Continuando exatamente do ponto onde havia parado, os alunos da Tokise estavam aproveitando o encerramento de sua apresentação, surpresos pelo avanço que conquistaram como recompensa pelo seu esforço, dedicação e desejo de fazerem o melhor por si mesmos. Ainda assim a sombra da avaliação final pairava sobre eles e principalmente, os sentimentos de preocupação e nervosismo diante de um resultado que para eles tinha um valor maior do que a mera vitória.

Primeiramente gostaria de anunciar que a partir de agora, estarei assumindo Kono Oto Tomare no lugar da Tamao-chan, já ficando preocupado e ao mesmo tempo muito satisfeito de ter recebido uma jóia dessa para trabalhar – só espero estar a altura do belo trabalho que ela veio fazendo.

Voltando a história, o grupo sabia que o acidente com Chika poderia prejudicá-los e que ao longo da sua apresentação, a tentativa de entrarem em sincronia foi meio bagunçada, então tudo podia acontecer. Apesar de cativarem pela recuperação no meio da peça tocada, a ciência do erro coletivo estava ali e por isso tantas desculpas.

Essa cena para mim teve um peso importante, porque mostrou que Takinami é um ser humano que sabe ler o momento, e a forma como ele desfaz toda a aflição do grupo tomando para si a responsabilidade é bacana, evidenciando que ele não é tão desagradável quanto gosta de soar, com suas palavras ácidas – embora relativamente verdadeiras.

O professor no entanto não era o único tocado e “transformado” pelo som que saiu dos dedos de cada um dos alunos. Havia ali uma pessoa que mais do que qualquer um, carregava um incômodo que ia além do ato de subestimar o inimigo, uma sensação que denunciava aquilo que ela não queria enxergar, e essa era a Kazusa da Himesaka.

Durante o momento em que a Hozuki decide ir buscar os lanchinhos favoritos do Chika como forma de agradecimento, a garota se põe no caminho do rapaz e o ataca com suas palavras rudes. Dentro de si ela estava em um misto de deslumbre com frustração, mas embora tenha dirigido esse sentimento de forma negativa contra ele e a antiga companheira, no fundo a raiva que tinha era de si mesma.

Diferente dos novos amigos da moça, a Kazusa permaneceu com ela apenas numa posição conformista e covarde, e nunca tendo força para mudar aquilo que era visível aos seus olhos. Ver a Hozuki tocando de uma forma nova e que transmitia o seu estado de espírito feliz, a machucava porque ela tinha consciência de que outras pessoas tinham alcançado com facilidade o que ela deixou passar.

Acredito que uma das coisas que mais fere alguém, é lutar e não ter o seu trabalho reconhecido, principalmente quando você se aplica e é feliz o fazendo. No caso aqui, mesmo que não tenha sido por uma má intenção de fato, a loira magoou a menina, mas felizmente Chika inverte a situação e a salva através da sua sinceridade – o que para ela tem uma força ainda maior, pelos sentimentos que vem crescendo em relação a ele .

Na segunda parte, a premiação apenas confirmou o que as apresentações de cada um tinha sido, o que achei interessante pelo realismo com que se conduziu ao lidar com cada um. Nesse momento alguns se destacaram, como os novatos da escola Hakuto que além de bons, contavam com um talento natural, o estranho Mio.

Esse despertou minha curiosidade por parecer aquele típico personagem que pressente o poder latente do vizinho, e faz insinuações sobre, enquanto tenta se aproximar do futuro rival – o que ele faz com Chika, que fica agoniado com as investidas dele.

O grupo da Himesaka e da Tokise, acabam simplesmente perdendo para os outros rivais, como Sen e seu parceiro, a excelente turma da Meiryo e por fim o pessoal da Hakuto. É interessante notar ainda que tenham se saído bem – como os outros -, as duas equipes que falharam foram exatamente aquelas que mais demonstraram instabilidade na apresentação, cada uma a seu modo.

Inevitavelmente nossos protagonistas simplesmente tinham a barreira da inexperiência, uma harmonia ainda bagunçada e a lesão de um companheiro. Já as outras foram presas pelo sentimento que eram inabaláveis por serem boas, e o estado de confusão da sua líder, características que somadas interferiram completamente no seu desempenho.

Os “perdedores” saíram arrasados? Saíram, mas como a Kazusa mesma disse, isso apenas servirá pra deixar as duas equipes mais fortes – caso amem o que fazem. Cada pessoa reage de forma diferente em tempos de aflição, e essas fazem com que alguns caiam em pedaços, enquanto outros caem em si, que foi o caso nos dois lados.

A competição mostrou que o fato de estar no topo não significa que alguém é intocável, assim como ela pensou, bem como não entrega a vitória a quem não tem o preparo e dedicação necessária. Os meninos da Tokise foram bem e isso é fato, mas para vencer de verdade é preciso mais do que um momento brilhante e o anime provou isso.

Com os ânimos abalados, nem o Takezou não sabia o que dizer ainda que tenha tentado – por estar na mesma posição dos amigos -, entrando mais uma vez o Takinami como o “MVP” do dia, sendo ainda mais gentil e instrutivo do que jamais tinha sido até aqui, um verdadeiro conselheiro.

No mais só posso dizer que esse retorno foi excelente, reforçando o quão boa é essa obra, e tenho muito gosto de assumir a responsabilidade de tocá-lo para frente. Como extra, já deu para perceber pela nova abertura que a família da Hozuki terá algum peso nessa segunda fase, assim como o Mio e a Kazusa também devem ter alguma relevância pelo caminho. Vamos aguardar e ver o que essa sequência tem a nos oferecer.

Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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