A Parede (ou O Muro, se preferirem) é como se fosse uma entidade nesse anime. Suas ordens são absolutas, e aí daquele que ousar refutar suas decisões. Esse misterioso “personagem” realmente é tão poderoso e assustador para justificar o temor em questiona-lo?

Na misteriosa agência (no qual eu não lembro o nome) ninguém ousa questionar suas decisões. Já as idols escolhidas, em sua maioria, aceita, mesmo com algum receio, tais ordens.

Posso estar muito enganado, mas a tal parede me soa como uma metáfora de um chefe super influente e, talvez, excêntrico. Deu apara notar que essa entidade toma decisões, no mínimo, heterodoxas, ou deveria chamar de visionárias? É possível que a misteriosa parede enxergou na Miu um potencial que nem a mesma sabe que tem.

Miu mais uma vez optou em fugir para não encarar os problemas de frente. Ela mesma reconhece que não tem talento, e que não gosta de idols, aceitando o trabalho de fazer parte de um grupo apenas porque precisa. Ajudar a família é uma atitude honrada e que faz parte da vida. Há casos que pessoas abandonam seus sonhos em prol de uma responsabilidade que só ela pode assumir. Só que a Miu, aparentemente, não tem sonho algum. Aliás, as suas responsabilidades de ajudar no sustento de sua família sufocaram a possibilidade dela própria se dar ao luxo de ter algum sonho.

Outra personagem digna de nota é a Nicole. Levando em conta o merecimento (a famosa meritocracia), ela deveria ser o centro. Para quem não sabe, em grupos idols, um dos membros fica com o posto de “central”, que além de ter destaque, tem a função de “guiar” as coreografias. A figura do “centro” não necessariamente é a líder do grupo, mas é comum que seja a mais talentosa. A Nicole é, sem dúvidas, a integrante mais talentosa do grupo 22/7 (Nanabun no Nijyuuni).

Pensar em si mesma não é um ato tão terrível assim, a não ser que se coloque o “eu” acima de tudo e de todos, o que não parece o caso da Nicole. Não há problema nela pensar na sua carreira como idol, e ela mesmo entende que se o grupo for mal ela também irá. O questionamento dela em relação a decisão da Parede, não é apenas por ter sido a melhor na audição, mas sim porque ela se considera preparada para assumir o centro e, consequentemente, manter a estabilidade dentro do grupo. Fora que tal posição lhe daria destaque em relação às outras integrantes.

O raciocínio dela (Nicole) com relação a Miu, está, de certo modo, correto. Pensando de maneira lógica, a Miu não leva jeito para idol,quanto mais para ter a posição de maior destaque dentro do grupo. Mas não foi só a Parede, que enxergou potencial na Miu, A Fujima também viu “algo a mais” naquela garota tímida e de aparência melancólica.

De forma intencional, nossa introvertida heroína deu coragem para uma de suas companheiras. Companheiras estas, em sua maioria, que vieram até Miu, para que ela não desistisse. Tenho a impressão que Fujima sabia que ela retornaria mais cedo ou mais tarde, assim como na vez anterior.

Esse “vai e volta” da Miu pode se tornar enfadonho se isso ocorrer em todo episódio. Queremos que ela amadureça, e ficar fugindo a todo instante não é sinal de amadurecimento.

Nos próximos episódios quero ver mais das outras garotas que não comentei neste artigo. Embora, acho difícil outra garota chamar minha atenção mais do que a Miu. Ela é um tipo de protagonista que não é comum em animes de idols, que normalmente tem como personagem central uma garota mais energética e/ou avoada.

As ordens que a misteriosa entidade que norteia o destino das garotas (e da agência) foram só ordens normais dentro da “industria idol”, mas será que ela dará alguma ordem moralmente questionável? O convite para a mãe da Miu foi algo dúbio, pois insinua algo, minimamente, suspeito.

Assim como “O Muro”, esse anime ainda segue um mistério, uma aposta temerária, o que é divertido, de certo modo, e que ao mesmo tempo pede cautela (o famoso “pé atrás”). É possível que 22/7 seja o tipo de anime que não mostre a que veio até o terceiro episódio, como sugere a icônica “regra dos 3 episódios”, mas isso não quer dizer que essa obra seja ruim. Apenas significa que o ápice pode demorar a surgir. Até aqui a trama me cativa a prosseguir, pois há potencial que pode ser mostrado em sua plenitude ou ser completamente desperdiçado.

Até a próxima!

 

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