tocar qualquer outra coisa, foi bem interessante, mas as coisas ficaram ainda melhores quando os dois decidiram unir suas habilidades. A gente teve, basicamente, uma fusão entre Akutagawa e Atsushi, o que é bastante improvável, levando em conta o quanto Akutagawa o odeia. Fico me perguntando se o nome seria Akutsushi ou Atsugawa. Além do visual muito maneiro do personagem, ele ficou bem mais poderoso, já que uniu a força ofensiva dos dois. Esse momento foi bem marcante para o anime levando em conta o quanto a Máfia do Porto e a Agência de Detetives Armados ficam poderosas quando se unem. Enquanto isso, o dono da habilidade do vírus acabou ficando de cara com os membros das duas organizações. O momento me lembrou uma das últimas cenas de “Os Vingadores”, quando os heróis encontram Loki ferido.
Uma coisa que me chamou atenção nesse episódio, e não poderia deixar de comentar, é o uso da música. Repararam que em boa parte da trilha sonora usada era música clássica, mesmo nas cenas de ação? Achei essa decisão artística muito bem executada, pois combina perfeitamente com toda a proposta da obra. Algo parecido foi feito em Neo Yokio, da Netflix, mas foi feita de maneira muito rasa, apenas como forma de contrastar a ação frenética com uma música leve e calma – e ficou bem estranho.
Aqui, a intenção vai muito além disso. A escolha das músicas e a edição fez com que ela seguisse exatamente o que estava acontecendo na trama, crescendo nos momentos tensos e dando uma certa tensão quando se pede. E tivemos muitos momentos assim. Além disso, a cereja no bolo é o fato de que essas músicas estavam sendo usadas pelos próprios personagens. Ivan revela que era um tipo de código que ele usava com Fyodor para que o vilão soubesse o que estava acontecendo e como deveria agir. Isso é genial, pois, como foi dito, nem mesmo os hackers poderiam decifrar as músicas.
Mesmo que Fyodor seja muito esperto e sempre esteja um passo à frente dos nossos protagonistas, ele não contava com Dazai. O momento em que Fyodor o vê é impagável, pois parece que ele realmente não esperava por aquilo. Também fiquei bem feliz em ver Francis, pois aquele episódio estrelado por ele deveria servir de alguma coisa. Lembra do Olho de Deus? Foi assim que encontraram Fyodor. Então, oficialmente, tivemos a união da Máfia do Porto, da Agência de Detetives Armados e da Guilda. Isso é bom demais. Tudo bem que não os vimos lutarem juntos – literalmente -, mas Fyodor nunca foi um vilão desse tipo, e sim um gênio.
Apesar da expressão de rato encurralado, Fyodor ainda tinha uma carta na manga e matou um homem apenas por ter tocado nele. Isso mostra que esse não foi o fim do vilão, que ainda deve dar muito trabalho no futuro. Já pensou se ele já tinha previsto tudo isso e foi preso de propósito? Não duvido nada.
Na sequência final, tivemos um momento bem divertido entre Tanizaki, Jenji e Kyouka, mas também foi a vez de Ranpo agir como Ranpo. Na última vez que vimos o personagem, ele estava preso em um livro, mas agora ele está solto. Como? Não fazemos ideia e isso realmente me incomoda no personagem. Eu não só queria saber como ele saiu de lá, como também assistir. Enquanto isso, Chuuya ainda está lá dentro e estou curioso sobre como ele vai sair sem os poderes apelativos de Ranpo.
Além dessa fuga de Chuuya, para a próxima temporada ficaram outras pontas soltas. Em algum momento, a Agência será punida por ter desobedecido as ordens de seu líder. O que será que deve acontecer com eles? Algo me diz que deve ser resolvido com algum alívio cômico. Porém, o que mais me empolga é o reencontro entre Akutagawa e Atsushi daqui a seis meses em uma batalha mortal. Akutagawa ficará todo esse tempo sem matar ninguém, enquanto Atsushi treinará para aprender artes marciais e controlar sua habilidade. Estou ansioso desde já para a quarta temporada.