Acho que esse episódio foi bem legal ao tocar no lado da Maria, afinal já que ela é a protagonista real da coisa, em algum momento seria necessário entender as origens da sua doçura, bondade e ao mesmo tempo o seu jeito recluso e resignado. Se antes eu apenas achava ela uma personagem legalzinha e sem grandes méritos – se comparada a Catarina -, hoje faço uma correção, então continue lendo para entender.

Como era de se esperar a Maria se aproximou mais da nossa “vilã”, porém não o suficiente para que isso passasse despercebido aos olhos dela, o que é até irônico se considerarmos que a mesma não é muito perceptiva.

Catarina nota que a plebéia mantém uma linha de distância entre ela e seus novos amigos, como se estivesse tentando se proteger de algo – e depois descobrimos que de fato estava. Fiquei até surpreso porque nesse episódio ela pareceu mais atenta a pequenos detalhes da sua história, inclusive fazendo observações que me chamaram atenção.

Para além das questões da mocinha, ela levanta um tópico sobre o presidente do conselho, ressaltando de um outro modo o que eu tinha colocado no artigo anterior, sobre a estranha natureza dele.

Como ela mesma cita, o rapaz é alguém completamente irrevelante e “invisível” ao enredo, mas desde que pode observá-lo, ele tem se mostrado notavelmente excelente e tão protagonista quanto os outros quatro.

Esse súbito destaque me causa um certo desconforto – mais pela curiosidade mesmo -, porque já que a Catarina está alterando toda a “linha das rotas”, não é difícil imaginar que algumas figuras sejam modificadas em nome de seguir o curso natural do Fortune Lover. Fico cada vez mais curioso para ver o que farão com esse personagem, mas sigamos em frente.

A comédia é um forte natural da obra, mas nesse episódio ela ficou um pouco mais branda, justamente para dar lugar ao drama que viria com a Maria e em uma de suas poucas inspirações, acho que a piada com o poder pífio da “vilã” continua sendo de longe uma das melhores.

Gente, eu tava comendo na hora em que assistia o anime e quase me entalei rindo, quando a Catarina decidiu intervir de novo na tentativa de bullying contra a amiga. Dou palmas também a equipe que fez essa cena, porque os detalhes colocados a deixaram mais hilária ainda.

Além da proximidade que criou entre as meninas, a situação serviu para mostrar que nada mudou e mesmo depois de se tocar do que estava fazendo “sem querer, querendo”, a “vilã” continua firme na ideia de se tornar uma fazendeira como plano A, mantendo seus estudos.

Me pergunto se na vida anterior ela tinha algum amor pela natureza pra justificar o hobby, porque nesse ponto talvez até o conselho maluco já tenha percebido que está no caminho certo e ainda assim ela segue cultivando seus vegetais com mais amor do que o esperado.

Enfim, focando na Maria que foi o destaque da vez, confesso que não esperava uma história de vida tão triste. É bem verdade que ela tinha a coisa do preconceito natural contra plebeus, mas a difamação e a rejeição foram pesadas para uma criança – o que só prova a sua força interior por ter suportado isso tanto tempo.

Acho que a dor maior foi não encontrar um apoio naquela situação, alguém que pudesse lhe dizer que estava tudo bem. A garota apenas queria que a notassem como um ser humano normal e não como uma aberração – fruto de algo que sequer aconteceu -, então a tristeza dela durante todos esses anos foi dobrada.

A mãe dela também é uma figura interessante, pois não se trata de uma mãe relapsa ou monstruosa – como muitas que aparecem nos animes -, ela é alguém ferida e que no fogo cruzado optou pela omissão ao sofrimento da filha, já que se considerava incapaz para fazer algo.

Me intrigou um pouco a situação do pai dela, pois se notarem o anime simplesmente mostra que ele existiu na infância dela, mas não fica esclarecido se algo aconteceu a ele em função das humilhações, se morreu ou ainda vive – comigo confiando mais na segunda opção.

Em meio a essa luta, a Catarina surge como um respiro e eu gosto da ligação entre as duas. No início pensei que tudo ia ser só uma amizade conveniente ao roteiro, com fofura e sem muita razão de ser, mas ela faz bem a amiga e consequentemente é beneficiada do mesmo modo com essa união.

A “vilã” inocentemente acabou cativando a mocinha com a sua transparência, transformando a questão toda em algo a mais do que só se apoiar na interferência dos eventos. A forma como ela busca se aproximar sem interesses e fora do que está previsto no roteiro original, é o que molda a Maria de agora – encantada mais com sua “algoz” do que com seus pretendentes.

Se vocês são #TeamMaria eu não sei, mas depois desse episódio até eu estou me inclinando a torcida dela. Agradeço a quem leu esse artigo e até a próxima aventura da Bakarina!

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