O anime deve ter 26 episódios mas, ainda assim, acho que o final vai ficar corrido. Em compensação, esse episódio foi bom dentro do que o anime tem a oferecer. Repetitivo até certo ponto, mas a direção soube dar uma temperada para manter o público suficientemente interessado, creio eu. É hora de Dr. Stone no Anime21!

Acho que o Senku parece aqueles pregadores de boa lábia que conseguem convencer espalhando a palavra da crença na qual acreditam. Concorda? Ele tem o tipo de discurso pronto que funciona muito bem na ficção e é verdadeiro em grande parte, mas também possui sua dose de “encantamento”.

É só um detalhe que queria comentar e me diverte, mas sei que pode soar artificial para quem vê a ciência de forma mais pragmática; o que não é errado, né.

O desafio passado ao Chrome foi um trecho que curti muito, porque é o tipo de tarefa que vejo o Senku passando ao aprendiz e que, muito apropriadamente, viabiliza uma maior e melhor divisão de mão-de-obra “qualificada”.

Assim a vitória do reino da ciência vai fazendo cada vez mais sentido, você não acha? Não deve ser com o poder da superação que o Senku vai vencer, ao menos não de maneira determinante…

O momentinho do velho Kiseki foi algo que não lembrava pela minha leitura do mangá, mas curti bastante, porque bateu em uma tecla recorrente com uma roupagem diferente; a ideia de que a ciência aproxima as pessoas, quebra barreiras invisíveis e inclui habilidades e personalidades diferentes em prol de um mesmo objetivo.

Tudo isso sem diminuir o que cada um tem a oferecer e sem ridicularizar os desejos individuais. Senku mostra que é possível ser assim, claro que em uma situação bem específica…

Se isso vale para a vida é difícil precisar, mas não dá para dissociar a situação do modo como os personagens lidam com ela, né? Ao menos eu penso que não. Enfim, o processo de tentativa e erro, aproveitamento da força bruta e das invenções disponíveis até a conquista do filamento de tungstênio correu dentro do esperado.

Foi o que me levou a achar o episódio repetitivo? Foi, mas dentro do contexto é aceitável. É vendo, entendendo e até curtindo o processo que o final será recompensado.

Até nisso Dr. Stone se alinha bem ao tema. Ciência é uma parada divertida mais pelo processo final que o caminho para se chegar até ali, que é bem tortuoso. Ainda assim, a direção consegue entregar um produto final divertido que entende a necessidade desses momentos repetitivos para que as condições estabelecidas para a fluidez da trama sejam atendidas.

Felizmente, os detalhes que diferenciaram esse episódio dos anteriores ajudaram até nisso. Músicas em momentos chave sempre caem bem, né! Mais para frente comento melhor esses detalhes. Continuando…

Duvido que a bomba de Hickman não seja produzida em escala industrial, isso se não existirem equipamentos melhores nos dias de hoje. Tenho certeza é que o Senku a apresentou aos companheiros e pediu para que fosse produzida por saber que era cabível dentro das limitações que eles tinham. Sendo o Senku não é difícil esperar isso, mas, de toda forma, o importante é que os avanços fluíram bem e esse em específico foi crucial.

Crucial já não foi o complexo da Suika atacar novamente – é sério, isso também já está ficando repetitivo -, mas até que foi útil para terceirizar as tarefas e acelerar o trabalho, como rolou com o Chrome.

Além disso, quanto mais a participação dos habitantes do vilarejo se fizer presente, mais fácil vai ficar associar a “vitória da ciência” a participação coletiva. Sem o intelecto diferenciado do Senku nada ganharia vida, mas também não seria possível construir um nokia tijolão sem a ajuda do pessoal… nem deter a distopia do Tsukasa… Enfim, a utilidade da ciência para o dia a dia das pessoas ficou mais uma vez escancarada por meio do aquecimento dos moradores e a conversa do ex-chefe da vila com o Senku.

A primeira é uma situação recorrente, a segunda previsível, bonitinha e se não útil, suficiente para simbolizar o conjunto da obra que é a mudança que o protagonista promoveu no lugar e na vida daquelas pessoas. Acho natural que esse tipo de cena role em momentos mais “sentimentais”, né.

A trilha sonora encaixa muito bem com o tema e a forma como a história é contada, e essa é uma qualidade inerente ao anime, que precisa de episódios de caráter mais “técnico” como esse foi.

Isso será justificado, claro, se as invenções forem bem aproveitadas e as interações e “evoluções” dos personagens forem bem aproveitadas nessa reta final. Não é nem o caso de revisitar religiosamente esses pontos nos episódios restantes, mas aproveitar esse desenvolvimento todo na hora “H”.

O trecho musical do Gen foi excelente e deu uma quebrada de ritmo muito boa, afinal, o episódio já estava bem repetitivo a essa altura e sem algo de diferente teria terminado assim, comum para os padrões da própria produção.

E sério, já quero ouvir a música do Gen, imagino que saia na trilha sonora. Usar “Good Morning World!” para enfeitar a reta final da produção do celular foi outra ideia sensacional, outro acerto da direção que trouxe a “nostalgia” no melhor momento possível para ela entrar e “brilhar”.

O celular deu trabalho para ser produzido, mas foi, o episódio foi repetitivo, mas apresentou ótimas variações no finalzinho, e o futuro do anime é promissor. Falta pouco tempo, mas não falta tanto a ser alcançado.

Uma reviravolta ou outra? Certamente teremos, mas acredito que o sucesso dos objetivos do protagonista e sua trupe se darão bem mais pelo trabalho duro que vemos sendo feito há um bom número de episódios que qualquer imprevisto.

No fim das contas, foi um bom episódio, cheio do que tem dado certo no anime, o que pode até ter sido meio enjoativo para parte do público, mas creio que a dose de variedade ofertada tenha compensado um pouco nesse episódio de transição para algo a mais.

Até a próxima!

A música pela qual eu não esperava, mas que me divertiu pacas! 😂

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