Legend of the Galactic Heroes está de volta com um filme dividido em três partes, mas que de filme não tem nada já que tanto sua exibição nos cinemas, quanto em streaming, segue o formato de episódio do anime de 2018. Para não dizer que nada mudou o Sawano compôs outra música maravilhosa para o encerramento e a Anly deu vida a ela com sua bela voz.

Isso é algo bom? Sim e não. É sempre bom ter anime de uma história tão bacana, é ruim ter apenas um episódio por mês durante três meses após quase dois anos do remake. De todo jeito, isso não interfere na história. Vamos a ela?

Na estrela Amritsar a batalha incompleta do remake de 2018 se decidiu. Antes de comentar o ótimo episódio que assisti, não posso deixar de questionar a decisão de jogar esse episódio para essa exibição em “filme”. Custava lançar esse episódio naquela época, até para terminar com seu ótimo cliffhanger?

Além disso, por que lançar o resto tanto tempo depois? LOGH é um clássico que merecia mais cuidado com seu remake, inclusive, uma segunda temporada propriamente dita após esses “especiais”.

Eu não sei qual é a repercussão que o anime teve, mas também tem mangá em lançamento e como escrevi, é um clássico, e uma baita história que merece mais! Até melhor animação, apesar do CG nem ter sido exatamente ruim, mas poderia ter sido melhor. O Production I.G. já foi mais competente nesse quesito.

E o que tem debaixo dela você não vai acreditar!

Certamente há circunstâncias que justificam tais decisões, mas agora é hora de deixá-las de lado e focar no embate de mentes entre Yang Wen-li e Reinhard von Lohengramm, Aliança e Império.

Um saiu derrotado, o outro vitorioso, mas dado o nível dos estragos posso comparar a um jogo de futebol em que o Império poderia ter matado o embate no jogo de ida dentro de casa, mas deixou a vitória esmagadora escapar com um gol fora de placa que deixou o zagueiro no chão. Eu adoro futebol, é, deu para perceber, e acho a analogia válida, até porque é certo que o jogo de volta vai acontecer em breve.

Uma história dessas não fica muito tempo sem batalhas de naves espaciais e especificamente a desse episódio foi excelente. Yang Wen-li deu um show de estratégia ao usar não só o campo, mas o ponto fraco do adversário. Sua derrota minimizada teve um gostinho de vitória muito porque o Reinhard acreditava na própria vitória com um plano que também foi bem perspicaz e usou o campo a seu favor.

O ritmo frenético da primeira metade do episódio foi animador. A trilha sonora épica casou muito bem com a alternância entre movimentos no campo de batalha. Yang tentou e conseguiu envolver o zagueiro em seu próprio ritmo e Reinhard pressionava com ímpeto sem abandonar a inteligência, foi como se estivesse jogando com dois jogadores a mais. É sério, eles estavam jogando futebol no espaço!

Essa nave é a Ferrari mais xavosa do espaço sideral.

Brincadeiras à parte, o Reinhard perdeu de novo para o Yang no quesito estratégia e isso feriu seu orgulho, reação natural para alguém com sua personalidade. O Kircheis intervém pensando no melhor para o amigo e é em momentos como esse que me pergunto se o Reinhard não sente algo a mais por ele.

Não que me pareça algo claro, mas se a Frederica é o braço direito do Yang, e sinto um certo quê de interesse misturado a admiração por parte dela, assim é o Kircheis com o Reinhard, só que ele tem uma relação bem mais profunda com seu superior. Kircheis ama a irmã de Reinhard, é verdade, mas isso não impede que o Comandante nutra sentimentos pelo Almirante da nave mais estilosa do espaço.

Enfim, as estratégias se digladiam e Yang sai vitorioso, apesar do Império ter tido mais ganhos com a empreitada insana da Aliança. Sai vitorioso de uma vitória pessoal, pois como é exposto por ele mesmo em sua conversa com Frederica, ele é alguém que prioriza a vida, diferente do costume no meio militar.

Aliás, é diferente de boa parte da ficção e isso eu vejo muito em animes, a ideia de que o herói tem pessoas e coisas a proteger e por elas seria capaz de arriscar ou até mesmo dar a própria vida de bom grado. Mas na vida real a coisa não funciona assim, ou ao menos não faz sentido que funcionem, e a forma do Yang enxergar o mundo nos lembra disso.

Obviamente, há pessoas que pensam de modo romântico, principalmente em posições específicas como é o serviço militar, mas a forma mais racional de lidar com a questão é justamente a de Yang. E nem é como se ele fugisse por isso, mas é sua inteligência que o permite sair com o pescoço inteiro e levar o maior número de pessoas consigo nisso.

Não só seu gosto pela história, mas também sua capacidade de analisar situações objetivamente, lidar com as emoções daqueles ao seu redor e até mesmo gerir recursos diversos. Um líder, um estrategista, carece de muitas habilidades e isso não necessariamente o torna um herói.

Eu mesmo não acho que o Yang seja exatamente um, não no sentido “fantástico” da palavra, mas certamente entre ele e Reinhard ele é quem demonstra conquistas mais notáveis nesse sentido. Reinhard tem conquistas militares, Yang conquistas mais humanistas, que priorizam a vida humana acima de tudo.

Ele conseguirá manter seus princípios até o fim? Veremos. O importante por ora é que ele mantém seus princípios mesmo com as mãos sujas de sangue. Já o Reinhard sequer faz questão de lavar suas mãos…

A vida é mais importante que a forma como se vive? Acho que cada um tem sua própria resposta.

Por fim, há uma mudança de cadeiras do lado da Aliança, o óbvio depois do fracasso militar retumbante, mas o Império não fica atrás nesse sentido e perde seu Imperador. Quem será o próximo na linha do trono? O que isso muda para o exército imperial? No que isso afeta os planos do Reinhard?

Só veremos os desdobramentos, e me parece que serão grandes, no segundo episódio desse filme/especial que sai em outubro de 2019. A única certeza que tenho é de que o Yang deve cuidar bem de Iserlohn, mas não sinto a mesma confiança sobre a segurança de seu filho adotivo, Julian.

Não é como se ele fosse ser uma criança para sempre, né, mas ele se meteu na cúpula do Yang e se algo acontecer com ele deve afetá-lo severamente. O que também seria um desenrolar interessante, mas vou confessar que já aprendi a gostar e me importar com o personagem e por isso não quero vê-lo sofrer.

Sei que é tolice minha, pois LOGH não é o tipo de história que vai suavizar praticamente nada para nenhum personagem, mas não me custa sonhar um pouco, né? Aliás, o Reinhard também é alguém que certamente será bastante “agravado” nessa guerra e mal posso esperar para ver que situações fascinantes surgirão dos problemas causados aos dois.

O cliffhanger desse episódio foi excelente, uma pena que não fizeram esse episódio sair em 2018 e deixaram o novo arco para esse filme que não é filme, mas, independentemente disso, iniciou com pé direito.

Até o próximo episódio!

Humanos morrem, quer sejam imperadores ou não, e essa é uma verdade absoluta!

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