Bokuben volta mantendo a mesma vibe da primeira parte, no mesmo ponto do tempo e com o mesmo grupo de personagens, só que dessa vez ainda mais afundado em mal-entendidos. E eu vou confessar que estava com saudades dessa turminha que precisar passar de ano. É hora de Bokuben no Anime21!

Nunca canso de ver o esforço do Yuiga para ensinar as garotas. É algo que me lembra o trabalho duro tão valorizado na cultura japonesa e que acredito ser importante para construir a relação dele com cada uma delas. E não só pelo ganho que ele vai ter com a indicação caso ajude elas a passarem no vestibular, mais também pelo ganho pessoal para ambos os lados.

Além disso, também não canso de curtir como Bokuben mostra que ninguém é bom em tudo. Okay que essa “falha” costuma ser a piada nas comédias românticas, mas não é toda história que apresenta gênios tão incapazes em outras áreas.

Sobre a abertura, curti mais ela que o encerramento. Não à toa peguei uma imagem dela para a capa.

Quando você recebe uma carta de amor escrita a mão e ela está cheia de erros de português.

Achei que o efeito de som no momento em que a Rizu descobre o “E” foi bem criativo. Mas a graça desses primeiros momentos certamente foi o mal-entendido sobre o tamanho dos seios. Se a gente considerar que a Uruka e a Fumino acharam que a Rizu pegou parte da conversa é de se entender elas terem pensando errado sobre o D que ela falou.

O que não faz muito sentindo é não terem desfeito o mal-entendido ali mesmo, afinal, seios não diminuem do dia para a noite. Mas a lógica não é o forte desse tipo de cena em romcom, a gente sabe, então o que vale é a sementinha do caos germinada ali.

O outro mal-entendido foi ainda melhor, com uma longa troca de diálogos em que tudo o que o Yuiga dizia era interpretado como outra coisa. Sou o tipo de cara que acha que todo homem é um tarado, se disser que não é só porque ainda não sabe disso.

Zoeira a parte (ou não), não é como se a toda hora o homem fosse pensar em sexo e foi exatamente esse o caso do nosso jovem e tapado protagonista, né.

Apesar do mal-entendido ter escalado demais, a Ogata ter aceitado a situação creio que se deva aos sentimentos que ela está desenvolvendo pelo Nariyuki, mais do que por uma possível aceitação da imposição de um homem sobre o seu corpo (em uma clara conivência com a cultura machista do assédio), então não me incomodei tanto com ela ter deixado o garoto tocar em seus seios.

Mas sim, não é o tipo de cena que gosto. Felizmente, o Nariyuki não fez nada além de ficar envergonhado pela situação constrangedora. Se fosse em circunstâncias diferentes teria reclamado bem mais dessa cena.

E, ainda assim, com o assunto posto a mesa é claro que ele se interessaria. Ele é um garoto “saudável”, como muito se fala em animes ecchi, não é um santo que não sente desejo.

Enfim, o importante é ele focar no estudo, se mantendo fiel a caracterização do personagem, mas também é bom ver ele cada vez mais consciente sobre o romance, a atração física e tantos outros tópicos pertinentes aos “jovens”.

Todo homem é um tarado enrustido até que prove o contrário?

Enfim, na cena seguinte o Nariyuki praticamente foi coagido a falar o primeiro nome das garotas e elas usaram as experiências que tiveram com ele para isso. A Uruka nem precisou de uma chantagem mais direta, pois os dois são amigos de longa data e ele se tocou rapidamente do que ela estava querendo.

E é aí que a gente vê como, mesmo bem cordialmente, cada uma sente inveja da outra se esta for tratada diferente e o Nariyuki precisa lidar com isso para não estragar o clima no grupo.

Está dando certo e ainda deve dar por muito tempo, mas confesso que gostaria de ver um pouco mais de drama em Bokuben nesse sentido, quando for a hora do Yuiga se relacionar romanticamente com uma delas.

O mal-entendido no banho foi um prato cheio para o fanservice, mas, felizmente, até o ecchi em Bokuben é controlado pela censura e os ângulos não tão favoráveis a ele. Já a reação do Nariyuki foi a pior possível.

Como é que ele me vem e se joga na água? Teria sido lógico sair correndo virando a bunda para elas, não ter se aproximado mais. E de onde foi que saíram os óculos dele? Foi um erro de continuidade? Há outra explicação para isso? De toda forma, Bokuben é craque em forçar cenas assim.

Tocando o barco, o Nariyuki e a sua insensibilidade para lidar com o complexo da Furuhashi me faz rir em todas as vezes. TODAS AS VEZES. Mas daí a situação escala daquele típico jeito que o romcom propõe. Até desses clichês estava sentindo falta. É idiota a maneira como a coisa progride, mas diverte.

A conversa “de garoto” se deu no pior momento possível, mas no momento em que mais faz sentido ocorrer, quando a atmosfera gira em torno das garotas a serem espiadas.

Eu não vou ser hipócrita, já tentei espiar mulher no banho, mas foi quando era bem pequeno, então sei o que leva um garoto a tentar fazer isso. Não acho adequado, de forma alguma e não é difícil para alguém como o Nariyuki ir contra algo assim e tenho certeza de que ele teria feito isso não fosse a situação em que se encontrava.

Quanto a conversa, nada a declarar, ela só existiu para deixar a Furuhashi fula da vida, dando vazão ao seu complexo de tamanho e assim quase estragando todo o esforço do Yuiga e delas para se esconderem. Quanto à forma como tudo foi “consertado” não tenho nada a reclamar.

A Pixie Maid mandou bem e a fresta no bambu foi distração suficiente para a fuga. A piadinha da Furuhashi tábua ter sido revisitada no final foi chutar cachorro morto, mas em um episódio de resPEITO como esse foi acho que o timming cômico foi certeiro. Bokuben não é nada sutil quando quer judiar de suas heroínas.

Não achei essa estreia da segunda temporada de Bokuben nada demais, mas me diverti horrores. Estava sentindo falta desses personagens e da dinâmica desenvolvida entre eles. Também vi um pouquinho de desenvolvimento em uma cena ou outra. Nada muito claro, mas o suficiente para fazer desse episódio útil para o quadro geral da história. Quero é ver como vai ser quando as aulas voltarem.

Até a próxima!

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