Antes apenas a Chiyuki estava atrás de um sonho difícil e praticamente impossível, logo o Ikuto se juntou a ela, e agora temos mais uma para o time, a Kokoro. Esses dois episódios além de manter o ritmo frenético de eventos – ainda que mais calmamente -, exigiram bastante dos protagonistas, mas apesar dos obstáculos e humilhações, no final do túnel surgiram pequenas luzes que deram a eles um novo vigor para a batalha.

Kokoro tem tudo para ser uma supermodelo, mas seu desejo é se tornar uma designer. Ela passou por experiências difíceis no seu primeiro desfile, mas ao mesmo tempo viu em uma grande pessoa a sua inspiração para buscar esse novo caminho. Apesar de não ser reconhecida pelos demais colegas da faculdade e outros profissionais, ela se mantém buscando esse sonho, sendo essa atitude o que mais revolta sua agente – que mais parece uma mãe má.

De começo as palavras rudes da mulher até convencem que tudo aquilo é uma fuga – e a própria garota reconhece isso de certo modo -, mas quando se observa de perto tudo o que ela faz em prol desse sonho e o que vive, fica notório que aquilo vai além de uma fuga, é um desejo real e levado a sério nos mínimos detalhes.

Ikuto e ela decidem participar da competição na Geika e achei interessante que mesmo a aluna sendo alguém mediana no “bolo”, não tendo mostrado a que veio, a diretora a reconhece como alguém que será incrível e passa isso.

Imagino que para além da bondade natural, assim como ele tem as suas dificuldades e consegue lidar de forma saudável com elas, a mulher tenha enxergado nele alguém que tem condições de dar a Kokoro suporte emocional, ferramenta essa que ela aparenta precisar para se impulsionar e de fato crescer como designer.

Na fase das preliminares como sempre apareceram os rivais chatos, sendo a melhorzinha a Kizaki. Os outros menosprezam Ikuto por ser pobre, mas fiquei satisfeito que a postura hostil alheia não afetou as suas convicções – eu já tava começando a me sentir mal por ver ele só receber pedradas.

Embora tenha se mostrado dura, Kizaki demonstra uma rivalidade saudável com Ikuto e dá sinais de que é uma fã descontrolada do trabalho de Yanagida, por isso ela já vai certa no protagonista, escolhendo a competição como uma forma justa e direta pra confrontar aquele que ocupou um lugar que não devia – e que ela obviamente queria.

Diante da concorrência e do tipo de projeto que precisaria apresentar, Ikuto teve uma difícil missão e duas decisões bem curiosas que direcionaram sua vitória temporária nessa fase. Ainda que as coisas possam parecer fáceis, acho que o anime capta bem a ideia de fazer tudo acontecer aos poucos e sempre seguindo a linha do “deu certo, mas nem tanto”.

Primeiramente, ao escolher gastar pouco para trabalhar, além de salvar as economias da família, ele teria a possibilidade de mostrar que é possível fazer muito com limitações – o que financeiramente parece interessante aos olhos de quem produz e patrocina.

O que acontece é que na indústria da moda, essa mesma escolha também pode ser fatal por conta das diferentes propriedades dos tecidos e o resultado final desastroso que os mesmos trazem a um produto. Isso acabou comprometendo a qualidade do que ele exibiu, como já era de se esperar, independente da técnica demonstrada no processo.

A segunda escolha porém foi mais inteligente e lhe deu a informação que precisava. Reconhecendo sua inabilidade por não conhecer a modelo que seria sua cliente, ele recorre a única escolha óbvia possível, a Chiyuki – que finalmente teve uma participação maiorzinha desde que o Ikuto assumiu o protagonismo da história.

Sara é uma modelo referência para a Chiyuki por ser assim como ela, pequena para o que faz, embora de uma forma diferente. Ainda assim a moça tem habilidades, treinamento e uma personalidade poderosa pra se firmar como uma estrela, motivos pelos quais a Chiyuki se inspira nela para continuar tentando e treinando constantemente, dando o máximo de si – ou seja, nada melhor que procurar a loira fã dela para entender como vestí-la.

Um ponto também legal desse trecho é a tensão visível que existe entre os dois protagonistas. Chiyuki leva a sério sua missão e vê Ikuto como um parceiro profissional e rival.

Na sua contramão, Ikuto se empenha no seu sonho e respeita a amiga pela sua tenacidade e força, mas a presença desinibida da moça o deixa desconfortável, afinal ele continua sendo um homem comum e ela é maravilhosa.

Acredito que pela convivência o Ikuto já está desenvolvendo algo em relação a ela, só não dizer ainda no que isso vai dar, uma vez que ele não sabe exatamente o que sente e a mesma apenas tem uma imensa admiração por ele, enquanto ambos trilham um mesmo rumo.

Nas preliminares a tensão predominou e os alunos precisaram julgar os trabalhos um do outro. Como a própria Kizaki coloca, tudo se trata de um procurar a menor falha do outro e destruir o oponente com isso – o que todo mundo faz com maestria aqui, vale salientar. Ikuto foi o único que tentou observar as qualidades técnicas do trabalho que avaliou e fiquei com pena pela ingenuidade dele, uma vez que também era concorrente e ouviu bastante.

Assim como imaginei, Ayano o questionou por sua escolha de usar pouco para trabalhar. Ele sabe da competência do rival e por isso fica indignado com o resultado obtido, como consequencia da sua situação ele lhe lança a proposta de trabalharem juntos para que assim ele possa receber mais e consiga elevar o nível do seu trabalho.

Parece arriscado, mas penso que a troca pode ser útil não só financeiramente, mas pelo aprendizado que pode adquirir, já que certamente o estilista prodígio teria oportunidades maiores que a do Yanagida para oferecer, tendo em vista a influência que sua avó tem e a que ele conquistou enquanto funcionário dela.

No lado B da história, temos uma Chiyuki que finalmente ganha mais tempo para ter sua luta desenvolvida, utilizando agora tudo o que conseguiu juntar para tentar se lançar, mesmo já ciente dos eventuais nãos que vai receber – e que curiosamente sempre vem, coitada.

Um dos momentos que me chamou atenção nesse sexto episódio foi aquele em que a protagonista recebe o papel de instruir uma nova modelo. Como o universo fashion é um mundo de feras, ninguém melhor que uma pessoa constantemente engolida por ele, que sai viva e mais forte dessas experiências, para ensinar a novata.

Esse trecho também é importante porque é nele que a Chiyuki mostra sua evolução como pessoa, reconhecendo suas mudanças, conquistas e erros – mais uma vez buscando inspiração no amigo Ikuto.

Durante as suas tentativas ela recebeu os nãos já esperados e na última oportunidade não foi diferente, até ela ser discretamente notada pela agente da Kokoro. Tenho para mim que a mulher pretende usá-la contra sua modelo, mas como as intenções dela ainda são incertas ficamos no vácuo e tensos pela Chiyuki que tá feliz com o chamado.

Será essa a chance que a moça terá pra provar todo o seu potencial e trabalho duro, ou um buraco que nem ela sabe que está se metendo? Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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