Ahiru no Sora – ep 4 – Hora de voar!
Nos três episódios iniciais de Ahiru no Sora tivemos aquilo que seria a construção inicial do elenco que irá cercar Sora. Ainda faltam algumas peças, mas já temos o bastante para uma partida amistosa apesar dos pesares. Porém o que mais chamou a minha atenção nem foi o início da partida mas sim, o desenvolvimento que Sora teve. Não foi algo profundo, mas foi eficiente e conseguiu mostrar melhor como ele se tornou nesta versão atual. No mais, é esperado que eles sejam derrotados por seus adversários (eles mesmos deveriam acreditar nisso inclusive) e sigam em frente.
Aliás, esse episódio conseguiu trabalhar três detalhes importantes paralelamente. A entrada do Chiaki para o time, a primeira partida de Sora e cia e claro, a construção do Sora. O menor e menos importante deles teve mais uma vez um destaque breve e tímido, indicando que a hora de Chiaki entrar em cena ainda não chegou. Mas pela reação do pivô adversário, fica nítido que esse jogo pode ser decisivo para a volta do grandalhão.
Claro que ainda falta explicar o que levou ele a parar de jogar. Momoharu parou por frustração perante seu esforços para evoluir e ter um lugar no time, mas Chiaki ainda não nos mostrou qual o possível problema que o atrapalhou em sua jornada. Enfim, eu realmente acredito que o problema não gira em torno de sua habilidade com a laranja e sim, com algum tipo de derrota ou desempenho ruim perante um forte adversário.
É aquela velha história, Ahiru no Sora não precisa e nem deve inovar com algo fora da curva e por isso, devemos sim esperar desenvolvimentos comuns. Isso de forma alguma é um problema pois um clichê bem feito ninguém pode colocar defeito (até pode, mas poxa, é desnecessário). O ponto é que enquanto estamos vendo Chiaki fazer esse mistério todo, todos os outros estão ralando contra um time forte e aí os problemas já começam a aparecer.
O primeiro deles é bem óbvio: todos são ineficientes na grande maioria das funções exigidas. A forma simplificada de jogar até pode ser eficiente por enquanto, mas num jogo real sabemos bem que eles não conseguiriam passar da primeira fase. E o engraçado é que esse nem é o maior dos problemas, afinal, o que poderia ser pior para um time que só tem um pontuador e uma defesa que é uma mãe? Não importa quantos pontos o Sora faça, seu time vai ser deficiente na defesa e eventualmente eles não vão conseguir conectar os passes, visto que não há repertório.
Considerando o poster do anime vemos que mais dois jogadores vão entrar e apenas um dos delinquentes vai permanecer na equipe (independente do status). Isso mostra bem que o autor viu a necessidade de incluir outros personagens para que a equipe funcionasse devidamente. É praticamente impossível que cada um daqueles delinquentes consiga evoluir o bastante para jogar competitivamente. Aliás, até mesmo o Momoharu ainda tem um longo caminho.
Nesse ponto eu acho engraçado que seu técnico anterior sequer tentou explorar as qualidades do garoto e claro, o mesmo não tentou outros métodos. Chega ser bizarro pensar que ele nunca tentou enterrar uma bola, algo tão banal que até mesmo quem claramente não conseguiria, tenta. Fora isso também tem a questão da mecânica de arremesso dele. Como diabos ninguém viu que a mecânica dele é deficiente e que para ele acertar é necessário arrumar isso? É algo tão simples que chega ser um estranho ponto negativo.
Enfim, nesse primeiro jogo o Sora conseguiu segurar as pontas até então, mas logo mais o cansaço vem e com isso, as “tijoladas”. É bem fácil deduzir que logo mais ele vai começar a errar e com isso, a grande deficiência ofensiva do time vai ficar escancarada. Se isso não acontecer teremos um problema de choque contra a realidade, afinal, quem diabos termina uma partida sem errar arremessos de média e longa distância? Isso sem contar com a marcação que ele vai receber.
Por fim temos o passado de Sora com sua mãe. Agora temos certeza de que ela está viva e confesso que já temo pela morte dela em algum momento importante para ele. Seria interessante, mas é um acontecimento que eu realmente não gostaria de ver. Ela mostra ser um alicerce muito importante para a estrutura do Sora, apoiando o jovem garoto quando tudo e todos tentam derrubá-lo por conta de sua altura.
Com isso, eu realmente espero que ela melhore (do contrário vai ser muito triste) e quem sabe não consiga ver seu filho brilhando em um grande palco. Enfim, agora resta saber quais serão os desdobramentos desse amistoso e as consequências que ele vai trazer. Sabemos que mudanças vão acontecer, mas no momento é difícil imaginar qual o caminho a ser traçado.