Infinite Dendrogram – ep 6 – O anime que deixa um gosto ruim na boca
Objetivamente falando o episódio nem foi tão ruim, mas certos pontos que me incomodam foram relevantes demais para o desfecho e essa produção ruim só me fez prestar ainda mais atenção neles.
Se o protagonista não tivesse um bordão tosco, o anime fosse bem animado e a direção prestasse; não tenho dúvidas de que esses “probleminhas” ficariam mais de lado. Enfim, é hora de Dendro no Anime21!
O Ray se safou tão fácil e rápido da morte que agora questiono o cliffhanger do final do episódio anterior.
Se era para ser assim, por que dar a entender ao público que ele se deu mal ou no mínimo teria mais dificuldades para sair daquela situação do que teve?
A direção toma algumas decisões equivocadas que só pioram o que ainda poderia ser de alguma forma bom. Custava construir uma boa situação de tensão? Parece que custava…
Aliás, isso não foi bem feito nem na hora da luta contra o UMB, não quando o Ray se apoia no discurso manjado das possibilidades e tira forças da conveniência do seu poder e do privilégio que um protagonista como ele sempre tem.
Eu sei que pode até ter feito sentido dentro da mecânica do jogo, mas esta não seria só uma desculpa para esse tipo de desenrolar? A gente vê esse herói evoluindo?
Eu não vejo o Ray passando por dificuldades para só com elas evoluir. Inclusive, não tenho certeza, mas fiquei com a clara impressão de que esses últimos dois episódios adaptam um volume da light novel e, sendo assim, talvez seja culpa do anime.
Mas, serei justo, me parece mais um problema de premissa. O poder do Ray é muito conveniente, ele apanha e com isso se fortalece. Não tem como “crescer” sem isso?
Parece que não e usar tal argumento uma vez, ainda mais sendo na primeira luta, eu entendo, mas já foi pelo menos o terceiro clímax do anime e a coisa se repete sem dó, só escala.
Não tentar desenvolver o personagem sem explorar isso, seja upando ou até em uma luta incomum, seria bem-vindo.
Pior ainda é ele empilhar cabeça de boss especial. Será que até o fim do anime ele chega ao top 5 do ranking do país?
Eu não duvido, não com tudo sempre dando tão certo para ele e o poder desconcertantemente conveniente que tem.
Some isso a uma animação de quinta e cenas de ação que pouco ou nada empolgaram e não consigo gostar do que vi, apesar de achar que nem foi tão ruim, ao menos não para os padrões do anime.
Gostei até do enredo que serviu de apoio ao desfecho que considerei no máximo mais ou menos.
O beijo foi bem desnecessário sim, e com direito a cena constrangedora depois de tudo resolvido e a sensação de vazio no que se refere a uma possível tensão romântica.
Em compensação, a Nemesis lutar sozinha achei legal e inusitado, pena é ter vindo com o mesmo discursinho clichê do herói.
Ok, eu sei que não devo esperar muito, mas ela pareceu pragmática ao encarar a situação, então não esperava por aquilo.
Não esperava ver ela apostando tudo nesse discurso de possibilidades infinitas. Isso acontecer sempre é desgastante e narrativamente bem pobre…
É, eu até escrevi que gostei do que estava por trás dessa vez, mas não consigo evitar criticar as nuances desses momentos.
Inclusive, me diverti com a cena que mostrou que por muito pouco o Ray não virou protagonista de isekai de fato e de direito, porém…
O problema foi uma “waifu”, e uma com um design bem sem graça, aparecer como a consciência que restou após o drop do UBM. Tinha necessidade disso? Quantos jogadores do nível do Ray matam UBMs e ganham “waifus” de brinde?
E pior, aquela cena de flashback com o irmão mais velho do Ray só forçou ainda mais a máxima do anime goela abaixo do público. Quer coisa mais clichê que aquilo?
Ainda está em tempo de me corrigir, a verdade é que o episódio foi ruim, o detalhe é que se não pensar a fundo talvez você ainda se divirta. Mas eu me diverti? Preciso responder?
Nem a cena de “conspiração” no fim salvou. Sei que o Ray se envolverá na guerra, mas ele é o herói, né, não precisava tratar o assunto dessa forma, pois, ainda que ele se oponha ao método para fazer Altair sair vitoriosa, o fim deve ser o mesmo.
Por fim, faz sentido adaptarem um volume em quatro episódios e outro em dois? Não achei nada rushado por não ter base de comparação, já que ainda não li o volume 2 da light novel, mas com mais tempo e mais qualidade de produção fazer melhor não seria possível?
Acho até que seria fácil de tão medíocre que foi esse arco. Os vários momentos “inusitados” que ainda me divertiram um pouco. Mas bem pouco.
Até a próxima!