Nesse episódio se consolida a apresentação do bando da Mugai-Ryu. Manji e Rin resolvem conversar com o bando e entender quais são os objetivos do mesmo. De um lado temos a sagacidade de Manji, que percebe de imediato que alguém de “cima” está financiando a empreitada, ou seja, a caça aos membros da Itto-Ryu. De outro temos a confluência de interesses entre a dupla e os mercenários.

 

 

Não se revela ainda quem é o financiador, ou mandante, que está contratando, ou mesmo organizando e viabilizando as atividades da Mugai-Ryu. Após a reunião, Manji e Rin escolhem permanecer, e até mesmo auxiliar, nas estratégias do bando. Eles têm informações úteis e informantes infiltrados na Itto-Ryu, e isso conflui com os objetivos de rastreio que a dupla pretende efetivar. E também nos é apresentado um pouco sobre os personagens do bando, com destaque para Hyakurin, que interage e faz amizade com a Rin, e sobre a qual descobrimos que já deu à luz a dois filhos, que provavelmente pertenciam a um samurai. De todo modo, seus traumas ainda não estão claros.

 

 

As informações atuais coletadas indicam que Anotsu se movimentará em direção ao dojo designado por Habaki no episódio anterior, o objetivo do líder da Itto-Ryu é consolidar o acordo firmado com o emissário do governo, tomar posse do dojo e firmar uma nova base de poder, influência e legalização das atividades de seu grupo.

 

 

Entretanto sua cabeça está a prêmio, e ele sabe muito bem disso, embora ainda não saiba quem exatamente está o caçando, para além de Rin. Portando essas informações, ele elabora uma estratégia preventiva. Vaza informações falsas, ou mesmo, planta indícios que enganem àqueles que o espionam. Com planos paralelos de ação, ele coloca em prática uma jornada coletiva ao enviar múltiplas pessoas disfarçadas, todas as quais podem ser potencialmente ele; as envia por diversas rotas, todas as quais desembocam em seu objetivo final e já conhecido. Junta a cada comitiva de dissuasão, ou seja, pessoa disfarçada, ele envia como cobertura uma subequipe de ataque, equipe à qual deve enfrentar qualquer oponente que ameace a vida daqueles que estão sob disfarce e fingindo ser ele.

 

 

Ciente dessa estratégia, os membros da Mugai-Ryu se separam para cobrir as diversas rotas pelas quais inevitavelmente as pessoas disfarçadas, sendo uma delas potencialmente o líder da Itto-Ryu, passaram. É engraçado pensar que mesmo que Anotsu de fato aparecesse em uma dessas rotas e se deparasse com um dos membros da Mugai-Ryu, isso não seria realmente um problema. Bem, ele é muito mais forte do que as pessoas que o caçam. Então essa estratégia preventiva é excessivamente cautelosa, ou talvez exista uma razão outra para que ele a coloque em prática.

 

 

De um modo ou de outro, para além de alguns momentos de interação afetiva entre Manji e Rin, ou mesmo ante a cena onde Magatsu descobre sobre o assassinato brutal de Ren, o episódio transcorre nos apresentando àqueles que estão disfarçados. São personagens “figurantes” que Anotsu recrutou junto ao estabelecimento que utiliza como base de operações do bando, mulheres cortesãs e prostitutas encarregadas de atrair os seus inimigos para dissuadi-los de sua estratégia real, sendo essa apresentada apenas posteriormente, quem sabe no próximo episódio. Elas, as cortesãs, nada sabem sobre as intenções de Anotsu, foram instruídas a revelar tudo caso sejam capturadas, mas a única coisa que podem revelar é sobre a rotina do bando ou sobre o como foram instruídas para efetuar a missão.

 

 

Anotsu, por sua vez, pode ou não estar disfarçado de mulher, e ao que tudo indica, ele conseguiu enganar satisfatoriamente o espião que se infiltrou em seu bando. Até mesmo o velho Abayama parece não saber ao certo o que o seu líder está colocando em ação.

 

 

Manji se desencontra de Rin, enquanto está acompanha Shira para emboscar uma das distrações de Anotsu. Lembrando que ela é a única que realmente conhece o rosto do líder da Itto-Ryu. Aparentemente ela ainda não se deu conta do quanto o homem do kimono com estampa de girassóis é doentio. Ter sido obrigada, ou convidada pela ignorância, a comer o cachorro vira latas do episódio anterior, ou mesmo ter sido agredida por ele na primeira vez em que se encontraram; parece que ainda não caiu a sua ficha. Mas por sorte ou azar, ao encurralarem a moça que aplicava a tática de distração e cortina de fumaça de Anotsu, e depois de Shira obliterar a equipe de ataque que deveria dar cabo dos perseguidores, Rin é obrigada a engolir a realidade.

