Foi lindo ver o Daigo dando uma enquadrada na Anita sem apelar para a pura e simples hierarquia. Ela é sim uma personagem interessante, e quase na mesma proporção irritante, mas falou mais do que fez até aqui e quase tumultuou o ambiente ao não ter noção de sua posição e do quadro geral da situação.

Querer vencer a praticamente qualquer custo não é o caminho, tem que existir um método e um processo para formar um time e é exatamente o que o Daigo está fazendo. Nem preciso ver o próximo episódio para entender porque ele faz jus a sua posição de capitão. É hora de Major 2nd no Anime21!

A Anita passou bastante do ponto nesse episódio, foi chata mesmo, mas isso foi bom, porque só assim, sofrendo um baque bem forte, que ela vai compreender tudo o que o Daigo tem feito, e não só isso, vai perceber onde está botando os pés. Querer “cantor de galo” sendo recém-chegada não é bom.

Ela com certeza tem seus motivos para ter mentido na apresentação (sendo fissurado por basebol com o Daigo é, aposto que já sabia que ela não era uma das oito melhores coisa nenhuma), mas duvido que justifiquem a forma como ela quer controlar o time. Ela é uma novata, mas nem só por isso está errada em querer mandar.

O Daigo que eu conheci na primeira temporada era extremamente competitivo e passional, é claro que não entraria em um torneio para perder, mas ao mesmo tempo ele é o capitão/técnico de um time que ainda está em formação, então sabe que precisa de tempo para extrair o melhor dos jogadores, além de criar um ambiente saudável.

Isso ele só vai conseguir com jogos, e o entendimento das capacidades dos jogadores e de como elas se combinam com as dos companheiros é importante, mas antes disso cada um deve ter o mínimo para conseguir alinhar seu jogo ao do outro. Por isso o Nishina está começando de baixo, por isso a Anita vai ter a chance de mostrar suas qualidades.

Enquanto ela só enxerga o torneio a frente, o Daigo enxerga o todo, pensa no futuro, enquanto busca ser competitivo no presente, mas de uma forma que não prejudique a evolução dos jogadores e do time. É difícil conciliar ambos os pontos, mas até agora o protagonista está fazendo um trabalho excelente e em breve a Anira perceberá isso.

Inclusive, ele não se impor pela vaga de receptor titular só reforça o que escrevo. Ele quer testar a Anita e também fazê-la entender que não basta ser bom e querer vencer, porque não se joga basebol sozinho. Ela não foi egoísta por pensar em saídas para fortalecer o time, mas foi ao pensar em impor suas ideias.

Enquanto isso, o Daigo está dosando o potencial do time com o que os jogadores e as jogadoras podem entregar no momento, o que é o melhor a se fazer a fim de evitar desgastes de convivência e decepções maiores.

Sem abrir mão de vencer, mas sem arriscar uma evolução gradativa, o time da Fuurin treina o que pode para vencer com o que tem e passará por um teste de ferro afim de conferir o comprometimento e a capacidade de desenvolvimento técnico de seus jogadores. O adequado para um primeiro torneio com só duas semanas de treinos.

Ao mesmo tempo em que a Anita dá demonstrações claras de não entender o processo do qual estou falando, o Nishina continua a ser orgulhoso e egoísta, pois não entende que carece de tempo para desenvolver seu talento e conquistar seu espaço no time. Aliás, os dois querem botar o carro na frente dos bois e subestimam o Daigo, são uns pirralhos, né?

É por ele ser baixinho e muito simpático? Sim, mas quando foi preciso que ele apenas ordenasse ele fez e a Anita, aquela que proveu os questionamentos, teve que obedecer. Não porque ele é um garoto, um senpai, mas sim porque ele é o capitão e trabalha pelo bem do time, não misturando suas ações a interesses próprios.

Porque querer mandar ou se destacar sem méritos é exatamente isso. Não acredito que os novatos mudarão da água para o vinho, mas se querem um lugar ao sol precisam mostrar seu valor. De quebra o Daigo pretende “trazer” os dois para o time com o torneio, fazendo o Nishina reavaliar o valor de jogar na Fuurin e a Anita entender que mentir e tumultuar não é o melhor caminho para a vitória.

Tudo isso passa pela figura do capitão e é por isso que no próximo episódio o anime deve reforçar a impressão que já tenho de que o Daigo é sim um excelente líder, pois sabe cativar pelo exemplo, conquistar pela razão e se impor pela hierarquia quando é preciso. Afinal, um líder não é só outro companheiro, mas também não deve ser um déspota, ao menos não se quiser ser considerado bom.

Enfim, Major 2nd 2 continua excelente, com uma construção de personagens/situações gradativa e atenciosa o suficiente para me permitir vislumbrar bem o enredo dois ou três estágios a frente. Não é fácil ser um líder, mas duvido que você desconfie da capacidade do Daigo de fazer dar certo.

Por fim, não acho que a Fuurin vencerá o torneio, já será ótimo se chegarem a final, e não só porque quero que hajam mais partidas, mas também para que os novatos “comprem,” e sem pedir o troco, a ideia do capitão.

Até a próxima!

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