O que acontece quando reunimos um médico, um detetive, um bandido juvenil, um faisão, um cachorro e um macaco no mesmo cômodo? É, não pode dar coisa boa mesmo…

Tá achando confuso? E veja que eu ainda não disse que tem um pêssego no meio dessa história. Bem, agora eu disse.

Enfim, o mistério desse episódio roda em torno do desaparecimento de um homem. Mas, será que esse homem realmente desapareceu, ou aconteceu algo a mais?

Bem, vamos ao início.

Como sugerido no episódio passado, Watson e Sherlock passaram a compartilhar a mesma habitação. Isso nos lembra as histórias clássicas, mas como esta adaptação é em grande parte original, eu mesmo não fazia a menor questão desse simples detalhe.

James Moriarty já chega logo no começo, e até o fim é o personagem mais importante do episódio. Até porque, é ele quem convida Holmes e Watson para irem ao banho público, o que sem isso não teríamos nem mistério nem episódio.

Mesmo que não parecesse lá muito afim de ir, o fato de haver uma apresentação de Rakugo consegue fazer com que o detetive saia de seu querido e bagunçado apartamento. Falarei sobre o Rakugo novamente mais ao final.

Enfim, lá mesmo um monte de caras estranhos – ao menos para Watson e para nós expectadores, já que Sherlock e Moriarty nem estranham – que usam máscaras de animais… e de pêssego? O que animais têm a ver com pêssegos? Eu não entendi direito se é uma referência a alguma coisa da cultura japonesa, talvez seja. Enfim. Fato é, Watson começa a perceber que tem alguma coisa errada com tudo aquilo.

Já confesso que eu não consegui puxar nenhuma história parecida com essa de minhas memória. Puxei meus livros da estante e tentei procurar pelos títulos, e embora uns sete tenham características em comum, no geral, não achei nenhum mistério parecido com esse. Por isso, acredito que essa história seja muito provavelmente original.

Mas enfim, vamos voltar ao mistério.

Logo o problema é apresentado para Sherlock que tenta resolvê-lo. Como ele percebe que a mão de um deles está ferida, ele entende que alguma coisa pode ter acontecido. Então o desaparecimento do “homem pêssego” (Momotaro) começa a ficar ainda mais estranho.

E então algumas acusações, negações, e até mesmo confissões começam a rolar uma atrás da outra. O cachorro diz que ele é o culpado, quando na verdade ele não era. Bem, não é culpado do crime, embora ele tenha encoberto o mesmo.

E então Sherlock, com um show de Rakugo (como já estamos nos acostumando) revela tudo… tá, nem tudo. O resto é revelado pelo cachorro. E daí é flashback emocional na tela. E então temos a cena do choro histérico de Watson e dos dois criminosos.

Essa cena é ao mesmo tempo cômica e estranha. Os caras claramente não se importaram de ter matado o outro companheiro, eles só ficaram tristes por não poderem mais serem companheiros de banda. É uma hipocrisia moral absurda, só o inocente Watson para cair nessa mesmo.

E por fim, temos a cena patética de todos os homens da sala, sejam inteligentes, burros, inocentes, desonestos, ou mesmo gênios, todos eles despencado um a um, devido ao superaquecimento da sauna. Parabéns, gênios.

O personagem James Moriarty está ficando cada vez mais interessante. Nesse episódio tivemos um aprofundamento sobre como é que ele conheceu Sherlock. Confesso que me surpreendeu eles já terem se conhecido a tanto tempo. Na minha mente, eu imaginava que a relação deles teria alguma coisa relacionada com os casos do Jack, o estripador. Mas aparentemente não, eles já são conhecido a bastante tempo.

Uma das cenas mais engraçadas desse episódio foi o do “treinamento militar” das crianças de Kabukichou, e que por sinal chamam Moriarty de “chefe”, de fato, o grande chefe do submundo do crime está um tanto quanto diferente. Até seus lacaios estão mais jovens que o esperado.

Mas sendo sincero, esse episódio só serviu para nos contar mais sobre o Moriarty. Também confesso que o mistério desse episódio, embora continue com as falhas que já citei em artigos anteriores, sem sombra de dúvidas foi superior aos anteriores. Quase o episódio inteiro foi dedicado ao mistério, e realmente nos dando uma chance – mesmo que mínima – de tentarmos por nós mesmos desvendarmos este mistério.

Mas ainda assim, pecou nos detalhes e construção do mistério. Enfim, o grande ponto é que esse mistério embora tenha sido muito melhor apresentado, ele em si não foi tão interessante. Mas, paciência com o anime. Vamos dar a ele a chance de evoluir episódio a episódio.

Também descobrimos que Sherlock não somente gosta muito de Rakugo, como tem um grande carinho por essa expressão artística ao ponto de ter tido a intenção de ser um artista de rakugo. Não somente isso, como de talvez ainda querer ser.

Na realidade, Todo que vimos girou em torno de Moriarty e Sherlock, então nesse sentido este foi um ótimo episódio. Então, ao mesmo tempo em que Moriarty foi formalmente “apresentado” para nós, sua relação com Sherlock ficou um pouco mais clara, mesmo que no final das contas ainda pouco ou nada saibamos sobre esses personagens.

Enfim, foi um episódio com altos e baixos para se julgar, mas que sejamos sinceros, no final das contas só foi mediano mesmo. Na verdade, Kabukichou Sherlock até agora está um anime de mistério bem mediano e sem graça. Não acho que vai mudar, mas talvez possamos ver um ou outro episódio interessante futuramente.

Comentários