 

 

Em uma cena gratuita de violência típica do mercenário, ele amputa a perna da prostituta contratada por Anotsu. O que ele planeja fazer? O de sempre. Estuprar, torturar, mutilar, infligir pânico e extirpar a vida. Rin se revolta e tenta impedir o ato, Shira a afasta, ela continua com maior determinação, pronta para matar o homem, mas claramente não tem nenhuma chance de vencê-lo. E do nada, assim como todo bom shonen, eis que surge Manji, já pela milésima vez, e sabe-se lá de onde e como, para salvar a garota. Para o azar de Shira, que foi pego de surpresa, o custo foi a amputação, mais do que merecida, de seu braço, e pena que foi o braço e não o pescoço.

 

 

Bem, sigamos para o próximo episódio para descobrir o desfecho da estratégia implementada pela Mugai-Ryu, e da contra estratégia de Anotsu.

No mais, como sempre, continuo o debate a aprofundo as diferenças entre o anime e o mangá no vídeo deste hiperlink.

  1. O ritmo da adaptação está a matar o anime, para quem leu o mangá não pode fazer diferença, agora quem não leu não consegue apreciar bem a história (como é o meu caso).

    Deixando a reclamação chata de lado, do episódio em questão só teve dois segmentos que gostei de ver, o primeiro deles é quando o Magatsu descobre que a sua amiga de infância tinha sido morta e abusada, a cena em si ficou quase tão bem feita como na adaptação de 2008 (a pobre garota só queria uma casa e dividi-la com alguém que gostasse, alguém assim não merecia aquele fim indigno). O segundo segmento é quando o Manjo decepa um dos braços do Shira, ele mereceu isso e merecia muito mais, ele não é só louco ele é um monstro e do pior tipo.

    Por fim, uma última reclamação, a dublagem continua uma bosta, até ao momento só o pintor amigo do pai da Rin e a Shira tiveram seiyuus condizentes ao estilo das personagens. Foi uma imensa pena não terem colocado a seiyuu do anime de 2008 para a Hyakurin, a diferença seria notável (não desmerecendo a seiyuu actual, mas esta não tem uma boa voz para a personagem).

    Venho acompanhando os seus vídeos sobre o anime, e tenho uma curiosidade desde que vi o primeiro anime da obra, a Hyakurin fuma ópio ou alguma outra droga? Este episódio ela deu o seu cachimbo à Rin e disse que fumar aquilo aliviava as coisas, na época do anime ou era ópio ou alguma droga medicinal.
    No video você citou os 80 Ryo, 80 ryo naquela época dava para viver anos sem trabalhar se o estilo de vida fosse modesto.
    Outra coisa, se não viu Samurai X corra e vá ver, é simplesmente um dos melhores shounen que vi até hoje e com um protagonista muito bom. Se aceitar a recomendação, veja primeiro os ova de Samurai X Tsuioku-Hen, esse ova sempre de introdução para a história da série tv.

    Como sempre mais um excelente artigo Youkai.

    • Embora não tenha colocado nas mesmas palavras, e tenho a mesmo impressão que ti em todos os apontamentos! No vídeo eu deixo mais claro, no artigo eu acabo sendo mais paciente com o anime, e um dos motivos é que por mais que o anime esteja fraco, ele não é ruim, ele é daquele tipo de anime que dá tanto pra odiar quanto gostar, dependendo de quem vê! E tem bons episódios e episódio ruins, e pior, ele consegue ter bons momentos e momentos ruins no mesmo episódio, então é uma montanha russa, que meio que se segura pelo estilo!
      De todo modo, quando comparado com o mangá e como uma adaptação, tá complicado de ver, tá triste, tá simples e superficial. Quem não conhece o mangá e tá vendo com a legenda da amazon tá morrendo um pouco a cada episódio, Blade tem muitas, mas muitas sutilezas que eu percebo que está ali mesmo sem saber japonês, por conhecer o mangá, mas que a legenda não transmite, isso tb está tornando a experiência em assistir o anime, bem sofrida.
      E estamos de acordo quanto esse episódio, são os dois segmentos que mais gostei tb ^^ dá muita dó do Magatsu, ele só se fode…
      E não comentei sobre a dublagem acho, pensei em comentar, mas de fato a Hyakurin e o Habaki tão com uns dubladores que pelo amor de deus, sem chance, ficou bem ruim… a Rin começou a me incomodar, mas no decorrer dos episódios acabei até deixando pra lá. A dublagem do Manji até que gosto.
      Sobre isso, da Hyakurin e do cachimbo, não fica claro que tipo de medicamento é, mas não deve ser ópio, ainda mais pq ela não é o tipo de pessoa que daria ópio a uma criança. Deve ser um anestésico, ou tabaco leve, ela entende muito de drogas e venenos, e tem aquele problema pra dormir e os traumas do passado, como fica bem claro no anime.
      No vídeo eu falei 80 Ryo, acho que era 30 Ryo, mas de todo modo, sim, é uma bela quantia, e o Shira queria a cabeça do Anotsu exatamente por isso!
      Sobre Samurai X, eu sei a história inteira, e vi os Ovas, e Li parte do mangá, e Vi episódios soltos do anime, mas nunca inteiro! E joguei uns jogos tb! Eu sei que é muito bom rsrs mas é um dos meus inúmeros vacilos no que tange a ver adequadamente o anime! Mas sim, é um dos melhores animes de samurai já feitos!
      E muito obrigado mesmo Kondou! Esse artigo em especial eu fiz correndo e nem achei que ficou do jeito que eu queria rsrs, mas que bom que achou que ele ficou bacana!!! ^^ grato mesmo!!!

