Curti esse episódio, não achei ele inútil nem nada do tipo, mas certamente foi o menos relevante desse arco, que na verdade é um pós-arco que já está se arrastando. É hora de Kimetsu no Yaiba no Anime21!

Os momentos cômicos desse episódio foram divertidos, mas acho que se estenderam demais e tomaram muito tempo do episódio, dando a ideia de que o anime não tem muito mais o que oferecer nessa reta final.

Isso é uma inverdade em parte, porque a segunda metade tratou de adicionar elementos interessantes a trama, mas que não me parecem suficientes para sustentar dois episódios.

Acho que o anime vai acabar meio à deriva, algo muito parecido com o que rola frequentemente com Boku no Hero, mas não considero esse um grande problema, pelo menos não se anunciarem mais logo.

Por outro lado, a graciosidade da Shinobu mais uma vez roubou um pouquinho a cena, principalmente no final, mas já nos primeiros minutos ela apareceu bem.

E não só ela, as suas protegidas também proporcionaram bons momentos ao surrar os protagonistas no treinamento de recuperação, o qual, felizmente, deixou clara a lenta passagem de tempo. Mais ou menos um mês se passou nesse episódio.

Não ficou claro se sequelas maiores infligirão os protagonistas, mas pensando melhor, se essa experiência que eles tiveram os ajudarem a melhorar enquanto guerreiros e como pessoas já vai ter sido ótimo.

O Tanjiro cresce a cada episódio, a segunda parte do episódio mostrou isso, o Inosuke tem algum potencial de mudança, de melhora mesmo, o único que ainda me deixa com um pé atrás é o Zenitsu que se provou um grande pervertido na época em que pornografia era no máximo um embrião.

Aliás, será que o Zenitsu não já está enchendo muito desse jeito? Não acho que ele precise mudar da água para o vinho, mas a gritaria e taradice dele são tão frequentes e intensas que dessa vez me incomodaram.

Quero ver o personagem por outro prisma, o arco da família de onis mostrou que isso é possível, mas como trazer isso para o dia a dia, como mostrar que ele amadureceu de alguma forma?

Isso se ele amadureceu mesmo, né, pois parece que perder os braços por semanas e quase virar uma aranha não foi o suficiente, mas vamos ver o que esses dois últimos episódios ainda podem apresentar.

Uma personagem que indiretamente foi “desenvolvida”, se eu puder afirmar tanto, é a Kanao, a única que consegue manter a Respiração da Concentração Total o tempo todo além dos Hashiras, uma Tsukugo diferenciada, sem sombra de dúvidas, e ainda uma incógnita quanto a personalidade.

Mas uma coisa é certa, seu rosto impassível e o nível de habilidade que ela alcançou indicam que ela tem um objetivo bem definido em mente e se esforça por ele, então não consigo não a comparar ao Tanjiro.

Não estou aqui pensando em shippar os personagens, de forma alguma é isso, eu juro, mas até o título do próximo episódio me dão a certeza de que o Tanjiro tem muito a aprender com a garota, a se espelhar nela e até mesmo rivaliza-la.

Felizmente, não aquela rivalidade boba que o Inosuke tem com o próprio Tanjiro, mas algo diferente que se adeque a personalidade do irmão da Nezuko, esta que não apareceu nesse episódio. Não que se ela tivesse aparecido o episódio teria sido melhor, mas seria.

O toque das lolis assistentes no Tanjiro foi muito bacana e seu treinamento particular também, mas o que “salvou” mesmo esse episódio (que, repito, não achei ruim, só aquém dos anteriores) foi a aparição da atraente, mas reservada, Shinobu.

Eu já achava que o jeitinho provocador, mas não agressivo, dela era um sinal de que ela tinha algo em seu passado. Senão a esconder, mas para esquecer um pouco. A Shinobu perdeu a irmã na guerra contra os onis, é a história trágica de vida dela.

O mais interessante (porque ela ter um pano de fundo trágico não foi inesperado, apesar de ser de família tradicional) é o que ela conta sobre a irmã, que ela queria o entendimento entre humanos e onis e que a Hashira vê ela no Tanjiro, mas não é capaz de superar a mágoa que sente por tê-la perdido.

Ela decidiu trilhar o caminho de sua irmã mais velha lutando contra seus próprios sentimentos. Não é uma história bonita? Além disso, foi bem humano, bem frágil, de sua parte compartilhar em parte essa “missão” com alguém que ela vê ser capaz de fazer isso. Foi muito legal da parte dela abrir seu coração.

O Tanjiro, que fareja as verdadeiras intenções das pessoas, percebeu que o jeitinho “sapeca” dela era uma máscara para esconder o fardo que carrega e acredito que isso o fez respeitá-la ainda mais, além de o motivar a fazer jus as expectativas depositadas nele.

Por fim, ela falar claramente em “passagem de bastão” seria um mal presságio sobre seu sucesso em buscar o entendimento entre humanos e onis ela mesma? Não sei, mas a autora de Kimetsu não costuma entregar cenas como essas por acaso, né…

A história triste da Shinobu “salvou” o episódio? Seria um pouco leviano da minha parte afirmar isso, acho que mesmo sem ela ainda daria três estrelas, no mínimo duas e meia.

O que pegou é que ele e seus companheiros estão na casa dela há um mês, foram ajudados por ela e ela mesmo é uma personagem interessante, então seria até inadequado não dar a ela espaço para ser mais personagem.

Esse episódio se “safou”, mas esse arco está arrastado. O título do próximo episódio foi um bom sinal, indica algo mais interessante, mas ainda deve continuar tendo a mansão como base. E no episódio final, o que vai ser? Um extra e acaba no próximo? Ou ainda vai se passar na mansão?

Eu não sei, só sei que não dá tempo para nada muito elaborado, se o Tanjiro conseguir manter a respiração total já estará de bom tamanho. Não será um clímax de fato, mas também não será um momento de transição.

Até a próxima!