Assumindo o posto de estreia mais fofa até o momento – e acredito que não será superada -, Null Peta me chamou atenção por ser uma obra original, cuja sinopse me instigava a entender para que lado a história poderia pender. Só posso dizer que esses 5 minutos valeram mais do que quaisquer 20, e passaram mais rápido ainda, de tão divertidos e singelos que foram.

Null é uma garotinha meio cientista que perdeu sua irmã Peta em um acidente – que eventualmente devem mostrar qual foi -, e como forma de tentar seguir adiante com o seu luto, ela decide criar com suas próprias mãos um robô que possa simular a irmã mais velha.

Perdas não são coisas fáceis de se lidar e quando você é criança isso pesa ainda mais. A protagonista ainda tem o diferencial de aparentemente só ter a irmã e ninguém mais, o que se for verdade torna a sua experiência ainda mais dolorosa – a prova disso é o fato de ela aparentemente ter se isolado do mundo no processo.

Me pergunto se em algum ponto o anime deve trabalhar numa dose mínima, a carga dramática das duas uma vez que por mais bem feita que a Peta seja, sua versão robótica nunca será igual a humana – fora que essa questão de não ver uma figura adulta que cuide delas me incomodou um pouco, porque eu senti a solidão no lugar delas.

A recriação da irmã mais velha gerou uma situação bem divertida, pois mesmo utilizando todas as memórias “físicas” e fotográficas que tinha da outra, a Null acabou não conseguindo criar um andróide perfeito, mas sim aquela bola de pelos super fofa.

Entrando nesses detalhes, fiquei ate curioso para saber como a Null é tão inteligente e como ela teve acesso a tantos recursos para recriar a irmã, pois imagino que sendo sozinhas no mundo as duas tiveram lá as suas dificuldades.

A Peta é uma verdadeira arma ambulante multiuso, e o mais absurdo é que a própria criadora se surpreende com as habilidades e utilidades inseridas nela. Isso me fez questionar se foi a doida que implantou isso nela, ou se aquela máquina maluca que criou a “irmã perfeita” com base nos dados que foram jogados lá dentro – até porque aquilo mais parecia mais uma máquina dos desejos, mas enfim.

No mais o episódio se concentra no primeiro contato entre as duas, e a relação entre elas é muito bonitinha, pois mostra o tamanho da saudade e do sentimento que a mais nova nutre, enquanto do outro lado, a robozinha supera as barreiras da tecnologia, se mostrando amorosa e capaz de agir com seus próprios pensamentos e emoções, apenas por conter dentro de si todo o amor guardado pela irmã – o que mesmo soando mais fantasioso do que sci-fi, não me desagradou nem um pouco.

Null só quer de volta o carinho de sua única familiar, enquanto Peta quer cuidar da sua irmãzinha, tendo um jeito muito peculiar de fazer isso. Com aquele horror de possibilidades e mecânicas, tudo pode acontecer entre as duas e acredito que a série pretende trabalhar inclusive, a readaptação da jovem com o exterior – para o qual ela se fechou -, colocando ela de volta na escola e em outros ambientes nos quais ela precisaria estar para ter suas amizades e se desenvolver, seguindo de fato adiante.

Curti muito a estreia e fiquei impressionado com o potencial demonstrado, pois mesmo com um pano de fundo dramático, o anime se desenvolve de forma muito leve, contando com protagonistas carismáticas e expressivas, além da boa direção e animação – que está bem colorida – que só aumentam chance de sucesso. Sem dúvida alguma esse entra para a galeria dos que acompanharei e vou babar toda semana.

Obrigado a quem leu e até o próximo artigo!

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