Se todos achavam que a concepção de Gal to Kyouryuu era estranha, carregando um pouco do espírito insano de Pop Team Epic, já aviso que houve um engano, esse daqui definitivamente merece o posto. Olympia Kyklos chega se mostrando uma estreia bizarra e curta, porém igualmente criativa e com potencial para tentar se impor como uma boa comédia na temporada.

A história em si é bem simples e se embasa nas aventuras do protagonista que vivia na Grécia antiga e por um fenômeno absurdo acaba parando em Tóquio no ano de 1964 – curiosamente durante as Olimpíadas, precisando se adapatar e sobreviver a todas as mudanças que vai encarando.

Demetrios é um homem grego – ou heleno como diziam na sua época – bem simples e sensível, que gosta do seu trabalho manual como pintor e artesão, fugindo de certos tipos de funções que normalmente muitos homens como ele, acabariam fazendo naquele período.

O problema é que mesmo não querendo ir contra os seus “princípios”, ele tem um físico previlegiado que o leva a ser perseguido, zombado e instigado pelo chefe da vila, que almeja glória, riqueza e afins as custas dos outros.

Achei engraçada a forma como ele é retratado, pois sua natureza frágil e pouca ação servem como um bom elemento cômico, uma vez que ele foge aos padrões masculinos que sua aparência evoca.

O leque para as oportunidades se abre, apartir do momento em que ele é jogado repentinamente nessa situação completamente imprevisível e assustadora, numa era cuja falta de conhecimento pode render muitos problemas – principalmente se levarmos em conta o fator covardia do rapaz.

O líder dele é um verdadeiro saco e o tipo de velho que eu não gostaria de ter por perto, porque ele sabe como usar as pessoas, atazanar elas e ainda jogar sal nas feridas, um egoísta. Felizmente para compensar toda a dificuldade que vai encarar com a viagem no tempo, Demetrios acaba indo morar com um velho doido na sua humilde residência japonesa.

Apesar de ter ali seus 5 minutinhos para aproveitar tudo, acredito que o anime tem potencial para se sair bem, principalmente por ter um tema tão próprio para a comédia, que é essa questão das diferenças culturais e a linha do tempo. Enfim, tem muita coisa legal para explorar e o protagonista meio desequilibrado e divertido, se vende fácil no meio da maluquice que está proposta aqui.

O que me causou uma certa estranheza até então, foi o stop motion utilizado para animar boa parte do episódio, mas isso é algo que é mais pessoal mesmo, pois na estética em si ele tá bem feitinho e abraça o que é essa obra, funciona bem. Queria ainda destacar a abertura, que ficou legal e única, desde a concepção visual, até a música que enfeita perfeitamente as loucuras que vão passando na tela.

Vale lembrar que a criadora da obra é a mesma de Thermae Romae – as semelhanças gritam para quem conhece – e o diretor é estreante, mas julgando por esse começo e pelas ideias jogadas da abertura até o encerramento, eles tem potencial para crescer e fazer um bom trabalho juntos – vamos torcer.

Olympia Kyklos é curtinho, tem uma proposta e execução diferentes, podendo dar muito certo, então se esse tipo de comédia te agrada, mande ver, caso contrário ao menos confira a estreia antes de bater o martelo final.

Agradeço a quem leu e até a próxima!

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