Diz o ditado que é melhor sobrar do que faltar, pois bem, Chiyuki e Ikuto sentiram com mais gosto do que nunca, os infortúnios de ser desprovido em algo. Apesar de ser repleto de bad feelings a cada cena, o episódio é muito bom – como sempre – e dá uma virada necessária no caminho da dupla mais fashion dos animes.

Bom, que a pobreza e a “baixeza” eram obstáculos óbvios e recorrentes, eu já estava cansado de saber e desde que começou, o anime é bem competente em transmitir isso. Ikuto porém teve que encarar seu desafio mais absurdo com a piora da mãe, enquanto sua amiga encarou o impiedoso pólo da moda, Paris.

Achei bem triste as primeiras cenas, porque algo que tem sido bem enfatizado é como o Ikuto e a Honoka se sacrificam em prol da família, cada um ao seu modo. Se depois que o pai morreu as coisas já estavam ruins, imagina sem a mãe?

Essa por sinal parece carregar um grande sentimento de culpa pelo esforço dos filhos e acumula uma pressão mental enorme, já que é uma mãe boa, desesperada para proteger os sonhos de suas crianças e sem poder fazer nada por eles, senão somar as dificuldades que enfrentam.

Para um rapaz de 17 anos, sem possibilidades e cheio de responsabilidades, acho que o psicológico de Ikuto se segurou bem, em meio a tantos ataques. Pra ser honesto, a ação da Igarashi já era algo esperado, principalmente levando em conta o empenho que emprega na desistência da Kokoro, mas comparada ao Ayano ela me saiu até limpa.

Até então eu entendia ele como alguém que via no Ikuto um rival com o qual competir, alimentando a disputa saudável como é de costume, mas os sinais que ele dava sempre me deixavam com um pé atrás – o que nesse episódio mudou.

É normal que um rival queira eliminar a concorrência, porém se o universitário fosse alguém realmente mais digno, ele o venceria pelas suas habilidades – que são largamente superiores – e não pela desistência. Mesmo achando cruel o que ele e a agente fizeram, penso que ele foi mais covarde e insensível.

Por outro lado, Chiyuki – mesmo desgastada e humilhada pelas tentativas -, Kokoro e até o Yanagida, equilibram essa balança tentando descobrir um meio de apoiá-lo, justamente os três que partilham da mesma experiência de sofrimento e limitações que ele.

A participação do pai da Chiyuki foi bem providencial, dando a oportunidade que o menino tanto precisava – mais uma vez. O dono da Mille Neige meio que já virou um padrinho dele, porque nas duas oportunidades em que podia fazer algo, ele deu seu jeito.

Ele não é nenhuma “Madre Teresa” da vida, ou mesmo um pai que só favorece o amigo da filha – afinal ele pretendia contar com a amizade entre os dois para animar a menina -, mas o empresário realmente respeita o sonho e o trabalho duro de ambos, sabendo que eles se apoiam para seguir em frente.

Chiyuki foi quem primeiro lhe incentivou e empurrou, quando ele não tinha nada. O Fujito agora exercia um papel similar, como o primeiro adulto a se aproximar do Ikuto sem tentar machucar alguém, ou mesmo tirar proveito de sua infelicidade em benefício próprio.

Ao contrário dos demais, ele estava valorizando e dignificando o trabalho do menino, o reconhecendo como merece. Sendo pai de quem é, ele não podia ser diferente, já que uma maçã não poderia vir de um limoeiro.

Enfim, salvas as finanças, a proposta do Ikuto foi inesperada – nem tanto, afinal é um shounen – e promete bastante para os episódios finais, já que ele tem poucas semanas para trabalhar e uma pequena grande modelo para fazer brilhar nas passarelas e calar a boca da gentalha.

Estou bem curioso para ver o que o anime fará com o Festival da Geika – porque já li o mangá minha gente e garanto que é empolgante -, mas sei bem que tudo pode acontecer, incluindo um final original para que as coisas se fechem de uma forma mais certinha.

Obrigado a quem leu até o final e nos vemos no próximo artigo!

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