  2. Lancei o isco para você ver Samurai X e já tinha visto algumas coisas dele (não haja dúvida, Samurai X não é só um dos melhores animes de samurai, é uma das melhores histórias das últimas décadas).

    Já depois de ter submetido o comentário, é que me lembrei que o ópio só chegou ao Japão em grande escala já nos finais do século XVIII até à Era Meiji (no anime e mangá de Samurai X tem um arco sobre isso). A Hyakurin deve fumar as drogas que as prostitutas daquela época fumavam, algum tipo de tabaco com efeitos calmantes e anestésicos (em quase todos os animes que aparecem gueixas e oirans sempre aparece tais cachimbos e cinzeiros).

    Também esqueci de comentar em cima, o episódio teve um pequeno segmento entre a Rin e a empregada do bordel onde o Shira e restantes membros do Mugai Ryuu se hospedam. Nessa conversa a empregada diz de forma simples que tipo de vida a maioria das mulheres daquele tempo tinham, naquele tempo as mulheres serviam apenas para satisfazer os homens, ter filhos e tratar do lar (chega a ser irónico, que hoje em dia no Japão, tal coisa não mudou).

    O Magatsu já no anime antigo dava para ver que nasceu para sofrer, ver a sua irmã ser desfeita por um coice de cavalo de um senhor feudal (daimyo), depois a Ren a ser morta daquela maneira, é de admirar que ele consiga manter a sua sanidade mental. Quando mostraram o flashback do Magatsu, deu para perceber a discrepância entre castas naquele tempo, os samurais e ronins tinham muito poder, até ao fim do Shogunato Tokugawa um samurai da mais alta casta à casta mais baixa podia matar um plebeu que lhe supostamente o afrontou, isso tudo sem necessidade de relatar o assassinato às autoridades.

    • ^^ Samurai X é mesmo incrível, embora eu não tenha visto inteiro, lembro que gostava pra caramba!!! Tenho mesmo que tirar um tempo dos animes das temporadas pra poder ver coisas mais antigas!!!
      Sobre a Hyakurin, deve ser isso mesmo, um anestésico utilizado por gueixas e mulheres que trabalhavam em situações de grande stress e situações degradantes, embora tenha todo um romantismo tardio em volta da prostituição como arte, e tenha toda uma cultura vinculada a essa área, é uma profissão terrível, raro ver essa profissão ser adequadamente retratada em qualquer mídia…
      Esse seguimento onde a Rin interage com a moça responsável pela cozinha do estabelecimento é bem importante, acho que não comentei na resenha e nem no vídeo, mas a moça se questiona do porque não foi requisitada para atender as necessidades sexuais dos homens que ali estavam, e é por isso que ele pergunta se a Rin estava cumprindo essa função… no anime não fica muito claro isso, Blade tem muitas falas de interpretação dúbia, e o anime as atropela ao efetuar a tradução.
      E sim, ela diz isso sobre a vida das mulheres, elas sempre estavam vinculadas e em submissão aos homens, quanto maior o status social, pior e mais rígido era a etiqueta, e embora ser pobre garantisse uma enorme gama de sofrimento, a chance de uma vida mais livre e digna, sem tantas máscaras, talvez fosse até maior… provavelmente as mulheres mais felizes eram as que estavam conectadas a funções comerciais, não agrícolas ou da corte, e mesmo as mulheres de samurais, pois qualquer deslize ou desonra custava a vida. A coisa era tão brutal que até hoje esse comportamento se mantém, igual no Brasil em relação a cultura do preconceito e da escravidão, são gerações e gerações para que certas mudanças se efetivem adequadamente na sociedade!!!
      O Magatsu rsrs vai vendo o anime, ele é mesmo um cara que só ta ali pra sofrer… tá que ele é personagem secundário, mas é muito carismático e empático! Da muita dó dele…
      E essa discrepância social era mesmo de uma brutalidade insana, samurais e classe governante faziam o que queriam com o povo, não é atoa que o pais ficou guerreando por cerca de 1000 anos até que acabasse a era dos samurais… é muito romantizado o que entendemos por samurai hoje em dia… a realidade da época foi bem diferente…

