Kurusu e Hozuki, já vem há algum tempo dando sinais de que veem algo de especial em Takezou e Chika – respectivamente -, mas enquanto para a mais experiente a mudança de sentimentos é clara, para a novata no assunto, tudo é desconexo e estranho. A questão é: como elas vão lidar com isso agora, e quais serão as reações dos rapazes as suas ações?

Bom, passado o momento de tristeza inicial pela derrota óbvia, o sentimento de todos em relação ao koto é muito parecido, porque nesse momento, até sem querer aquilo já faz parte deles. O processo pelo qual passaram só aumentou a união entre eles e o desejo de crescerem – como era de se esperar.

Esse amadurecimento não só fez bem a todo o grupo, como também deixou marcas neles e nos que os acompanharam de perto sua evolução como músicos e humanos, sendo Takinami o exemplo mais gritante. Aqui o professor mostra sua crença em relação a seus alunos e inclusive surpreende com sua ação de criar uma música para eles.

Fiquei intrigado porque o fato de ele saber escrever melodias e lidar com partituras específicas para o koto, não me parecia um ato de uma pessoa leiga e nem que sabia minimamente sobre o assunto. Imaginei que talvez ele já tivesse contato prévio com a música, ou então estudado bastante pra ajudá-los – depois de ver o esforço coletivo e se empolgar -, mas lá pro finalzinho o anime nos esclarece rapidamente o mistério das suas habilidades ocultas e origem parental lendária.

Achei bacana também nesse episódio a escolha que o professor fez ao colocar Sane como o responsável pelas 17 cordas no lugar da Hozuki, pois penso que isso dá aos demais chance para brilharem e se desenvolverem também, mostrando o seu potencial. No meio do trio de “patetas”, é notório o seu melhor desempenho se comparado aos outros dois, então levando isso em conta, essa é uma decisão mais do que acertada.

Falando em talentos, a capacidade curativa do Chika me chocou, já que ele apareceu com o pulso completamente recuperado, contrariando o que imaginei sobre criar alguma situação em cima do ocorrido com ele, sendo esse problema resolvido bem rapidamente – e pela forma como se deu, não acho que isso possa ter alguma conveniência dramática posteriormente.

Enfim, com essas novidades em curso, o festival escolar se aproxima e é aqui, que o episódio começa a trabalhar as mudanças sentimentais. Como já citei, a união do grupo da Tokise trouxe coisas positivas a todos, e cada um é agradecido a alguém pelo que conquistou e pelo apoio que ganharam – porém alguns tem mais do que isso.

Chika era visto como um delinquente sem chance de regeneração, sendo grato ao Takezou pela bondade e humanidade com que foi recebido, abrindo assim uma porta que o mundo havia fechado para ele. O senpai por sua vez é grato a todos por lutarem ao seu lado, mas tem uma relação especial com o primeiro, basicamente pela mesma ação que o rapaz teve ao ajudá-lo. Isso se externaliza no diálogo entre os dois e o Tetsuki, num momento bonito de abertura para o velho amigo e os dois que não sabem como transmitir o que pensam e sentem entre si.

Enquanto isso do outro lado da história, Kurusu vai aprofundando cada vez mais a afeição por Takezou, porque ele é um dos poucos que se esforçam para entender a moça, além da força e gentileza do mesmo – convenhamos, quem não passa a amar alguém que faz questão de ser parceiro e cuidar da pessoa?

No episódio ocorre um encontro desagradável entre ela e seus “ex” – namorado e amiga -, que resulta num ataque covarde por parte de ambos, mas confesso que fiquei extremamente feliz com a resposta do protagonista aos dois órdinários, pois com simples gestos ele os colocou em seu lugar e ainda demonstrou que também sente alguma coisa diferente em relação a companheira foi uma cena linda em vários sentidos.

Kurusu saiu de uma condição de menina má, para alguém que agora entende que tem um lugar só dela, com amigos que a aceitam e acreditam nela. Mesmo que ainda tivesse suas dúvidas se merecia uma nova oportunidade de ser feliz, Takezou as apaga para que ela possa seguir em frente e não mais caia diante de um passado que não lhe pertence mais.

Como ela não é a única mexida nesse meio, sua amiga de koto também está numa situação complicada e até engraçada. Hozuki agora começa a viver a vida de uma garota normal da sua idade, se sentindo estranha com essa sua fase, porque ela cresceu se focando na música então não tem destreza para amizades ou assuntos de mulher.

Para sua confusão completa, a proximidade com Chika é algo completamente novo, e nem é por ser um amigo homem chegado, afinal ela lida com os outros normalmente, mas porque lá no fundo a jovem tem consciência de que ele exerce um incômodo diferente nela – a ponto de demonstrar um certo ciúme em relação as meninas que começam a notar a beleza interna e externa do rapaz.

A cena final deixa um clímax bem interessante com o acidente romântico dos dois – o que ela processa com dificuldade e ele mal interpreta. Acredito que diferente do outro par, a coisa aqui terá um rumo mais arrastado e bagunçado, devido a inexperiência de ambos no entendimento de seus próprios sentimentos e em lidar com o sexo oposto.

É curioso ver todo o progresso entre essas duplas tão opostas no começo e parecidas agora. Hozuki e Chika que tinham uma relação difícil pelo fato da moça ver nele tudo o que detestava em uma pessoa, são no fundo pessoas igualmente sensíveis e inocentes que apenas desejam viver da melhor forma possível fazendo o que gostam com quem amam.

Kurusu que tinha raiva da natureza passiva e amigável do Takezou, passou a entender seu comportamento, sendo ela atualmente tão mãezona quanto ele tem sido para o grupo – penso até que ela o vê como um modelo do que ela pode buscar ser.

Os meninos estão alheios aos sinais – o que é natural, visto quem são e o modelo dos animes -, já as meninas estão em polvorosa, mas enquanto uma ainda está na fase de compreensão das novidades que lhe rodeiam, a outra é uma verdadeira panela de pressão, pronta para estourar a qualquer minuto. Estou realmente empolgado para ver onde isso tudo vai dar, porque o anime é incrível por si só, e com esses desdobramentos encaminhados, acho que pode crescer ainda mais.

Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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