Nesses três episódios iniciais do anime, Ahiru no Sora seguiu a mesma fórmula que os animes de esportes fazem dentro de sua proposta. Ou seja, foi diferente de Haikyuu e Days que tinham dois protagonistas novatos (um gênio junto de um esforçado que estava aprendendo sobre o esporte e se descobrindo) e similar a Hanebado, Harukana Receive e Kuroko no Basket onde o protagonista já sabe jogar e muito bem o esporte, mas precisará formar o time do qual fará parte para assim, seguir adiante. 

Isso está longe de ser um problema e nem daria para reclamar se fosse uma espécie de clichê, afinal, Ahiru começou bem antes de todos os citados anteriormente. Aliás, eu poderia citar outros exemplos de animes de esportes mas preferi me ater aos mais “recentes” ou em alta. Enfim, o ponto é que Ahiru vem se apresentando como mais um anime de esportes com elementos já conhecidos, o que implica em ter que mostrar as suas particularidades para poder conquistar o público.

Sendo franco até o momento a obra conseguiu fazer isso comigo. Obviamente não dá para sair fazendo grandes análises sobre a história ou os personagens, mas a construção que a obra vem tendo é no mínimo interessante. Talvez o grande trunfo até agora tem sido o protagonista que apesar de sua altura, sabe jogar basquete. Aliás, ele é muito bom jogando e seus movimentos são de alto nível, o que me faz querer ver cada vez mais ele mostrando o que sabe dentro de quadra.

Como um amante e praticante desse esporte magnífico, Ahiru no Sora vem sendo um belíssimo aperitivo antes do início da temporada da NBA (apesar de que o Campeonato Paulista está bem legal). Sim, é estranho ligar os dois dessa forma, mas isso serve para exemplificar o quão interessante a obra vem sendo no âmbito do basquete. Não temos os ensinamentos sobre os fundamentos do esporte (até o momento) e isso vem funcionando como combustível para a obra, afinal, do contrário teríamos um Haikyuu versão basquete em praticamente todos os detalhes (apesar de Ahiru ter vindo antes). 

Toma esse fade-away de graça! Obs.: No caso esse movimento consiste em pular para trás e arremessar, “simples” assim. Serve para fugir de um possível bloqueio/marcação ou quando seu adversário tem vantagem na altura. Geralmente é acompanhado de um drible.

Os três primeiros episódios focaram em apenas duas coisas: a introdução do Sora e de suas grandes habilidades e a formação de sua equipe. Apesar disso ainda não ter terminado, uma das peças mais importantes já se rendeu ao insistente garoto e assim, teve sua chama reacendida. Momoharu desde o início mostrou que sabia jogar basquete e depois de vermos o seu passado, fica claro que seu irmão logo mais irá seguir o mesmo caminho.

Com isso fica cada vez mais interessante ver que o time vem sendo formado por caras que tem no mínimo noção do que fazer com a laranja, ainda que tenham um longo caminho pela frente. Mas tudo isso poderá ser contornado e a própria obra já tratou de indicar o caminho que irá seguir no caso do Momoharu. Apesar de sua deficiência no arremesso – logo um dos fundamentos mais importantes – ele possui uma boa impulsão, algo que ajudará ele a ser um pivô (posição na qual o jogador procura ficar mais próximo a cesta e justamente por isso, acaba sendo o jogador com maior estatura).

Com isso resolvido, já temos um pivô que talvez possa ser um ala-pivô (seria um jogador que pode jogar de pivô mas tem uma mobilidade maior, basicamente) e por isso faltaria apenas um ala-armador e um ala. Isso considerando que o Sora será o armador da equipe por conta de sua inteligência em armação e sua boa gama de dribles e arremessos. Lembrando que ainda temos os 3 delinquentes que devem acabar sendo reservas considerando suas habilidades.

Enfim, aos poucos a equipe deles vai se formando e com isso os desafios irão aparecer de acordo. Enfrentar uma equipe de nível considerável logo de cara é uma espécie de clichê bem comum mas que tem seus méritos, afinal, independente do tipo de protagonista que tivermos é uma prova de fogo que mede o nível dos “mocinhos” em relação ao resto. Definindo isso faltará ver quais serão as metas e os desafios que a obra vai impor para que a história siga em frente e assim, nos presentear com um basquete interessante e próximo do real.

O cara “tem bolas” para desafiar desse jeito rs

No final das contas esse artigo não foi bem uma análise dos dois episódios e sim, um monte de comentários sobre basquete e o que esse anime de esporte poderá nos proporcionar. Acredito que se continuar nesse nível, Ahiru no Sora tem tudo para inspirar mais pessoas a jogar basquete assim como Haikyuu fez com vôlei. Claro que são situações diferentes por conta de alguns detalhes, mas o ponto é que ambos prometem mostrar o quão interessante o esporte escolhido é e claro, aliando isso a uma boa história. Haikyuu conseguiu e agora falta Ahiru mostrar do que é capaz.

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