  3. Começando pelo seu último parágrafo a romantizarão dos samurai surgiu em pleno Shogunato Tokugawa, durante quase 300 anos não houve guerra no território, logo os samurais da corte, na sua maioria poetas, escritores e alguns artistas começaram a romantizar o que se conhece hoje como o código do Bushido. Foi a mesma coisa na Europa com a romantizarão dos Cavaleiros Medievais, a ideia de que os Cavaleiros Medievais eram honrados, justos e ajudavam o povo não passa de um fantasia.

    Durante o período Heian o sexo era algo fulcral para as artes, em especial para os poemas, não só isso era uma forma de entretimento e nessa época não havia desigualdade de género, as mulheres dormiam com quem queriam e os homens a mesma coisa, não havia uma conduta moral rígida e desigual como no Período Tokugawa. Já durante o reinado do Shogunato Tokugawa as coisas eram completamente diferentes, em especial no caso das mulheres, uma esposa de um samurai que traísse o marido era complicado, a mesma coisa para as concubinas e afins dos senhores da terra e Imperador. Sobre a prostituição, durante a época do anime a prostituição era proibida em grande parte do território, só existindo dois lugares onde era permitido haver estabelecimentos de entretenimento adulto (os famosos distritos da Luz Vermelha), mas na realidade qualquer casa de chá da época tinha prostitutas, essas ao contrario das gueixas de Edo não eram bem tratadas e estavam sujeitas a serem mortas de forma brutal (como já se viu no anime).

    Sobre as legendas em português da Amazon, até o Google Tradutor faz melhor, mas tal mal também está presente na versão de fansub, nenhum deles sabe fazer bem as legendas.

    Se tiver curiosidade como era a vida no período Heian, veja o anime de UtaKoi, ele é um josei e gira em volta dos poetas dos Cem Poemas presentes nas Cartas de Karuta.

    • De fato, não me debrucei sobre os detalhes pertinentes, mas você complementou, resumiu e aprofundou adequadamente e de modo muito preciso todos os eventos históricos!!!
      O guerreiro, tanto na europa quanto no japão, quando perderam a sua função primária, tiveram que desenvolver um modo de vida que lhes retirassem do tédio, não morrendo mais jovens, tinham anos e anos a gastar a esmo. Vagabundeando pelas mais diversas artes, inventando cultura dos mais diversos tipos e vivendo as custas de seu status e classe social, decaindo aos poucos para postos de comando administrativo e aristocráticos dos mais diversos, como bem vemos na era Meiji…
      Eram mais bem instruídos, treinados e versados nas funções de gerencia. Tá que os comerciantes conseguiam avanços econômicos que lhes garantiam competir em influencia e em conquistar uma parte do bolo da máquina publica. Hoje em dia, os herdeiros de grandes empresas e que tem renome no circulo financeiro, ou advêm de famílias que trabalhavam com comercio ou de famílias com tradição e carreira militar.
      É assim na maior parte do mundo. No japão não é diferente.
      Mas o passado, ou antepassados, de toda essa gente é banhado em sangue, não que hoje em dia não seja tb, mas o modo como as coisas acontecem é um pouco diferente!!!
      E tem todo esse lance da moral e das relações sexuais, o que varia de período para período, generalizei, mas não acho que ser uma prostituta seja uma profissão fácil mesmo que seja uma profissão desejada e condizente com os ditames morais de uma época, ou seja, que seja uma profissão como qualquer outra, sem demérito algum… mas tem épocas onde o demérito social é tão brutal que elas se tornam descartáveis, tratadas como lixo… mas muitas vezes ser uma prostituta poderia fornecer maior acesso a felicidade do que estar vinculada a nobreza e a classe dominante, de tão degradado que era o tratamento para com a mulher em certos momentos da história…
      E sim, mesmo as legendas de fansubs não estão muito melhores que as da amazon… foda…
      Utakoi, opa, obrigado pela recomendação Kondou, vou baixar aqui!!!

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